Post by andrewschaefer on Feb 15, 2020 21:22:01 GMT -3
Na noite deste sábado, quinze de fevereiro de dois mil e vinte, o furry de veado Jack McDeer, participou do programa de televisão exibido por todo o território dos Estados Unidos Late Night with Seth Meyers, apresentado pelo próprio icônico apresentador, Seth Meyers. No programa, Jack concedeu uma entrevista onde falou os detalhes do seu novo single, Good Boy, explicando mais sobre o conceito e o performando para a plateia. Jack ainda revelou que pretende fazer uma série de divulgações nas próximas semanas pois quer que todos ouçam a música.
Seth: Nosso convidado de hoje é um personagem polêmico que causou muita discussão na internet nos últimos dias, principalmente pelo lançamento do seu novo single. Recebam o artista furry Jack McDeer!
Jack: Apesar de te odiar, é um prazer estar aqui, Seth.
Seth: Você me odeia, Jack? O que eu te fiz?
Jack: Você é um humano e eu odeio humanos, todos eles e sem uma única exceção. Este sou eu agora.
Seth: Bem, acredito que vamos ter um pouco de dificuldade para entender o que aconteceu, não é? Vamos fazer uma recapitulação do ano passado, quando você lançou o EP Fur You, mostrando todo esse lado fofo entre humanos e animais, o amor e carinho entre donos e pets. O que exatamente aconteceu para que houvesse toda essa reviravolta mirabolante?
Jack: Bem, Seth, quem assistiu a parte visual do meu EP pôde entender bem o que aconteceu. Todo o amor que os humanos que me adotaram tinham era mentira. Bem no finalzinho do último vídeo, me prenderam em um celeiro escuro.
Seth: Ah, sim, sim. Eu me lembro desse final, Jack. Todos ficamos sem entender muito bem o que tinha ocorrido pois até então as relações que você estava mantendo com os seus donos parecia muito saudável, mas então era tudo falso mesmo?
Jack: Sim, e eu vim cuspir tudo isso pra fora em Good Boy, é a música sobre o tempo que eles me maltrataram e agora é hora da minha vingança.
Seth: Mas porque todos os humanos são ruins? Você culpa todos pelo erro de alguns?
Jack: Eu já não gostava de humanos antes porque nos caçavam, botavam fogo na nossa casa... Os únicos humanos que eu pensei que seriam legais me revelaram sendo tão monstros quanto. Não tem jeito, está no gene de vocês, vocês humanos são horríveis.
Seth: Acho que ninguém vai conseguir mudar a sua mente, não é? Mas agora, fora do personagem, porque você decidiu essa mudança tão brusca de gênero musical? O Jack que todos conhecíamos era fofo e cantava um pop suave muito agradável. Agora é como se você tivesse ido de um extremo ao outro, não conseguimos entender.
Jack: A minha intenção foi justamente chocar, eu queria que as pessoas fossem conferir minha música nova esperando mesma sonoridade e lirismo de antes e se deparassem com isso. Talvez tenha sido, sim, uma estratégia para viralizar, haha, mas o que importa é que acho que consegui o que eu queria. Diversas pessoas vieram até mim reclamar do que estavam ouvindo e eu amei receber esse feedback negativo porque era justamente minha intenção. É preciso que as pessoas entendam que eu estou criando uma história aqui, com início, meio e fim. Fur You foi apenas a introdução de tudo. Esse meu novo EP está sendo o clímax e estou ansioso para chegar ao final dessa triologia magnífica na qual estou trabalhando.
Seth: Então haverá um terceiro EP depois deste de Good Boy?
Jack: Sim, será uma sequência de três EPs, todos eles visuais, e no final eu vou juntar tudo em um único álbum e em um único filme que pretendo exibir em cinemas.
Seth: E pra esse terceiro EP você vai fazer uma mudança radical no gênero musical também?
Jack: Olha, Seth, pretendo, sim, mas não sei se vou conseguir chocar tanto como estou chocando agora.
Seth: O que te fez decidir por esse estilo musical tão extremo? Esse som experimental, futurista, não encontramos em qualquer artista, não foi apenas uma escolha arriscada e corajosa, mas também inovadora.
