Post by andrewschaefer on Apr 2, 2020 18:43:24 GMT -3
A cantora e compositora Agatha Melina foi convidada para participar do Chef’s Table, uma produção original da Netflix. Durante o episódio especial em que a artista comandou o programa, ela preparou diversos pratos típicos da culinária romena, bem como explicou um monte sobre a cultura do seu país de origem. Divulgando o single Regret, o lead single de seu segundo álbum de estúdio que ainda será lançado, e a faixa Ambitions, em parceria com a cantora Brie, presente na mixtape Dark Diamond Music Vol. 1, de Agatha com o produtor musical Klaus Henderson.
“Antes de qualquer coisa, eu gosto de explicar detalhadamente tudo. A Romênia é um país maravilhoso e o que mais me encanta é que a nossa cultura é única, não há nenhuma outra igual no mundo, isso por causa de todas as influências que recebemos durante nossos anos de história e evolução. Fomos fortemente influenciados em todos os aspectos de nossa cultura pelos povos que passaram por nossas terras e para ficar mais claro, eu gostaria de falar sobre cada um deles.”
“Acredita-se que a Romênia foi um dos primeiros países ocupados na Europa durante a Pré-História, isso porque uma expedição espeleológica em fevereiro de 2002 encontrou um fóssil que é um dos mais antigos de um Homo Sapiens já encontrados em todo o território europeu. Se não estou enganada, data de trinta e quatro a trinta e seis mil anos, de acordo com a datação por carbono-14. Ah, para quem está se perguntando, eu não falei errado. Não é expedição arqueológica, e sim espeleológica mesmo. Mas o que é uma expedição espeleológica? São expedições cujo foco é estudar cavernas e essas cavidades naturais. Nessa expedição em específico, foi achada a Peştera cu Oase, que significa Caverna de Ossos, lá na região dos Cárpatos, que é uma região que engloba as fronteiras Polônia, Ucrânia, Eslováquia, República Checa, e, claro, da Romênia. Nessa Caverna dos Ossos, foram encontrados ossos de diversos animais, como ursos, e claro, o tal fóssil de Homo Sapiens. E eu acho muito interessante toda essa parte arqueológica da coisa, porque um Homo Sapiens pensava e raciocinava exatamente como nós hoje e ele teve que virar naquele período completamente remoto e ainda convivendo com outras espécies do gênero Homo, deve ter sido muito estranho, mas eu confesso que adoraria poder ter uma conversa com um Homo Sapiens para entender um pouco mais de sua realidade.”
“Mais ou menos em 513 antes de Cristo, o território da Romênia era ocupado pelos getas, que eram uma tribo trácia, sendo os trácios um povo que habitou territórios de diversos países, como a própria Romênia, a Bulgária, Moldávia, parte da Grécia, da Turquia, da Sérvia e da Macedônia. Eu não entendo muito sobre esse assunto, era péssima nisso durante o fundamental, então provavelmente devo passar alguma informação errada aqui, é melhor não dizer muito. Eu não me recordo qual era a relação dos getas com os dácios, mas sei que foi nesse período da Antiguidade em que a língua romena surgiu, que era um latim informal para a época. Há documentos da época que sugerem que as línguas faladas por esses dois povos eram iguais ou no mínimo semelhantes, o que dá bastante força para esta hipótese de surgimento do idioma romeno.”
“Chegando à Idade Média, temos a tão famosa província de Valáquia e, claro, a região da Transilvânia. O principal inimigo da Valáquia era obviamente o Império Turco-Otomano que havia recentemente conquistado o território da Constantinopla, e mais tarde, a Península Balcânica, incluindo a Valáquia e Moldávia, que apesar de permanecerem autônomas, ainda estavam sob domínio dos otomanos. A Transilvânia foi tomada pelo Império Austríaco após o Império Turco-Otomano ser derrotado, mas a Valáquia continuava lhes pertencendo. Foi somente em 1877 que a Romênia declarou independência, que só foi reconhecida pelo Tratado de Berlim, em 1878, após uma guerra que envolveu os turcos, os romenos e os russos. A Romênia até perdeu parte de seu território para a Rússia, mas ganhou terras no Rio Danúbio e Mar Negro. O Rei Carlos I foi o primeiro rei da Romênia, coroado em 1881.”
