Post by bad_barbie on Mar 29, 2020 18:28:33 GMT -3
Músicas de divulgação: Blood e Dying
Hoje, nós estamos aqui na Vogue US para entrevistar Plastique Condessa. A cantora de 21 anos tem feito certo barulho no continente europeu, após o hit mundial “Fight With Myself”. Apesar de não ter tido o mesmo prestígio a nível global de Fight With Myself, seu novo single, Natural Loneliness, tem tocado em cada esquina do continente europeu, fazendo a cantora segurar o #1 por duas semanas. Agora, Plastique lançou seu segundo álbum de estúdio Behind The Sun, que é um álbum 100% rock com muitas influências artísticas.
A cantora, após um EP chamado Catholic Boy e seu álbum de estúdio MADEINCHINA, que eram álbuns que mesclavam um pop mais conceitual com o industrial, Plastique anunciou o cancelamento da era MADEINCHINA alegando que estava em outro momento da carreira, onde ela se tornava uma cantora de rock. Dito e feito; a cantora lançou Fight With Myself após a volta de sua segunda pausa, no dia 10 de janeiro, e colheu ótimos frutos da música. A música foi a primeira música solo de Plastique a atingir o top 5 mundial, e debutou em charts dos Estados Unidos, Europa e Ásia.
Hoje, nós vamos entrevistar a cantora para saber um pouco sobre seu novo álbum, e quais são as pretensões da cantora nessa nova fase da carreira.
Hoje é a primeira vez em muito tempo que você está sendo entrevistada aqui nas mídias estado-unidenses, você sente que está conquistando um público mais fiel e uma carreira mais consolidada na Europa do que em seu país de origem?
Na verdade, isso sempre foi um fato na minha carreira, desde que eu comecei. Desde a minha era Catholic Boy eu tenho um público mais consolidado na Europa, por exemplo, a minha primeira entrevista foi na Alemanha! A Europa sempre me deu mais valor, eu sinto que o público americano não gosta de artistas que nem eu. A Europa tem essa atmosfera mais experimental, aqui por exemplo PC Music e Metal são gêneros musicais que tem um certo sucesso.
Então, para você, o continente europeu é um lugar onde mais artistas como você podem fazer sucesso? Você acha que o mercado aqui da Europa é mais rico e variado do que o mercado americano?
Infelizmente sim. É muito difícil você ter um gênero musical diferenciado e fazer sucesso nos Estados Unidos, lá basicamente o que se dá bem de verdade é pop, rap ou trap. E eu não tenho absolutamente nada contra isso, é algo da cultura do meu país. Inclusive eu, antes de descobrir esse meu lado mais experimental e underground, eu era uma rapper. É algo da cultura americana mesmo. Países como Alemanha, França, Noruega, esses países são muito mais variados, são países onde por exemplo, festivais de metal lotam.
Falando sobre o meio underground, se antes quando você era uma rapper e tudo mais, você não conhecia o meio underground, quando que você acabou descobrindo que tinha um estilo musical que você se identificava mais? Como foi seu processo de descobrimento da PC Music e do Metal?
Foi logo depois de eu ter sido presa e ter sofrido uma desilusão nesse mundo do rap. Eu fui muito explorada quando estava na gravadora, e eles ficavam adiando meu álbum de estreia a todo momento. E eu precisava que esse álbum fosse lançado para me ver livre da gravadora. Então a demissão após ter sido presa foi quase como uma bênção. Depois disso eu pensei até em desistir da carreira musical, e me afastei da vida do crime. Minha amiga gótica me convidou para sair com ela e acabamos indo em um cemitério. Então comecei a frequentar, e fiz alguns amigos que me apresentaram o metal. Foi aí também que eu conheci a Dark Bae, e foi a Dark Bae que me apresentou a Pc Music e me apresentou aos amigos DJs dela.
Então, se você descobriu o seu lado Rock N Roll primeiro, por que ao iniciar a sua carreira você acabou escolhendo a PC Music? Tem algum motivo em específico para que isso tenha acontecido?
Era o que estava ao meu alcance na época que eu comecei minha carreira. Como eu já disse antes, eu tinha acabado de ser presa e além de tudo eu estava expulsa de casa, então eu não tinha dinheiro o suficiente para comprar qualquer instrumento musical. Foi nessa época que eu me senti engajada a tentar aprender a mexer no FL Studio, e demorou bem uns três anos, por aí, para eu aprender a mexer e desenvolver o meu próprio estilo. Foi quando eu me senti finalmente segura de lançar minha primeira música nessa nova era. E essa música foi Catholic Boy.
Você se sente melhor estando cantando rock do que PC Music? Já que, como você mesma disse, foi o ritmo que você se identificou primeiro?
Sim, eu me sinto um pouco melhor cantando rock, eu acho que é porque o rock me traz uma sensação a mais de rebeldia do que a PC Music me trazia, mesmo a minha era mais rebelde ter sido quando eu estava na PC Music. Mas eu acredito que eu sou uma rockeira e que nunca vou largar esse gênero musical, por mais que eu tenha a possibilidade de voltar para a PC Music acredito que vai ser de forma mesclada. Não vai ser do jeito que eu fazia quando eu estava na era MADEINCHINA.
Seu álbum foi lançado esse domingo. Você tem alguma expectativa do que você pode conseguir com ele? Você acha que ele tem potencial para ser grande da mesma forma que o carro chefe, Fight With Myself, foi?