Jack: Eu confesso que tive algumas influências, sendo a principal a Plastique Condessa, que já fazia algo do tipo ano passado, mas eu quis além dela. Meus sintetizadores aqui são tão poderosos que é como se eles tocassem no fundo da alma. Devo tudo ao incrível produtor musical Klaus Henderson, ele produziu todo o meu segundo EP e eu estou adorando trabalhar com ele, nos identificamos musicalmente muito bem.
Seth: Aliás, como vai ser o nome do seu EP mesmo?
Jack: Para quem não havia percebido ainda, eu já usei o nome duas vezes. Na primeira vez, foi na minha performance no Video Music Awards 2020. A minha apresentação não deu tanto o que falar quanto eu queria. Eu tentei usar alguns elementos que realmente não fossem condizentes com o conteúdo do álbum, como um crânio de veado, caçadores tentando me matar e uma panela. Essa panela na verdade já foi intencional pois eu sabia que ia fazer essa panelada de agora. Na apresentação, eu performei exatamente o contrário do que eu cantava. Todo o amor e afeto narrava uma cena de perseguição e espingardas. No final de tudo, o telão foi tomado por imagens que passavam rapidamente, mas se você prestasse atenção, poderia ver algo "FURFUR SOON".
Seth: Acho que me lembro de algo parecido sim. Mas qual foi a segunda vez que você usou o nome?
Jack: No próprio lyric video de Good Boy, apareceu por um sexto de segundo, então foi muito rápido, natural que quase ninguém tenha percebido, principalmente após todas aquelas cores fortes e variações repentinas. Mas, sim, estava lá, "FURFUR SOON".
Seth: Deixa eu ver se entendi bem: o nome do EP vai ser Furfur? O que é isso?
Jack: Haha, esse é um conceito que só vou poder explicar depois que o EP tiver saído, vai facilitar até a compreensão, mas uma busca no Google já tira todas as suas dúvidas facilmente. Mas, sim, vai ser esse mesmo o nome do EP.
Seth: Uau! Mal espero pra ouvir quando sair!
Jack: Vai estar muito bom! Talvez não para humanos, mas vai estar, sim!
Seth: Agora queria que você falasse mais sobre o lyric video que foi lançado no mesmo dia da música, pode ser?
Jack: Pode ser, sim. Quais as suas perguntas sobre o lyric video?
Seth: Pudemos ver que a direção foi creditada como sendo sua, você realmente dirigiu o vídeo?
Jack: Sim, eu fiz o vídeo do zero. Todas as imagens foram editadas por mim e montadas até obter aquele resultado.
Seth: Foi a sua primeira vez fazendo algo do tipo?
Jack: Eu havia dirigido todos os clipes do Fur You antes, então eu já tinha uma noção de como seria, mas foi completamente diferente do que eu esperava. Para o Fur You, eu escrevia roteiros, os respectivos atores liam e atuavam. Se algum observação precisasse ser feita, eu pausava as filmagens para explicar o que queria que mudasse ou não. O maior desafio foi arrumar veados reais para participar, mas felizmente demos um jeito. Alguns como o que está pegando fogo na floresta são puros efeitos computacionais, mas outros são reais mesmo. Enfim, eu esperava que não fosse muito diferente, mas teve duas enormes diferenças aí.
Seth: E você vai contar quais foram as diferenças?
Jack: Em primeiro lugar, eu me esqueci que era um lyric video e não um music video. As cenas reais que eu usei foram pouquíssimas. Apenas algumas fotos minhas, um vídeo meu e fotos de veados reais, o que sinceramente não foi nem de longe a parte mais difícil. Por ser um lyric video, era necessário que eu montasse todas as imagens para cada verso da música. E, por se tratar de uma era completamente diferente, em que eu queria que as variações de cores fossem rápidas e bruscas, eu precisava fazer duas ou até três versões diferentes da imagem para o mesmo verso, o que foi extremamente cansativo. Foram quase 60 quadros montados para o vídeo, sem contar é claro algumas cenas que já estavam prontas.
Seth: Com cenas prontas você se refere àquele vídeo do veado em 3D dançando?