“A Romênia participou da Primeira Guerra Mundial, ao lado da Tríplice Entente, que foi a aliança formada pelo Reino Unido, França e Império Russo. Quando a guerra terminou, a Romênia conseguiu incorporar ao seu território a Transilvânia, Bessarábia e Bucóvina. A partir desse período da história, chamamos a Romênia de Romênia Maior. Não muito tempo, vivemos um período ditatorial instaurado pelo Rei Carlos II, mas não durou muito tempo. Em 1940, a Rússia tomou a Bessarábia e a Bucóvina. Diversos outros territórios também foram perdidos como o da Transilvânia e Dobruja. O Rei Miguel, em 1944, deu um golpe para finalizar a ditadura e após a Segunda Guerra Mundial, a maior parte dos territórios perdidos foram recuperados. Isso é muito complicado de explicar, desculpem se ficou confuso.”
“Nós também enfrentamos um período comunista de 1947 a 1989, quando houve a que chamamos de Revolução Romena de 1989 para o fim do comunismo e a instauração da república. E eu vou ser bem sincera: eu detesto história e já estou ficando com dor de cabeça, então vamos logo para o que é mais importante. Em 2002 a Romênia foi chamada para integrar a OTAN, mas só entrou em 29 de Março de 2007. A Romênia também ingressou na União Europeia no dia primeiro de janeiro desse mesmo ano.”
“Vocês perceberam que durante todos esses anos de história nós tivemos contato com bastante povos, não é? Perdendo territórios, ganhando territórios, conflitos, sendo conquistados, nos tornando independentes. Tudo isso foi traduzido na nossa identidade cultural, que como eu já expliquei, é única. E, claro, isso reflete em diversos aspectos de nossos costumes e tradições, na música, na dança, na literatura, até no jeito de ser, de conversar, e, claro, na culinária, que é pra isso que vocês estão assistindo este episódio de Chef’s Table, não é? Isso aqui não é nenhuma aula de história, vocês querem me ver cozinhar, então é isso que vocês verão.”
“Eu irei fazer diversos pratos típicos da culinária romena aqui e espero que vocês me acompanhem nessa aventura, porque realmente vai ser uma aventura, eu sou péssima na cozinha e não faço a menor ideia de como fazer alguns pratos, então me perdoem se alguma coisa sair asquerosamente ruim. Romênia, te amo.”
“A primeira coisa que vamos preparar aqui é um delicioso Ciorbă de perișoare, que em uma tradução literal, seria algo do tipo “sopa de presunto”. Os ingredientes já estão todos aqui na minha bancada, é muito simples de se fazer. Você vai precisar de carne de porco ou de vaca, de preferência já moída. Você pode pedir a carne já moída no açougue mais próximo que eles com certeza te darão. Se não estou errada, é um pouquinho mais caro para moer, mas vale a pena pois o trabalho é um pouco cansativo. Bem, estou aqui usando um quilograma de carne de porco moída. Lembrando que você também pode usar uma mistura das duas carnes, se preferir, não é um crime e nem vai ficar menos gostoso. Eu prefiro com porco mesmo.”
“O próximo ingrediente que vamos usar é cebola. Eu gosto de usar somente uma para o gosto de cebola não ficar muito acentuado, mas se você quiser por mais, é por sua conta e risco. Também será usado arroz integral cozido, para esta receita será meia xícara. Por fim, um ovo caipira, e, para o tempero, dill, salsinha, sal e pimenta. Para quem não sabe o que é dill, já vi umas pessoas chamando de endro ou aneto. Essa parte do tempero é à gosto, mas eu vou dar as minhas recomendações de como eu gosto da minha sopa. Caso você prefira mais pimenta ou menos salsinha, é por sua conta. Você que sabe como você gosta da sua sopa e eu que sei como gosto da minha.”
“Agora é hora de por a mão na massa, ou melhor, na carne. Você vai usar a carne para fazer bolinhos pequenos de dois centímetros. Vai ficar parecido com almôndegas. Em seguida, assim que os bolinhos estiverem prontos, você deve passar na farinha branca. Na verdade, também pode ser farinha integral. Eu lembro que a minha mãe já fez com farinha integral e ficou ótimo, mas a produção disponibilizou farinha branca aqui, então estou usando essa mesmo. Não quero dizer que com farinha branca fica ruim, muito pelo contrário, continua delicioso, apenas que tanto faz qual farinha você usar: branca ou integral.”
