Post by butterflyeffectrecords on Mar 18, 2020 13:00:44 GMT -3
Boa noite, meus demoninhos preferidos! Aqui quem fala é a Banshee e você está escutando o Banshee Radio! Bom, depois do especial de Grammy onde eu comentei todas as indicações à todas as categorias, nós voltaremos à programação normal em que eu escuto um album, extended play, mini-album, single album, mixtape e qualquer outra variação disso. No entanto, nós vamos voltar à programação normal em termos porque eu decidi falar um pouco sobre o meu próprio trabalho. Nesse episódio eu vou falar um pouco sobre meu EP, o SCREAM!, faixa por faixa. Então vamos lá!
Primeira faixa, “Mono”
Eu lembro que eu estava no jardim da casa do meu pai sentada com a guitarra no colo, tocando esses acordes e ele disse “nossa, filha, isso é bom pra c*ralho”, e foi aí que eu decidi levar a música a sério e não só como um hobby. Eu já fui muito subestimada por ser uma mulher no rock e eu queria traduzir isso na letra de Mono e mesmo assim deixar ela bem divertida pra fãs de rock, do tipo que te faz balançar a cabeça e gritar acompanhando a música, eu sinto que consegui exatamente o que eu queria aqui.
“Everybody’s Fool”
Quem toca o violão é meu pai, na verdade! Eu tinha feito toda a parte da guitarra e ele veio com essa ideia de colocar uma intro de violão e eu fiquei super confusa porque a música é muito pesada, eu não entendia onde ele enxergava violão ali [risos]. Meu pai me fez quebrar muitos tabus quanto à música e Everybody’s Fool é um dos resultados disso, eu também acho que é a música mais pessoal e menos divertida do SCREAM! e é isso que eu queria, uma música de shade, de crítica pessoal, mas sem deboche porque eu acho diss tracks debochadas muito infantis.
“Gutless”
Eu amo muito essa sonoridade meio suja acompanhada de uma letra mais naturalista. Eu queria que Gutless fosse tipo, o gore do rock, uma música que lembrasse as pessoas de vermes fervilhantes! E queria que isso fosse uma metáfora para a nossa sociedade porque é exatamente isso que nós somos, vermes fervilhantes em uma cidade suja, em um sistema insólito, isso é Nova Iorque!
“Violet”
Nessa música, eu queria que os vocais e o instrumental alternassem entre tom de lamento e de revolta, por isso eu alternei entre acordes normais e power chords e entre gritos e sussurros. Tipo, como vocês acham que uma mulher se sente em uma casa onde ela sofre agressões e abusos? Ela sente anseios de se revoltar mas ao mesmo tempo tem medo, então ela se contenta com os sussurros, se contenta com sentir pena de se mesma ao invés de gritar e quebrar essa parede psicológica e isso não significa que ela não seja forte mas que ela tenha consciência de que o feminicídio existe!
“F*ck Julian”
Nessa música, eu quis ser bem engraçada porque todo dia é dia de debochar de homem que se acha machão [risos]. Na letra, eu fui alternando entre coisas masculinas pra zoar como Julian se acha um homem de verdade por performar masculinidade tóxica e ser o mais puro estereótipo de gênero que eu já conheci. Ele me ofereceu um lugar na gravadora dele em troca de sexo, esse filho da p*ta, agora eu sou maior do que ele jamais foi [risos]. Eu aproveitei pra fazer tudo que eu gosto e que não ia agradar o público nessa música, a guitarra louca, a ironia com as referências a músicas infantis, todo esse grito fora de hora e lugar, sinceramente, eu sabia que essa música não teria nenhuma chance de ser um sucesso de público mas o que importa é que eu amo ela e dei muitas risadas gravando ela. Meu pai me disse que essa música me fez ficar mais intimidadora que qualquer homem valentão e eu amei isso! Eu nunca entrei em nenhuma discussão com a Brie e até ela tem medo de mim, pelo menos foi isso que ela disse no Twitter [risos]. Isso é tudo muito engraçado porque algumas pessoas que me conhecem pessoalmente e trabalharam comigo como a Plastique ou a Agatha sabem que na verdade eu sou um amor mas de certa forma eu gosto que tenham essa imagem intimidadora de mim porque é engraçado e também me poupa de certas situações idiotas como divas pop no meu pé toda vez que eu critico a cultura pop.
Bom, essa foi a última faixa e, sinceramente, eu amei falar sobre o SCREAM!, ele me lembrou bem de quem eu sou, de que artista eu quero ser, e também é engraçado porque quando eu lancei esse EP, muitas pessoas me disseram que eu nunca seria um sucesso por ser barulhenta demais e política demais mas o SCREAM! foi um sucesso pra mim, não só por ter uma nota verde no metacritic e um single na Hot 50 mas porque é um trabalho que ainda me orgulha e me agrada muito. Foi um EP que eu nunca vou ter vergonha de falar que lancei porque ele é verdadeiramente eu. Ele grita Banshee, literalmente!
Este foi o episódio oito do Banshee Radio, obrigado por sempre escutarem tudo que eu eu tenho a dizer, agora fiquem com Torn, a minha música com a lenda Agatha Melina, single do meu album The Wife’s Lament. Tchau!
[Torn toca durante o encerramento do episódio]