Jack: Sim, sim. A Plastique Condessa tinha postado no status do WhatsApp e eu pedi a ela que me enviasse, mas não disse o motivo, é claro. É muito difícil achar esses vídeos estranhos de veados, então eu dei muita sorte que esse caiu nas minhas mãos assim. A Plastique me enviou e eu entrei em contato com os respectivos criadores para poder utilizá-lo adequadamente e legalmente em meu lyric video.
Seth: Nossa, sério? Você teve todo esse trabalho?
Jack: Claro que não, eu usei o vídeo sem falar nada mesmo e é isso aí.
Seth: Hahaha! Bem, Jack, e houve outras cenas prontas, não é isso?
Jack: A cena em que eu estou sentado na cama seduzindo, ou ao menos tentando, haha, foi gravada no mesmo vídeo que eu tirei a foto para a capa do single. Eu nem sei porque aquela foto foi escolhida na verdade, eu estava com um amigo no dia e a gente estava tirando fotos e se divertindo quando tivemos a ideia de tirar essas fotos aleatórias. Um dia depois eu fui ver tudo no meu celular e pensei 'Puts, isso aqui dá uma capa de single muito boa'. O vídeo eu aproveitei para o lyric video e o distorci completamente, acredito que tenha ficado um resultado muito bom pois eu achei bastante divertido gravar o vídeo e colocá-lo lá também.
Seth: Como humano, quero dizer, não-furry, posso dizer que me senti um pouco desconfortável e aquilo foi um pouco cringe demais pra mim, entende?
Jack: Claro, é perfeitamente normal que vocês humanos fedidos ainda não tenham desenvolvido a capacidade intelectual necessária para interpretar a arte e estilo de vida dos furry.
Seth: E aquela foto provocante que apareceu por rápidos frames?
Jack: Foi como fui vestido para o VMAs. Eu nem me dei o trabalho de tirar outra foto, peguei a que os fotógrafos tinham tirado no dia e coloquei mesmo. Eu acho que combinou muito bem com o momento da música, "furry porns".
Seth: Sim! Nem me fale! Que verso perturbadoramente assombroso e criativo e bem pensado e eu não sei como descrever, eu estou sem problemas, foi uma ótima composição e um belo lyric video, Jack. Se é que posso dizer essa palavra, belo...
Jack: O que é beleza? É um conceito extremamente abstrato e subjetivo. É relativo para cada pessoa.
Seth: Por favor, não discuta filosofia comigo, não era nem de perto o meu assunto preferido na escola.
Jack: Nem o meu, haha. Ensinam filosofia de uma maneira horrível nas escolas, mas filosofia é algo lindo. Tipo, quem quer saber o que aqueles velhos da Grécia Antiga pensavam? Os questionamentos que nós mesmos criamos são bem mais interessantes, essas crises existenciais e discutir sobre isso. Ontem a noite eu estava discutindo com a Brie sobre a existência de buracos.
Seth: Existência de buracos? Tipo, buracos negros?
Jack: Não, buracos normais mesmo, só buracos.
Seth: Eu não ia pedir isso, mas minha curiosidade simplesmente não permite. Pode explicar mais?
Jack: Uma rosquinha é uma massa com um buraco no meio. Quando você come a rosquinha, você só come a massa, você não come o buraco, então quando você terminou de comer, pra onde foi o buraco? Tecnicamente ele inda devia existir, mas não existe mais. Será que ele de fato existiu desde o início?
Seth: E o que a Brie falou sobre isso?
Jack: Disse que se comemos a rosquinha, mudamos a forma da rosquinha e o buraco deixou de ser um buraco.
Seth: Deixou de ser um buraco e virou o que?
Jack: Não sei, Seth. Da próxima vez eu chamo ela pra vir comigo pra gente continuar essa discussão.
Seth: Antes que o meu cérebro exploda mais do que já está explodindo agora, vamos continuar a falar sobre o seu lyric video. Você usou cenas do filme Bambi também, não é?
Jack: Usei. Todas distorcidas para evitar que eu leve copyright.
Seth: Disney, veja isto.
Jack: Não explana, é muito caro pagar licença para usar essas coisas. A gente tem que improvisar!
Seth: Tem alguma razão especial pela qual você decidiu usar o filme Bambi?