“Qualquer restaurante tradicional romeno que você for caso esteja visitado a Romênia irá ter pratos com carne de porco. É basicamente um ingrediente básico que define toda a nossa culinária. A carne de vaca também é bastante apreciada, mas acho que o trono fica mesmo com a carne de porco. Além disso, praticamente todas as nossas refeições são acompanhadas de sopa, então esse prato é perfeito se você quiser resumir a culinária romena: uma sopa de carne. E acreditem em mim: fica delicioso.”
“Bem, agora que já temos nossos bolinhos de carne prontos, é hora de começar a fazer a sopa. Em uma panela, você vai despejar três xícaras de caldo de carne, de preferência caseiro, e três xícaras de água. Aqui eu vou colocar cenoura e aipo, que eu acho que combina muito bem com a sopa e vai dar um gostinho especial que me lembra a infância, era exatamente assim que a minha mãe fazia lá em Bucareste, capital da Romênia. Vamos deixar os legumes cozinhando por um tempo, e assim que estiverem moles, já poderemos iniciar outro passo da receita. Enquanto esperamos, já vamos deixar o arroz de molho por um tempo.”
“Agora nós vamos adicionar o arroz à panela e esperar cozinhar. Finalmente, chegou a hora que eu acho que todos estavam esperando, que é quando vamos colocar os bolinhos um a um na nossa sopa. Os bolinhos de carne vão cozinhar no caldo e para não perder tempo, nós vamos continuar acrescentando ingredientes. Eu vou colocar na minha sopa tomate e cebolinha. Vai ficar uma delícia, além de muito saudável. Vamos temperar com a salsinha, o sal, a pimenta, o dill, tudo a gosto. Eu vou colocando aqui, mas vocês não precisam pegar medida de nada, é do jeito que você quer. A minha mãe é hipertensa, então lá na minha casa na Romênia a gente costumava a por muito pouco sal na comida. Quando eu almoçava fora de casa, eu tinha que me esforçar bastante para não retorcer o nariz por achar a comida salgada. Não queria me passar de metida, é claro, mas eu realmente não estava acostumada a comer muito sal, e até hoje não estou, então eu coloco pouco sal, pouco tempero, mas isso é coisa minha mesmo, tá? Vocês podem temperar do jeito que quiserem e que acharem que vai ficar melhor.”
“Vou espremer um limão porque eu acho que fica melhor se fizermos isso. Recomendo bastante pra vocês. Depois que estiver pronto, vocês me perguntam: Ué, Agatha, e o ovo? O que a gente faz com o ovo? Você pode colocar na sua sopa para engrossar o caldo. Eu não costumo fazer isso, para ser sincera, mas muita gente faz e continua gostoso do mesmo jeito. O que importa é você estar comendo algo que você esteja gostando, e não só porque tá na receita. Essas receitas sempre são adaptáveis.”
“E está pronta a nossa deliciosa Ciorbă de perișoare. Na Romênia, temos o costume de servir sopa sempre com pão, então se você não tiver pão, corre na padaria para comprar pois se um romeno ver você comendo uma sopa típica da Romênia sem pão, ele com certeza vai mandar te prenderem. Por isso, além dessa sopa, eu decidi que iria ensinar vocês também a preparar um pão típico romeno. Estou falando do Scovergi, que possui um sabor neutro, então você pode comê-lo com pasta de amendoim, ou com Queijo Telema, que é outro prato aqui da Romênia. Nós vamos preparar o Scovergi para comer junto com a nossa sopa de carne de porco. Então, vamos lá?”
“Nós vamos utilizar quinhentas gramas de farinha. Lembrando que todos os ingredientes são proporcionais, então se você quiser o dobro de massa, dobre todos os ingredientes. Se quer o dobro, por exemplo, utilize um quilograma de farinha. Apesar de eu achar isso um tremendo exagero, às vezes você quer fazer uma quantidade maior para uma festa ou quaisquer que sejam seus motivos. Eu vou fazer a receita com uma proporção de ingredientes que seja suficiente para vocês visualizarem e que renda para mim e para toda a equipe que está aqui atrás das câmeras, haha.”
