Post by bad_barbie on Feb 15, 2020 23:13:32 GMT -3
Plastique Condessa já tem um álbum e um EP lançado. Porém, ao que parece o grande público começou a dar visibilidade para ela após a brusca mudança de gênero. A cantora norte-americana, que já tinha certo apelo no meio underground já sendo uma cantora grande no meio, cresceu repentinamente com o lead single de seu novo álbum Behind The Sun, que está prestes a sair em abril deste ano. Fight With Myself está na décima primeira posição dos charts atuais, e com previsões de atingir o top 10, sendo a música de rock em maior posição do momento.
Na edição desse mês, estamos aqui para entrevistá-la e saber: como a cantora se sente com o Metalcore crescendo novamente, gênero musical que já estava morto desde o começo da década passada?
Então nós estamos aqui com Plastique Condessa para uma entrevista exclusiva para a Vogue. Plastique, como se sentiu sabendo que subiu tanto, superando, inclusive, boa parte de sua era Pc Music?
Me sinto muito feliz mesmo! Eu faço parte desse grupo que está crescendo cada vez o rock n roll na indústria, como a Agatha ou os Shadow Of The Night que são inclusive meus amigos, e fico muito atordoada em pensar que eu estou fazendo parte desse crescimento! E sobre minha era Pc Music, eu sinto que ela não rendeu tanto quanto poderia principalmente porque ainda é, infelizmente, um gênero musical inacessível. Pessoas estão mais acostumadas com o rock.
E como você está se sentindo sabendo que o movimento Rock N Roll atual é composto por artistas femininas? Você sente um pouco de empoderamento feminino nisso?
Sim, acredito que finalmente estamos conquistando nosso espaço em um gênero musical que, durante as décadas passadas, foi quase que totalmente dominado por homens. Tá certo que sempre tivemos nomes femininos, mas os masculinos sempre se sobressaíram muito mais. Só ver os ícones rock dos anos 60 e 70; quanto tempo que o punk foi dominado completamente por homens? Apenas nos anos 90 tivemos um movimento forte da Riot Grrls que fizeram o punk feminino se tornar uma realidade. Essa mudança atual, com mulheres estando sempre no topo, é um ponto a mais para o feminismo.
Inclusive, Plastique, você já pediu por empoderamento feminino antes na sua carreira, você ainda considera Real Pop Song uma música real na indústria mesmo quando estamos vendo cada vez mais mulheres no topo, em qualquer gênero musical?
Sim, nós conquistamos nosso espaço no top 10 com muita luta. Mas ainda muitas de nós são boicotadas por gravadoras, sofremos assédio na indústria, e sofremos todo dia com homens engravatados por detrás dos panos que ainda dominam a indústria. Essa visão de fora onde tudo está lindo e colorido por conta de um top 10 cheinho de mulheres é ilusório. Muitas mulheres são caladas, como é o caso de Brie que sofreu na mão de seu empresário e apenas bem depois conseguiu expor para a mídia todos os abusos que nem imaginávamos que aconteciam fora da lente da câmera.
Então é por isso que você simplesmente não está em nenhuma gravadora ainda? Porque você sendo rica do jeito que é, o que não deve faltar são propostas de gravadoras.
Foi exatamente por isso. Eu recebo propostas de gravadoras todo santo dia, mas eu não me rendo. Muitos diziam que eu nunca conseguiria chegar a lugar nenhum sendo uma cantora independente, já que era só olhar minhas posições nos charts. E isso me fazia realmente me questionar sobre se eu devia ir para uma gravadora. Pois bem, olha onde eu cheguei sozinha, eu e a Dark Bae. E eu sei também que ninguém pode dizer que “existe um homem por trás de Plastique Condessa”, Plastique Condessa só existe por causa de si mesma, e sempre vai ser assim.
Vimos também que nos últimos dias você tem se aproximado muito da BANSHEE, outra cantora rock que tem surgido no cenário musical nos últimos dias. Como tem sido essa relação entre vocês duas?
Eu acho a BANSHEE uma artista muito promissora, então meio que me senti na obrigação de apoiar ela na indústria. Eu vejo que ela tem muita, mas muita coisa mesmo para falar, ela só precisa que alguém dê palco para ela. Então, assim que vi ela, tratei logo de começar a minha aproximação, e estamos aí, hoje nós somos super amigas e pode ter certeza que a nossa parceria vai sair muita coisa boa.
Inclusive, você sempre disse ter uma atitude punk rock, mesmo quando você cantava Pc Music, você já sentia nessa época que a mudança de gênero viria uma hora ou outra?