Jack: Além do fato de literalmente ser um filme sobre um veado, eu acredito que não. Apenas que eu gosto muito do filme e seria perfeito para o contexto do vídeo, não é? Acho que veio em um momento que quem estava assistindo o vídeo já estava em desespero interno, o cérebro derretendo e isso só ajudou a terminar de derreter. Amo a cena em que os veados estão pulando no azul e no branco, tudo com o contraste máximo.
Seth: Eu sei, eu sei que cena é essa. É bem perturbador mesmo.
Jack: Bem, Jack, acredito que isso seja tudo. Obrigado por ter participado do nosso programa. Gostaria de dizer mais alguma coisa para o pessoal de casa?
Jack: Sim, primeiro que Good Boy, meu novo single, já está disponível em todas as plataformas digitais, que o lyric video está disponível no YouTube para que todos deem muitas visualizações. Também que fiquem com as suas televisões ligadas no próximo sábado pois eu vou estar no Super Bowl! E, por fim, que se preparem para a vingança dos furry contra os humanos por todos esses anos de maus tratos e rebaixamento dos animais, agora estamos exigindo nossos direitos!
Seth: Muito bem, pessoal! Esse foi o Jack McDeer, e como ele disse, stream em Good Boy! Só pra encerrar, Jack, você pode cantar pra gente, por favor?
Jack: Sem problemas, canto sim!
Jack se levanta e vai para uma parte mais distante. Todas as luzes se apagam e apenas uma se acende bem acima de onde Jack está, apenas o iluminando. Um telão ao fundo começa a exibir o lyric video e antes de os versos começarem, isto é, ainda na intro da música, Jack alerta: "Quem tem epilepsia, ou fecha os olhos ou sai; quem não tem, vai descobrir se tem agora."
A música é cantada com verdadeira maestria desarmônica pelo furry de veado. Após a performance, os aplausos ressoam de maneira duvidosa e hesitante pelo ambiente, estimuladas unicamente pelas animadoras de plateia que forçaram ter gostado daquela apresentação horripilante de uma música mais desagradável ainda. As tentativas de sedução de Jack extremamente cringe que ultrapassavam o nível de vergonhoso e ainda transbordavam foram a gota d'água. Parece que ele queria mesmo arrancar essas caras de desconforto do público.
Com tudo encerrado, Jack McDeer deixa o palco com o telão marcando uma enorme mensagem "STREAM GOOD BOY".
Seth: Nosso convidado de hoje é um personagem polêmico que causou muita discussão na internet nos últimos dias, principalmente pelo lançamento do seu novo single. Recebam o artista furry Jack McDeer!
Jack: Apesar de te odiar, é um prazer estar aqui, Seth.
Seth: Você me odeia, Jack? O que eu te fiz?
Jack: Você é um humano e eu odeio humanos, todos eles e sem uma única exceção. Este sou eu agora.
Seth: Bem, acredito que vamos ter um pouco de dificuldade para entender o que aconteceu, não é? Vamos fazer uma recapitulação do ano passado, quando você lançou o EP Fur You, mostrando todo esse lado fofo entre humanos e animais, o amor e carinho entre donos e pets. O que exatamente aconteceu para que houvesse toda essa reviravolta mirabolante?
Jack: Bem, Seth, quem assistiu a parte visual do meu EP pôde entender bem o que aconteceu. Todo o amor que os humanos que me adotaram tinham era mentira. Bem no finalzinho do último vídeo, me prenderam em um celeiro escuro.
Seth: Ah, sim, sim. Eu me lembro desse final, Jack. Todos ficamos sem entender muito bem o que tinha ocorrido pois até então as relações que você estava mantendo com os seus donos parecia muito saudável, mas então era tudo falso mesmo?
Jack: Sim, e eu vim cuspir tudo isso pra fora em Good Boy, é a música sobre o tempo que eles me maltrataram e agora é hora da minha vingança.
Seth: Mas porque todos os humanos são ruins? Você culpa todos pelo erro de alguns?
Jack: Eu já não gostava de humanos antes porque nos caçavam, botavam fogo na nossa casa... Os únicos humanos que eu pensei que seriam legais me revelaram sendo tão monstros quanto. Não tem jeito, está no gene de vocês, vocês humanos são horríveis.