“Os ingredientes também incluem trezentos e cinquenta mililitros de água quente. Já podemos colocar para ferver enquanto separamos o resto das coisas. Vinte gramas de fermento fresco, é essencial, claro, para o nosso pão crescer, ficar bonito. Duas a três colheres de óleo, nesse caso vai mais por uma questão de preferência mesmo, usar mais ou menos óleo tem as suas vantagens e desvantagens e você escolhe. Também vamos precisar de sal, uma colher de chá de açúcar e, por fim, óleo para fritar.”
“A preparação desse pão é muito simples. Primeiro vamos peneirar a farinha somente a fim de evitar que alguma coisa estranha acabe parando no meio do nosso pão. Esses inconvenientes acontecem muito frequentemente, infelizmente. Em seguida vamos adicionar o açúcar e o fermento. Como estamos trabalhando com o fermento fresco aqui, é recomendado que se adicione também duas ou três colheres de sopa de água para facilitar quando você for mexer tudo. Isso, mexe bem e deixe descansar por dez minutos.”
“Após esse tempo passar, você vai notar que a massa começa a inchar, isso é logicamente por causa do fermento, só significa que está na hora de despejarmos nossa mistura na farinha. Também iremos por água e sal nessa massa para que ela fique bem macia e vamos começar a amassá-la. Sim, como se fosse um pão normal. Na verdade, é mesmo um pão normal, mas vocês entenderam o que eu quis dizer. Você também acrescenta o óleo que vai te ajudar a amassar, vai proporcionar mais maciez a sua massa e vai deixar ela bem fofinha. Em cerca de dez minutos, tudo estará pronto.”
“Agora vamos usar um prato, que vamos cobrir de papel alumínio e colocar a nossa massa nele. Vai demorar cerca de uma hora para que a massa dobre de tamanho, que é o que precisamos que aconteça. Assim que isso acontecer, você vai partir a massa e fazer quantos pães quiser com ela. Eu gosto de deixar os meus pães com um tamanho grande o suficiente para que só seja um necessário para se tomar a sopa, mas caso você esteja fazendo para uma festa de aniversário, por exemplo, pode fazer o pão um pouco menor, pois ali de render mais, ficará mais bonitinho e apresentável, claro.”
“Agora chegou a hora que todo mundo estranha: fritar os pães. Os pães geralmente são assados, pelo menos na maior parte do mundo, mas esse pão romeno é diferente justamente porque ele é frito. Após deixar a massa descansar mais um pouco, nós vamos colocar óleo na panela e assim que ele estiver bem aquecido, vamos colocar os nossos pães. É importante que o fogo não esteja nem muito alto, e nem muito baixo, mas sim no meio. Se estiver muito alto, a massa vai queimar em cima e ficar crua no meio, e isso é nojento, ninguém iria comer algo assim. Se o fogo estiver muito baixo, o pão acabará ficando muito oleoso pois sua massa absorverá todo o óleo da panela. Então é necessário que se coloque o fogo nesse meio-termo. Assim que dourar de um lado, você vira para o outro, os tira e deixa o óleo escorrer em papel absorvente. Bastante simples, não?”
“Esse foi o nosso Scovergi. Uma curiosidade que eu gostaria de comentar aqui é que esse pão surgiu em uma época em que os trabalhadores romenos tinham pouco tempo livre e consequentemente, mal tinham tempo para cozinhar, então eles desenvolveram essa receita de pão que era frita, portanto mais fácil. Você também pode fazer o Scovergi grelhado e adicionar outros ingredientes à massa, se preferir. Já vi algumas pessoas usando óleo de semente de uva e açúcar mascavo no lugar do açúcar branco.”
“Vocês podem ficar ouvindo minha música Regret enquanto eu me delicio com a minha sopa e como o meu pão romeno. Vejo vocês mais tarde para preparamos mais pratos típicos da culinária da Romênia, hum delícia.”