Eu acredito que eu não irei repetir o feito de Fight With Myself. Quando eu estava na divulgação dessa música, eu ainda morava nos Estados Unidos, o que querendo ou não, é um fator que ajuda na divulgação. Então eu não estou com tanta sede de que esse álbum seja grandioso, mas eu espero que ele tenha uma boa recepção crítica. Eu acredito que ele é o meu melhor álbum, também o mais sincero. Mas se ele não tiver eu ainda estarei feliz com o meu trabalho.
E esse álbum é uma mistura de sub gêneros do Rock. Esta mistura ocorreu de forma inesperada ou era seu plano desde o início fazer um álbum diverso em questão de sonoridade?
Eu vou dizer que meu plano não era nem fazer esse álbum. Eu já tinha outro álbum que foi completamente descartado, e que tinha um conceito completamente diferente, então tudo que aconteceu em seguida foi de uma forma muito inesperada. Acredito que o processo de criação desse álbum foi muito natural, e eu meio que acabei misturando tudo porque eu não tinha em mente o que deveria sair. E foi incrível produzir um álbum assim, porque achei que ele ficou bem orgânico e diverso.
Agora falando sobre seu novo single e sobre sua performance no Grammy, Blood é a música com o instrumental mais pesado e mais incômodo do álbum. Que imagem você tentou passar com essa música, até mesmo na forma que você canta, já que muitas pessoas nas redes sociais comentaram que você parece estar em constante dor na voz nessa faixa em específico?
Bom, desde o início a intenção é essa. Tanto na faixa Blood quanto na faixa Dying a personagem em questão apresenta uma luta interna muito mais forte. Até mesmo em Fight With Myself, mas em Fight With Myself eu suavizei para ser mais comerciável. Mas enfim, essas duas faixas tem intenção de serem incômodas porque eu quero que o ouvinte sinta a dor que a personagem está sentindo, porque a partir desse incômodo eu vou ter certeza que meus ouvintes estão sentindo a mensagem que eu quero passar.
Aliás, como você se sentiu sabendo que você foi a cantora que ganhou mais gramofones na noite?
Ai, eu me senti lisonjeada, por mais que eu não tenha ganho nenhuma das categorias principais. Mas só pelo fato de eu saber que o meu trabalho está sendo visto e aclamado, já é tudo para mim. Acredito que as músicas que levaram gramofone foram as que eu tenho mais orgulho da minha era MADEINCHINA.
E você acha que seu novo álbum de estúdio, o Behind The Sun, tem alguma chance nas próximas premiações que virão no ano de 2020? Como por exemplo, no KMAs, VMAs, ou até mesmo no MNET e no Grammy?
Bom, tecnicamente a era Behind The Sun já tem um MNET, já que o lead-single já é vencedor de um, e acho que Fight With Myself já não vai mais marcar tanta presença em premiações já que foi indicado no Grammy também. Mas eu acho que sim, acredito que o resto do álbum tem uma chance, nem que seja mínima, de levar algum prêmio. E se levar, eu com certeza vou ficar mais feliz do que eu ficaria se eu levasse com o MADEINCHINA, já que é o meu álbum mais sincero.
E por que você acha que o MADEINCHINA não é assim tão você quanto o Behind The Sun? Tem algum motivo específico?
Tem sim, quando eu escrevi o MADEINCHINA, eu estava interpretando um personagem, não era eu mesma. A garota plástica que eu falava no álbum não era eu, era algo roteirizado, já o Behind The Sun por mais que eu tenha seguido a mesma fórmula de contar uma história por meio das composições, eu estava falando de mim. O breakdown que falo no projeto realmente aconteceu, e eu escrevi em meio a esse surto. Então, eu acho que ele me representa, acho até que ele é, na verdade, um manual que eu fiz para mim mesma de como sobreviver a uma crise depressiva. Tirar aquela pausa na minha carreira no fim do ano passado foi realmente a melhor coisa que eu fiz.
Sim, e essa mensagem só aparece no final do álbum, não é? Aliás, foi bem intensa sua mensagem na música de 13 minutos, né?
Sim, aquele é minha faixa preferida no disco inteiro, acredito que os 13 minutos aconteceram porque eu tinha muita coisa para falar para tentar ajudar as pessoas que vivem a mesma situação que eu. Na verdade, aquela música resume tudo o que eu quis falar no meu álbum inteiro; que não importa o quão mal você fique, você sempre consegue vencer. Foi na verdade, um ensinamento que eu só consegui descobrir enquanto eu estava escrevendo esse álbum. Foi algo que me fez refletir muito.
Então foi uma experiência de auto descobrimento esse álbum?
Pior que foi. Desde que eu escrevi, eu não lido com meus problemas da forma que eu lidava antes. E a forma que eu lidava antes não era das melhores. Aprendi algo que eu própria não sabia, e espero que outras pessoas aprendam também. Espero que aprendam que nenhuma luta é à toa, e que por mais que demore, você sempre encontra a luz. Ou como eu digo no meu álbum, você sempre encontra a primavera, por mais longo que seu inverno seja.
Uau, e com essa declaração emocionante, nós encerramos nossa entrevista. Plastique, muito obrigada por nos conceder essa entrevista.
Que nada, obrigada eu por terem me dado essa oportunidade!