Seth: Acho que ninguém vai conseguir mudar a sua mente, não é? Mas agora, fora do personagem, porque você decidiu essa mudança tão brusca de gênero musical? O Jack que todos conhecíamos era fofo e cantava um pop suave muito agradável. Agora é como se você tivesse ido de um extremo ao outro, não conseguimos entender.
Jack: A minha intenção foi justamente chocar, eu queria que as pessoas fossem conferir minha música nova esperando mesma sonoridade e lirismo de antes e se deparassem com isso. Talvez tenha sido, sim, uma estratégia para viralizar, haha, mas o que importa é que acho que consegui o que eu queria. Diversas pessoas vieram até mim reclamar do que estavam ouvindo e eu amei receber esse feedback negativo porque era justamente minha intenção. É preciso que as pessoas entendam que eu estou criando uma história aqui, com início, meio e fim. Fur You foi apenas a introdução de tudo. Esse meu novo EP está sendo o clímax e estou ansioso para chegar ao final dessa triologia magnífica na qual estou trabalhando.
Seth: Então haverá um terceiro EP depois deste de Good Boy?
Jack: Sim, será uma sequência de três EPs, todos eles visuais, e no final eu vou juntar tudo em um único álbum e em um único filme que pretendo exibir em cinemas.
Seth: E pra esse terceiro EP você vai fazer uma mudança radical no gênero musical também?
Jack: Olha, Seth, pretendo, sim, mas não sei se vou conseguir chocar tanto como estou chocando agora.
Seth: O que te fez decidir por esse estilo musical tão extremo? Esse som experimental, futurista, não encontramos em qualquer artista, não foi apenas uma escolha arriscada e corajosa, mas também inovadora.
Jack: Eu confesso que tive algumas influências, sendo a principal a Plastique Condessa, que já fazia algo do tipo ano passado, mas eu quis além dela. Meus sintetizadores aqui são tão poderosos que é como se eles tocassem no fundo da alma. Devo tudo ao incrível produtor musical Klaus Henderson, ele produziu todo o meu segundo EP e eu estou adorando trabalhar com ele, nos identificamos musicalmente muito bem.
Seth: Aliás, como vai ser o nome do seu EP mesmo?
Jack: Para quem não havia percebido ainda, eu já usei o nome duas vezes. Na primeira vez, foi na minha performance no Video Music Awards 2020. A minha apresentação não deu tanto o que falar quanto eu queria. Eu tentei usar alguns elementos que realmente não fossem condizentes com o conteúdo do álbum, como um crânio de veado, caçadores tentando me matar e uma panela. Essa panela na verdade já foi intencional pois eu sabia que ia fazer essa panelada de agora. Na apresentação, eu performei exatamente o contrário do que eu cantava. Todo o amor e afeto narrava uma cena de perseguição e espingardas. No final de tudo, o telão foi tomado por imagens que passavam rapidamente, mas se você prestasse atenção, poderia ver algo "FURFUR SOON".
Seth: Acho que me lembro de algo parecido sim. Mas qual foi a segunda vez que você usou o nome?
Jack: No próprio lyric video de Good Boy, apareceu por um sexto de segundo, então foi muito rápido, natural que quase ninguém tenha percebido, principalmente após todas aquelas cores fortes e variações repentinas. Mas, sim, estava lá, "FURFUR SOON".
Seth: Deixa eu ver se entendi bem: o nome do EP vai ser Furfur? O que é isso?
Jack: Haha, esse é um conceito que só vou poder explicar depois que o EP tiver saído, vai facilitar até a compreensão, mas uma busca no Google já tira todas as suas dúvidas facilmente. Mas, sim, vai ser esse mesmo o nome do EP.
Seth: Uau! Mal espero pra ouvir quando sair!
Jack: Vai estar muito bom! Talvez não para humanos, mas vai estar, sim!
Seth: Agora queria que você falasse mais sobre o lyric video que foi lançado no mesmo dia da música, pode ser?
Jack: Pode ser, sim. Quais as suas perguntas sobre o lyric video?
Seth: Pudemos ver que a direção foi creditada como sendo sua, você realmente dirigiu o vídeo?