A música Regret da cantora Agatha Melina começa a tocar. O single é o carro-chefe do seu novo projeto ainda sem nome e data de lançamento. A canção é tocada enquanto Agatha toma a sua sopa e a serve para mais algumas pessoas do estúdio, como os câmeras. Ao término da música, Agatha volta a falar e já está pronta para preparar o próximo prato.
“Olá de novo, pessoal, estão prontos para cozinhar mais com essa cozinheira romena profissional aqui? Haha, tô brincando. Quem me dera ser uma boa chef de cozinha, sempre fui um desastre na cozinha. Uma vez coloquei fogo acidentalmente em tudo, então eu pensei “nossa, descobri minha vocação: incendiar coisas!”. Hahaha, novamente brincando. Ainda bem que eu sou cantora, porque eu não conseguiria me dar bem sendo cozinheira, nem comediante. Pelo menos alguma coisa eu sei fazer da vida. Acabei de perceber que todas as profissões que citei aqui começavam com a letra C: cantora, cozinheira, comediante. Será que tem mais profissões que começam com C? Eu definitivamente vou pesquisar uma lista completa com todas as profissões que começam com C quando eu chegar em casa, mas agora é hora de focarmos aqui, na nossa belíssima cozinha romena.”
“Como eu disse mais cedo caso vocês tenham prestado atenção, a sopa acompanha todos os pratos na Romênia, então eu não poderia simplesmente fazer uma sopa de carne e um pãozinho e chamar de refeição. Nós vamos partir agora para o prato principal, o que acham? A Romênia tem muitos pratos que se encaixam nesse contexto que eu queria, mas o que eu decidi trazer para vocês é o Tochitură, simples e delicioso.”
“Basicamente esse prato é costeleta de porco, mas de um jeito bastante romeno. Para preparar esse prato, nós utilizaremos quatrocentos gramas de carne de porco magra, podendo ser polpa ou músculo, quatrocentos gramas de pão, sim, vocês podem usar o Scovergi, haha, mas qualquer pão vale. Também precisaremos de cem gramas de fígado, uma a duas colheres de sopa de óleo, ou caso você prefira, apenas uma colher de sopa de manteiga. Eu prefiro com manteiga, então eu vou fazer com manteiga, ok? Mas caso você queira fazer com óleo, não tem problema nenhum, fica bom do mesmo jeito. Vamos usar de três a quatro dentes de alho, sal e pimenta para temperar, e, por fim, cem mililitros de vinho. Como eu disse, é bem do jeito romeno.”
“Esse prato é um dos que mais causa espanto nos turistas quando eles vão visitar a Romênia porque ele é um tanto fora do comum de outras culinárias, mas apesar disso, todos que saem do restaurante após comer Tochitură, se dizem satisfeitos. Eu sou suspeita para falar, mas acredito que deve ser gostoso para que até mesmo quem come com um certo receio, aclamar o prato depois que já tiver se servido.”
“Muito bem, antes de tudo é claro que você deve lavar e limpar a carne. Eu já fiz isso, a carne que está aqui está limpa. O que devemos fazer agora é cortar em cubinhos de três a quatro centímetros e então colocar para fritar. E lá vamos nós usar a nossa frigideira outra vez. Vamos fritar essa carne e assim que você ver que formou uma crosta, você já pode virar para o outro lado. Repita isso até que todos os lados tenham fritado igualmente.”
“Agora vamos fazer o mesmo com o fígado, mas sem tirar a carne de porco da frigideira, ok? Vamos limpar a carne e cortar em cubos, colocando no óleo quente para fritar também. Nesse momento, você pode temperar com sal e pimenta do jeito que você quiser. Como eu já falei aqui, sou acostumada a comer pouco sal, então vou colocar pouco sal e também não sou muito fã de pimenta, portanto colocarei pouca pimenta, mas vocês não precisam me seguir, façam a receita do jeito que vocês acharem melhor, com a quantidade de sal e pimenta que vocês acreditam que seja bom para o seu paladar.”
