Post by andrewschaefer on Nov 2, 2019 17:01:44 GMT -3
A cantora romena Agatha Melina participou de um quadro exclusivo do programa de TV estadunidense The Late Late Show with James Corden, onde deveria explicar sobre cada um dos versos de sua música. Com o lançamento recente de Unholy, segundo single da artista, esta foi a canção que escolhida.
Agatha ficava em uma cadeira, de frente para a plateia. Ao fundo, um telão exibia a letra acompanhada da própria música. De vez em quando, pausava e Agatha tinha que explicar para todos o que quis dizer naquela parte.
"I cry while I pray
I dry the tears of my face
I try to say
But I feel that's not my place"
- Eu imagino esta primeira parte da música sendo cantada por mim, de joelhos perante ao altar de uma igreja, encarando o crucifixo. Choro enquanto rezo porque minhas orações não estão dando certo, mas ainda insisto limpando as lágrimas do meu rosto, só que infelizmente não consigo dizer mais nada porque sinto que aquele não é o meu lugar.
"I'm all dressed in ice
There's a ton in my eyes
I've been frozen twice
Shouting in pain to the skies"
- Vestida de gelo. Juro que até me imaginei a Elsa transformando suas roupas naquele vestido de gelo enquanto canta Let It Go, mas não tem nada a ver com libertação. Eu quero dizer que estou literalmente congelada, sem poder me mexer. A tonelada em meus olhos são toneladas de lágrimas, é claro.
"I look up at the above
Searching for some kind of love
I look down at the below
Pain is eveverything I know
I look back over my shoulder
And the world's getting colder
I look forward and sideways
But I feel that's not my place
(Dry the tears of your face)"
- Eu amo esse pré-refrão, eu acho que é uma das coisas mais geniais que já escrevi. Olho pra cima procurando amor, olho pra baixo mas só conheço a dor, olho por trás do meu ombro e o mundo fica mais frio, olho pra frente e pros lados mas sinto que esse não é o meu lugar. É simples, o eu-lírico procura se encontrar em vários lugares, se dirigindo a várias direções diferentes mas não consegue se sentir em casa, é um sentimento de desamparo, abandono e não-pertencimento horrível, só quem já passou sabe. Especificamente, eu falo sobre religião nessa música, então é um sentimento de não pertencer a nenhuma religião.
"This place has no light
It's painted with black and white
Every line I write
Reflects my horror tonight"
- A escuridão e o preto e branco são as melhores maneiras de representar como você se sente quando parece que não se encaixa o lugar nenhum. Você fica triste e vê o mundo sem cores. Também utilizei o recurso da metalinguagem ao falar sobre o ato de escrever uma música em uma música, gosto muito disso.
"My head is such a mess
All is gone, I guess
Been through so much stress
Begging on knees for bless"
- Aqui é a parte do desespero que eu amo, Enoshima Junko me consuma. O eu-lírico se encontra tão perdido que implora por uma bênção.
"'Cause I am unholy
And they don't want me anywhere
Doomed to be sorrowful soul
Is that what you call being fair?"
O refrão nos traz uma espécie de aceitação, que na verdade vai ser evidenciada mesmo no bridge. Nessa primeira parte canto sobre como não sou sagrada, ou seja, como não pertenço a nenhuma religião e não me querem em lugar nenhum. Resumidamente, não tenho para onde ir quando morrer. É isso que você chama de ser justo, p*rra?
"'Cause I am unholy
Not wanted in life or in death
I'd like to know the motive
But I just know they hate me af
'Cause I am unholy"
- Há uma certa cobrança da sociedade de que você precisa acreditar em algum coisa, que você precisa ter uma religião. É triste que a intolerância religiosa acontece até para quem não tem uma. As pessoas costumam me odiar por isso, por eu "não ser sagrada".
"My body rest on the altar
Spiritually defaulter
I'd be crying to craziness
In the dark maziness"
- Agora é o que chamamos de acerto de contas. Meu corpo descansa no altar, ou seja, morri. Sou espiritualmente infratora porque não tenho religião, logo, aquilo que eu disse, não tenho para onde ir.
"But I don't believe it
May I tell you a secret?
I hate all this bullshit
Can we condemn my spirit?"
- E foi aqui que eu disse que realmente temos uma aceitação, no fim do bridge. O eu-lírico sempre diz: F*da-se! Cansei! Não acredito em nada disso e ponto final, odeio todo esse papo. Agora, você que diz que se eu não acreditar irei pro fogo do inferno, então condena meu espírito logo! Faz o que você quiser, me amaldiçoa como quiser, eu não acredito mesmo.
- A música é baseada em experiências pessoais, sobre procurar se encaixar em algum lugar, tentar vários diferentes e não conseguir se encontrar. É sobre isso que eu escrevo. Nem sempre precisamos ter uma religião, acredite até onde você quer acreditar.