Jack: Sim, eu fiz o vídeo do zero. Todas as imagens foram editadas por mim e montadas até obter aquele resultado.
Seth: Foi a sua primeira vez fazendo algo do tipo?
Jack: Eu havia dirigido todos os clipes do Fur You antes, então eu já tinha uma noção de como seria, mas foi completamente diferente do que eu esperava. Para o Fur You, eu escrevia roteiros, os respectivos atores liam e atuavam. Se algum observação precisasse ser feita, eu pausava as filmagens para explicar o que queria que mudasse ou não. O maior desafio foi arrumar veados reais para participar, mas felizmente demos um jeito. Alguns como o que está pegando fogo na floresta são puros efeitos computacionais, mas outros são reais mesmo. Enfim, eu esperava que não fosse muito diferente, mas teve duas enormes diferenças aí.
Seth: E você vai contar quais foram as diferenças?
Jack: Em primeiro lugar, eu me esqueci que era um lyric video e não um music video. As cenas reais que eu usei foram pouquíssimas. Apenas algumas fotos minhas, um vídeo meu e fotos de veados reais, o que sinceramente não foi nem de longe a parte mais difícil. Por ser um lyric video, era necessário que eu montasse todas as imagens para cada verso da música. E, por se tratar de uma era completamente diferente, em que eu queria que as variações de cores fossem rápidas e bruscas, eu precisava fazer duas ou até três versões diferentes da imagem para o mesmo verso, o que foi extremamente cansativo. Foram quase 60 quadros montados para o vídeo, sem contar é claro algumas cenas que já estavam prontas.
Seth: Com cenas prontas você se refere àquele vídeo do veado em 3D dançando?
Jack: Sim, sim. A Plastique Condessa tinha postado no status do WhatsApp e eu pedi a ela que me enviasse, mas não disse o motivo, é claro. É muito difícil achar esses vídeos estranhos de veados, então eu dei muita sorte que esse caiu nas minhas mãos assim. A Plastique me enviou e eu entrei em contato com os respectivos criadores para poder utilizá-lo adequadamente e legalmente em meu lyric video.
Seth: Nossa, sério? Você teve todo esse trabalho?
Jack: Claro que não, eu usei o vídeo sem falar nada mesmo e é isso aí.
Seth: Hahaha! Bem, Jack, e houve outras cenas prontas, não é isso?
Jack: A cena em que eu estou sentado na cama seduzindo, ou ao menos tentando, haha, foi gravada no mesmo vídeo que eu tirei a foto para a capa do single. Eu nem sei porque aquela foto foi escolhida na verdade, eu estava com um amigo no dia e a gente estava tirando fotos e se divertindo quando tivemos a ideia de tirar essas fotos aleatórias. Um dia depois eu fui ver tudo no meu celular e pensei 'Puts, isso aqui dá uma capa de single muito boa'. O vídeo eu aproveitei para o lyric video e o distorci completamente, acredito que tenha ficado um resultado muito bom pois eu achei bastante divertido gravar o vídeo e colocá-lo lá também.
Seth: Como humano, quero dizer, não-furry, posso dizer que me senti um pouco desconfortável e aquilo foi um pouco cringe demais pra mim, entende?
Jack: Claro, é perfeitamente normal que vocês humanos fedidos ainda não tenham desenvolvido a capacidade intelectual necessária para interpretar a arte e estilo de vida dos furry.
Seth: E aquela foto provocante que apareceu por rápidos frames?
Jack: Foi como fui vestido para o VMAs. Eu nem me dei o trabalho de tirar outra foto, peguei a que os fotógrafos tinham tirado no dia e coloquei mesmo. Eu acho que combinou muito bem com o momento da música, "furry porns".
Seth: Sim! Nem me fale! Que verso perturbadoramente assombroso e criativo e bem pensado e eu não sei como descrever, eu estou sem problemas, foi uma ótima composição e um belo lyric video, Jack. Se é que posso dizer essa palavra, belo...
Jack: O que é beleza? É um conceito extremamente abstrato e subjetivo. É relativo para cada pessoa.
Seth: Por favor, não discuta filosofia comigo, não era nem de perto o meu assunto preferido na escola.
