Post by aquaphorrecords on Mar 29, 2020 17:57:47 GMT -3
Norma Claire concede entrevista exclusiva para Oprah na ELLE Magazine
A cantora falou sobre diversos assuntos, tanto pessoais quanto profissionais, e reforçou sua idealização de um mundo mais gentil e amoroso no futuro.
A cantora falou sobre diversos assuntos, tanto pessoais quanto profissionais, e reforçou sua idealização de um mundo mais gentil e amoroso no futuro.
Neste domingo, dia 29, um novo vídeo, acompanhado de várias fotos, foi divulgado trazendo Norma Claire como a nova capa da ELLE Magazine em sua edição de novembro.
Além do vídeo e do novo photoshoot realizado e divulgado pela revista, a cantora também concedeu uma entrevista incrível para ninguém menos do que Oprah Winfrey.
Na entrevista, a cantora contou sobre vários assuntos e levantou várias questões, como um mundo mais gentil, sua nova linha de tecnologias, seus looks em premiações, depressão, estilo, entre outros assuntos.
Leia a entrevista completa:
Mais uma vez Norma Claire prova que é a rainha do próprio castelo, agora incluindo ‘Voice Perfection 1.0’, seu novo equipamento de aprimoramento de voz em parceria com a Amazon, junto das suas realizações inovadoras em música e produções. Em um recente encontro de grandes nomes, Norma conversou com Oprah, a original magnata feminina multifacetada e uma das primeiras defensoras do bem-estar emocional, sobre a trajetória de sua carreira exponencial e suas batalhas com problemas de saúde mental.
As duas mulheres consideram uma questão pessoal interromper o estigma e a vergonha que circundam em volta das doenças mentais, e o papel de cada uma delas na abertura global do diálogo é inegável: Oprah se juntou com o príncipe Harry no começo deste ano para criar uma série documentária explorando este problema (sairá em Abril) e Norma foi convidada para se encontrar com príncipe William em Londres para discutir iniciativas para saúde mental que eles poderiam trabalhar juntos, mas não pode comparecer pois precisou estar com seus médicos. Aqui a Norma Claire se abre para sua heroína sobre seu crescimento pessoal tanto pela dor quanto pela bondade.
Eu entrevistei você pela primeira vez quase 3 anos atrás em 2017 no The Oprah Winfrey Show, e eu pude ver e sentir pela energia você florescendo dentro de si. Você estava naquele momento que estava aberta à sua própria descoberta e auto-expressão. Como você se tornou mais você mesma nos últimos 3 anos?
Eu penso que a medida que minha carreira cresceu eu mudei e fiz coisas diferentes. Eu me tornei bastante consciente da minha posição no mundo e minha responsabilidade com a humanidade e com aqueles que me seguem. E eu me considero uma punk da bondade. Eu olho para tudo que já fiz, e olho para tudo que estou fazendo agora, e é punk, você sabe que eu meio que tenho uma reputação de ser escondida, por trás dos holofotes, certo? Então para mim, eu realmente vejo minha carreira, e até o que estou fazendo agora, como uma rebelião contra todas as coisas no mundo que vejo como cruéis. Bondade cura o mundo. Bondade cura as pessoas. É o que nos une - é o que nos mantém saudáveis.
Quando você olha para os últimos 3 anos, em qual momento você sentiu que era mais capaz de expressar que a bondade cura todas as coisas?
Eu acho que realmente começou do meu relacionamento com meus fãs. Olhando para a platéia e vendo muitas pessoas que eram iguais a mim, pessoas que se sentiam diferentes, que não se sentiam vistas ou entendidas. E também vendo muitas crianças que se sentiam com medo de se abrirem sobre quem eram, isto se transformou numa espécie de experiência existencial para mim, onde eu pensei sobre o que significa ser um indivíduo - eu queria lutar por aqueles indivíduos. Na verdade eu falei sobre isso outro dia na rede social. Eu disse: 'Não faço isso pela fama, eu faço pelo impacto', e esta é a verdade. Eu reconheci muito cedo que meu impacto foi ajudar a libertar as pessoas através da bondade. Quero dizer, eu acho que é uma das coisas mais poderosas do mundo, particularmente no espaço da doença mental. Eu vejo tantas meninas muçulmanas, que me lembram de mim mesma quando tinha aquela idade. Mas as coisas estão mudando. Se eu fosse responsável e corajosa igual essas meninas na idade delas, talvez eu não tivesse problemas psicológicos hoje.
Eu quero dizer que acho que a coisas que você mais fez, e a melhor coisa, de uma maneira que agora o mundo está começando a entender - nós vemos isso através da mídia social - foi começar a conectar as pessoas a partir da tecnologia. Você estava declarando às pessoas que independente de quem você é, você é a pessoa que deveria ser. Quero saber qual o seu conselho para pessoas que ainda têm medo de serem elas mesmas, que estão vivendo uma vida falsa.
Eu acho que diria que, sinceramente, não é falso. Se você ainda não se manifestou sobre quem você é, eu gostaria de ter compaixão por você ainda não estar pronto, e avance um pouco a cada dia.
Isso é muito gentil.