Olha, eu sempre achei que ser rockstar ou ter atitude punk não é algo que necessita fazer necessariamente esse tipo de música, acredito que Rock n Roll é muito mais um espírito ou um estado de ser do que um gênero musical em si. Então eu falava que era punk rocker pela minha atitude que era bem virada para o anarquismo, que inclusive eu ainda tenho essa atitude. Mas sim, eu já imaginava que algum dia eu viraria uma cantora de rock, porque sempre amei rock n roll.
E você acha que o seu alter ego de funcionaria como uma versão mais “punk” da original?
Não, meu alterego representa apenas o personagem do álbum. Mas tanto a Plastique quanto a Death Condessa são punks igualmente. A Death Condessa se aplica apenas ao álbum, e fora dele eu sou a Plastique normal.
E ao que parece você sempre teve uma atitude meio anarquista, não é? Isso não vem de agora que você entrou na indústria.
Nossa não eu sempre fui assim deve ser por isso que ninguém me suporta mas desde que eu era adolescente eu me envolvi com anarquismo, se me perguntarem até hoje eu sei montar um coquetel molotov porque quando eu era adolescente eu resolvia todos os meus problemas com coquetel molotov. Aprendi a fazer isso em protesto, também foi em um protesto onde eu conheci meu amigo que me ensinou a produzir músicas. Então devo a minha carreira aos protestos que eu fui.
Foi quando decidiu adicionar esse anarquismo ácido nas suas músicas? Porque foi por conta dele que você ficou conhecida e requisitada na indústria, levando sua primeira nota 80 em seu primeiro projeto.
Sim, na verdade meu primeiro single foi uma história real que aconteceu comigo, e eu NUNCA imaginaria que ela me levaria a ficar conhecida no meio underground. Tipo, nunca mesmo, tanto que minhas primeiras divulgações foram em algumas rádios alemãs que me chamaram na época. Acho que eu comecei a ficar famosa depois no show no esgoto no Brasil, que foi um episódio realmente marcante na minha carreira. E minha briga com a Kierah também me deu certa popularidade na época eu acho. A aclamação que tive realmente era algo que eu estava querendo naquela época. Às vezes, me dá saudades, sabe? Naquela época anônima eu era bem mais livre para fazer o que eu quisesse já que meus fãs já eram pessoas dissimuladas mesmo então eu fazia o que eu quisesse. Mas depois eu fiquei famosa e comecei a perceber os efeitos das minhas atitudes na vida de pessoas, ela tem um peso maior. Então, estou muito mais cuidadosa.
E você vai continuar as divulgações de Fight With Myself mesmo com o lançamento de seu novo single?
Olha... Até um tempo atrás eu pretendia parar a divulgação de Fight With Myself por aqui, mas a música chegou a um ponto que está tão perto de ser um sucesso absoluto que eu acho que seria meio estranho eu deixar o single de lado. Sei lá, mesmo tendo sido lançado há um mês, o single está começando a ser reconhecido tipo... Agora. Na primeira semana eu não dava nada por ele já que foi o meu pior debut na posição 22.
Sendo assim, você vai meio que deixar seu novo single de lado?
Não vou deixar de lado, mas também não vou divulgar de forma massiva que nem eu tenho feito com Fight With Myself. Eu vou divulgar os dois singles, mas óbvio, Fight With Myself por enquanto vai estar em evidência. Provavelmente, é meu primeiro single em vários a atingir o top 10, e eu quero aproveitar isso, já que não sei quando que isso acontecerá outra vez. Não sou uma pessoa que gosta muito de ir divulgar meus singles. Eu prefiro muito mais produzir as músicas.
O que você espera depois dessa fase sua, depois do Behind The Sun, depois de tudo?
Na minha vida eu não espero nada. O Behind The Sun surgiu de um surto de duas semanas. Eu não fazia ideia de como seria o sucessor do MADEINCHINA antes dessas duas semanas. Então eu posso dizer que minha cabeça funciona de uma forma muito orgânica, e eu nunca vou conseguir me “organizar”.
Então Plastique Condessa não é alguém compreensível?
De forma alguma. Você nunca saberá o próximo passo de Plastique Condessa já que a própria não sabe. Resumindo: Plastique Condessa é doida e seus fãs compreendem isso porque a maioria é igual a ela.
Você tem alguma coisa para dizer para finalizar essa ótima entrevista?
Sim, eu gostaria de dizer para darem stream em Fight With Myself hahaha! Mas é sério dêem stream em Fight With Myself. E continuem apoiando as mulheres no mundo do rock. Podemos fazer tanto quanto os homens.
E essa foi Plastique Condessa. O que podemos esperar do novo álbum? Nós não sabemos, já que como a própria Plastique diz, ela é uma incógnita. Resta-nos esperar abril para ver o que a cantora tem guardado para nós. Estamos ansiosos.