Post by butterflyeffectrecords on Mar 13, 2020 3:13:33 GMT -3
Boa noite, meus demoninhos preferidos! Aqui quem fala é a Banshee e você está escutando o Banshee Radio! Chegamos no Episódio 5, é isso mesmo! 5 episódios em que vocês me escutam falar sobre as coisas que meus colegas do maravilhoso ramo da música fazem! O projeto do episódio de hoje foi escolhido por ninguém mais, ninguém menos que vocês então vamos ver que tipo de coisa eu vou escutar hoje... Furfur do Jack Mcdeer! Se o EP todo seguir o conceito da performance que eu presenciei no MAMA, vai ser a coisa mais assustadoramente interessante que eu já vi. Então vamos para a primeira faixa.
“Anthropophagy”
Meu deus, isso é totalmente eletrônico e muito perturbador. Eu não sei se eu realmente gosto disso ou se é só minha mente fã de jogo de terror trash futurista falando mas o que eu posso dizer é que essa melodia segue muito bem o conceito da persona artística que o Jack criou pra essa era, é totalmente sem limites ou inibições, é a mais pura explosão de ódio e revolta que eu já vi na música eletrônica e esses sentimentos não são ruins na indústria musical, muito pelo contrário, as pessoas precisam desse tipo de coisa pra não se sentirem monstros quando nutrem sentimentos ruins por alguém e todo mundo faz isso, até as divas pop que criam essa imagem de garotinha inocente de coração puro. Eu amo como a letra leva as coisas até o final, Jack não começa uma coisa e fica com medo de chegar até o fim da estrada, não importa quão polêmico seja, e isso é uma qualidade que eu vejo em poucos artistas no cenário de hoje em dia.. Por mais que o personagem de Jack não seja humano, a letra expressa sentimentos bem humanos. Eu não sei exatamente do que a música fala mas provavelmente é uma crítica a como o ser humano age sobre a natureza e destrói tudo sem pensar duas vezes.
“Furfur”
É, essa melodia é ainda mais perturbadora, eu estou com um medo real disso aqui, e a todo momento eu sinto que tem alguém atrás de mim, POR QUE EU FUI ESCOLHER FAZER ESSE EPISÓDIO À NOITE? Gente, eu estou literalmente tremendo, isso é demais pra mim. Eu preciso contar uma coisa pra vocês, eu sou muito medrosa. Se essa melodia não encaixasse tão bem no EP e não fosse tão respaldada pelo conceito, eu diria que não tinha gostado mas aqui ela trabalhou muito bem, talvez bem até demais, eu provavelmente vou começar a evitar Jack Mcdeer nos corredores das premiações agora, fiquei com medo demais pra olhar ele diretamente. Bom, a letra também entra no conceito já que o personagem aqui é um demônio e ele está justamente chamando fiéis para o seu culto mas ao mesmo tempo, ela não me diz muita coisa. Acho que ele se apoiou totalmente na melodia pra dar todo esse sentimento de horror e desespero nos ouvintes e preparar a gente psicologicamente para o que vem a seguir. Eu espero porque não vou aguentar algo mais aterrorizante que isso!
“Good Boy”
Para o bem da minha imagem, essa música não é tão perturbadora quanto a anterior, eu até consigo aguentar isso. Eu não vi nenhuma particularidade nessa melodia, na verdade. É só um amontoado de loops distorcidos e deformados pra causar espanto e mais uma série de sentimentos ruins. Eu entendo o conceito mas acho que essa música dá a impressão de que houve mais preocupação com o horror e com o gore do que com a mensagem e a música em si. Eu achei a letra confusa demais, ela é uma crítica à zoofilia ou ao consumo exploratório de carne? Porque as duas críticas são válidas mas eu não vejo maneira de elas funcionarem juntas em uma só música, pelo menos não com a velocidade com que a melodia se desenvolve. Essa música é corrida demais, aterrorizante demais e crítica de menos.
“Zoo”
Ai meu deus, não dá gente. Eu não consigo escutar essa música inteira, me desculpem mas não dá. Meu coração acelerou demais, eu acho que to passando mal. Isso parece muito trilha sonora de videos creepypasta e eu acho que agora eu estou escutando vozes e sons estranhos vindo da rua. É sério galera, eu estou morrendo de medo, acho que vou dormir aqui no estúdio do Banshee Radio mesmo... eu estou surtando. Essa melodia com certeza é uma das melhores e ao mesmo tempo piores coisas que eu já vi na minha vida. Ela é tão bem bolada, tão bem produzida com o objetivo de ser desagradável... A letra é uma das melhores, fala sobre a exploração e a tortura animal nos zoológicos, estruturalmente bem feita e executada... mas por favor, não me peçam pra escutar de novo, isso não é pra mim.
“
“The Truth”
Ótimo, essa melodia pelo menos só fica assustadora no final... Eu não tenho muito o que falar dessa melodia em específico, ela é divertida, um pouco creepy e acho que é a menos boa e menos memorável do álbum. Não é ruim, é só que as outras quatro músicas estabeleceram um nível alto de expectativa então uma melodia mais simples e menos impactante pra acabar o EP, por mais que seja a mais agradável e a única que eu talvez, e bota talvez nisso, ouviria novamente, ela não está no nível do projeto, não em questão de qualidade mas em questão de impacto.
Bom, como um todo, esse é um EP bom. Vocês sabem que eu não gosto de nada muito eletrônico mas eu vou tentar deixar meus gostos de lado. Eu acho que talvez a mensagem de conscientização sobre o meio ambiente fosse mais compreendida pelos ouvintes se não estivesse acompanhada de tantas coisas, mas ao mesmo tempo todo esse conceito visual e sonoro é o que torna o EP tão original. Toda essa mistura de ruídos, loops e autotunes poderiam ter dado muito errado mas a forma como Jack construiu um universo apocalíptico com esses elementos fez tudo parecer coeso e bem pensado.
Agora, eu vou fazer meu chá e tentar me acalmar um pouco, preparar minha cama improvisada aqui no estúdio mesmo, coisas assim [risos de nervoso]. Enquanto eu faço essas coisas, por favor fiquem com meu single, Omanko, que está no meu novo álbum entitulado “The Wife’s Lament. Eu espero que vocês gostem mais do que eu espero que eu consiga dormir essa noite! Obrigado por me assistirem! Tchau!
[Omanko toca durante o encerramento].