Você sabe, é muito fácil dizer para alguém: 'seja corajoso', mas não é fácil de se pôr em prática. Digo, se você sente vergonha de quem é, e não se sente apoiado por pessoas que te cercam, você tem medo. A vergonha é poderosa. Mas dê tempo à você. Se permita a avançar um pouquinho a cada dia. Isso é o que eu diria: Pegue pequenos pedaços de coragem, eu não diria que é uma vida falsa. Eu diria que essa é a realidade, e que essa realidade pode mudar. Sinceramente, também foi por isso que eu fiz uma parceria com a MAC. Aliás, estou anunciando isso agorinha, Surpresa!
Uau, que grande passo! Vamos falar disso. O que te fez se sentir pronta para se tornar uma empreendedora da beleza?
Eu queria fazer isso porque, primeiro, eu tinha o tempo - eu queria colocar tudo nele, o que eu faço em tudo que faço. Eu apenas não montei uma empresa subdisiária, eu contratei uma equipe e fiz com que eles fizessem. Eu disse isso outro dia no nosso almoço: 'minhas digitais estão por toda a parte. É uma cena de crime'. E segundo, eu sentia que eu tinha a plataforma e tinha que criar a base em volta daquilo que eu defendo, e assim foi como a empresa surgiu. Seria uma rebelião de uma maneira gentil contra o status da beleza como é hoje, que está de várias formas nas mídias sociais, uma competição. É um concurso de beleza de várias maneiras. Essa empresa existe em um espaço influente na cultura que dizemos: 'Nossa casa (MAC), suas regras'. E todos são bem-vindos - todas as identidades de gênero.
Então essa é a missão da linha, de ser inclusiva para todas as identidades de gênero?
Todas as identidades de gênero, todas as identidades raciais, todo mundo, todas as idades. Isto é para todos.
Você não fica constantemente impressionada com o poder que a beleza tem para elevar as pessoas? Eu acabei de lembrar de quando estava em um hospital onde as mulheres estavam consertando suas fístulas na Etiópia e estávamos distribuindo batons, e elas estavam, literalmente, tentando sair de suas camas para pegá-los.
É muito poderosa, eu não me sentia tão bonita quando era jovem, e quando eu deixei a faculdade meus pais não estavam muito contentes comigo. Eu disse que queria ser musicista. Eu trabalhei em três empregos, pagava meu próprio aluguel e ia na farmácia para comprar maquiagem. Eu experimentei cores, me olhei no espelho e eu literalmente me fiz. Eu inventei uma Norma Claire. E isso fez me sentir tão forte, fez me sentir corajosa. Eu sofro de depressão desde que eu era uma menininha, mas minha nossa, o super herói que voou de mim, era como o Clark Kent e o Super Homem - me deu asas para voar. Também foi por isso que eu me recusei a mudar. A medida que minha carreira progredia, mesmo antes de ser famosa, quando as pessoas diziam: 'Oh, a maquiagem, tem muita maquiagem aí. Está por cima, bla, bla bla', eu era: 'Esta é minha força vital. Isso que me ajuda a voar'.
Fico me perguntando, você ainda sente a pressão de constantemente se superar? É de alguma forma uma algema para você?
Como muçulmana, isso sempre será um tabu na minha vida. Oprah, no entanto eu tenho que concordar 100% com você. Eu costumava envolver meu cérebro o mais intenso que eu podia… As pessoas ainda acham que usar um hijab é sinal de retrocesso, sinal de mulher machista. Mas esquecem o fator cultural. Nunca pararam pra se perguntar que eu apenas uso porque gosto da minha cultura e gosto de onde eu vim? Fazem de tudo pra diminuir minha autoestima, pra que eu tenha vergonha da minha origem. Mas eu me recuso a abaixar a cabeça.
Você também fez terapia dialética comportamental?
Na verdade eu tenho uma professora; Eu faço terapia dialética comportamental, e acho que esse é um caminho maravilhoso para lidar com questões de saúde mental.
Eu perguntei porque há muitas garotas na minha escola (a Oprah Winfrey Leadership Academy for Girls na África do Sul) que lidam com isso.
É realmente uma maneira muito forte de aprender a viver, e é um guia para entender suas emoções.
Essa precisa ser uma conversa muito mais longa. Eu quero saber, o que você já acreditou ser insuperável, e no fim, acabou percebendo que a solução era muito simples?
Eu já acreditei que não havia caminho de volta do meu trauma. Eu realmente acreditei. Eu estava sofrendo dores físicas, mentais e emocionais. E a medicina funciona, mas é necessário medicina e terapia para realmente funcionar, porque há uma parte do trabalho que você tem que realizar por si mesmo.
Essa é minha última pergunta: O que você acredita que a vida está pedindo de nós?
Eu acredito que a vida está nos pedindo que aceitemos o desafio. O desafio da gentileza. É difícil viver em um mundo como o nosso; nós temos uma história muito, muito grande. Estamos com problemas, e já tivemos antes. Mas eu acho que a vida nos pede, em meio a esses desafios, esse ódio, essa tragédia, essa fome, essa guerra, essa crueldade: Você pode ser gentil e sobreviver?