Jack: Nem o meu, haha. Ensinam filosofia de uma maneira horrível nas escolas, mas filosofia é algo lindo. Tipo, quem quer saber o que aqueles velhos da Grécia Antiga pensavam? Os questionamentos que nós mesmos criamos são bem mais interessantes, essas crises existenciais e discutir sobre isso. Ontem a noite eu estava discutindo com a Brie sobre a existência de buracos.
Seth: Existência de buracos? Tipo, buracos negros?
Jack: Não, buracos normais mesmo, só buracos.
Seth: Eu não ia pedir isso, mas minha curiosidade simplesmente não permite. Pode explicar mais?
Jack: Uma rosquinha é uma massa com um buraco no meio. Quando você come a rosquinha, você só come a massa, você não come o buraco, então quando você terminou de comer, pra onde foi o buraco? Tecnicamente ele inda devia existir, mas não existe mais. Será que ele de fato existiu desde o início?
Seth: E o que a Brie falou sobre isso?
Jack: Disse que se comemos a rosquinha, mudamos a forma da rosquinha e o buraco deixou de ser um buraco.
Seth: Deixou de ser um buraco e virou o que?
Jack: Não sei, Seth. Da próxima vez eu chamo ela pra vir comigo pra gente continuar essa discussão.
Seth: Antes que o meu cérebro exploda mais do que já está explodindo agora, vamos continuar a falar sobre o seu lyric video. Você usou cenas do filme Bambi também, não é?
Jack: Usei. Todas distorcidas para evitar que eu leve copyright.
Seth: Disney, veja isto.
Jack: Não explana, é muito caro pagar licença para usar essas coisas. A gente tem que improvisar!
Seth: Tem alguma razão especial pela qual você decidiu usar o filme Bambi?
Jack: Além do fato de literalmente ser um filme sobre um veado, eu acredito que não. Apenas que eu gosto muito do filme e seria perfeito para o contexto do vídeo, não é? Acho que veio em um momento que quem estava assistindo o vídeo já estava em desespero interno, o cérebro derretendo e isso só ajudou a terminar de derreter. Amo a cena em que os veados estão pulando no azul e no branco, tudo com o contraste máximo.
Seth: Eu sei, eu sei que cena é essa. É bem perturbador mesmo.
Jack: Bem, Jack, acredito que isso seja tudo. Obrigado por ter participado do nosso programa. Gostaria de dizer mais alguma coisa para o pessoal de casa?
Jack: Sim, primeiro que Good Boy, meu novo single, já está disponível em todas as plataformas digitais, que o lyric video está disponível no YouTube para que todos deem muitas visualizações. Também que fiquem com as suas televisões ligadas no próximo sábado pois eu vou estar no Super Bowl! E, por fim, que se preparem para a vingança dos furry contra os humanos por todos esses anos de maus tratos e rebaixamento dos animais, agora estamos exigindo nossos direitos!
Seth: Muito bem, pessoal! Esse foi o Jack McDeer, e como ele disse, stream em Good Boy! Só pra encerrar, Jack, você pode cantar pra gente, por favor?
Jack: Sem problemas, canto sim!
Jack se levanta e vai para uma parte mais distante. Todas as luzes se apagam e apenas uma se acende bem acima de onde Jack está, apenas o iluminando. Um telão ao fundo começa a exibir o lyric video e antes de os versos começarem, isto é, ainda na intro da música, Jack alerta: "Quem tem epilepsia, ou fecha os olhos ou sai; quem não tem, vai descobrir se tem agora."
A música é cantada com verdadeira maestria desarmônica pelo furry de veado. Após a performance, os aplausos ressoam de maneira duvidosa e hesitante pelo ambiente, estimuladas unicamente pelas animadoras de plateia que forçaram ter gostado daquela apresentação horripilante de uma música mais desagradável ainda. As tentativas de sedução de Jack extremamente cringe que ultrapassavam o nível de vergonhoso e ainda transbordavam foram a gota d'água. Parece que ele queria mesmo arrancar essas caras de desconforto do público.
Com tudo encerrado, Jack McDeer deixa o palco com o telão marcando uma enorme mensagem "STREAM GOOD BOY".