“Vamos por para ferver e colocar o vinho aqui também. O próximo passo é esperar a carne ficar macia. Enquanto isso, vamos picar um pouco de alho e temperar com sal. Assim que a carne amaciar na panela, nós já podemos jogar o alho por cima e a nossa costeleta de porco estará pronta. Eu decidi fazer uma versão mais leve, assim por se dizer, do Tochitură, já que alguns restaurantes romenos levam muito a sério o papo de assustar turistas e usam rim e coração de porco, bacon e até salsicha. Com essa minha receita que leva menos coisas, fica mais fácil de digerir. Mas é claro que um prato com todos os ingredientes será bem mais gostoso, então eu recomendo que se você for à Romênia algum dia, não peça para remover nenhum ingrediente pois você vai se arrepender e muito de não ter provado o prato completo.”
“Nós podemos servir o Tochitură com polenta ou queijo Telema e vai ficar uma delícia dos dois jeitos. É um dos pratos que é mais preparado na Romênia, principalmente no inverno e nas estações mais frias do ano, isso porque o prato é servido quente, então ajuda a aumentar a temperatura corporal. Algumas pessoas ainda comem esse prato com gema de ovo. Eu nunca comi, e também nunca ouvi as pessoas falarem ser bom, então eu não tenho muito interesse em saber como é, mas também nunca ouvi ninguém falar que é ruim, então caso você se sinta tentado a comer o Tochitură com gema de ovo, vá em frente e depois me diga como ficou que eu testo lá em casa, haha!”
“E é claro que como eu citei a polenta e já fiz o meu Tochitură, eu vou ter que fazer mesmo a polenta para acompanhar esse prato. Já fico com água na boca só de imaginar porque é uma combinação maravilhosa. Eu poderia usar o queijo Telema também, como falei, mas infelizmente a produção não conseguiu encontrar por aqui e ter que ir até a Romênia para comprar um pedaço de queijo não é nem um pouco vantajoso financeiramente, então foi decidido que iríamos fazer a polenta. Na verdade, todos aqui queriam provar a polenta romena, por isso a decisão. A polenta é outra comida que não falta nas mesas da Romênia durante as refeições e hoje estou aqui para ensinar a fazer a as deliciosa polenta, novamente do jeito romeno.”
“Na verdade, o nome correto mesmo nem é polenta. A polenta é um prato italiano e o nome se popularizou, simplesmente, mas existem diversos outros pratos parecidos com a polenta que acabaram recebendo o mesmo nome. No Brasil, por exemplo, há o angu. Na Romênia, chamamos de Mămăligă. Serão necessários trezentos e cinquenta gramas de farinha de milho, ou caso você não tenha com o que medir, duas xícaras devem bastar. Este é um dos principais ingredientes, então não deixe de fora e nem tente substituir por nada, a receita pode sair desastrosamente errada e no final você não vai estar comendo o Mămăligă, que é o que a gente tá fazendo aqui.”
“Os outros ingredientes são: seis xícaras de leite frio, cem gramas de manteiga e sal. Eu acabei de decidir que nós não vamos fazer uma Mămăligă comum, mas sim uma Mămăligă com queijo, é bem mais gostoso, e até combina com o prato que a gente tinha preparado antes. Muito bem, então podem separar aí, hum, deixa eu ver... Quinhentos gramas de queijo, pode ser ricota ou cream cheese, vai da sua preferência. Outros tipos de queijo eu acredito que não combinem tanto, mas caso queiram tentar, é por conta e risco de vocês, tô aqui pra ensinar a receita tradicional da Romênia e sempre fizeram com queijo branco lá desde que me entendo por gente.”
“Essa receita rende seis porções, eu sei porque eu lembro muito bem que eram estas as medidas que a minha mãe me ensinou, então caso você queira mais, dobre a receita; caso queira menos, reduza a metade, vocês sabem proporcionalidade, né? Se não sabe fazer uma regra de três e tá vendo uma série da Netflix de culinária, tem algo muito errado com a sua vida e tô falando sério. Enfim, vamos agora para o modo de preparo que é o que todos estão esperando, tava dando um tempo pra vocês pegarem os ingredientes. Na verdade, eu sei que você não tá pegando os ingredientes, você tava aí deitado na sua cama e passando vontade com a comida que eu tô fazendo e depois vai pra algum aplicativo de comida procurar algum dos pratos que eu apresentei aqui hoje e vai perceber que não tem ou que são muito caros, vai desistir e acabar pedindo uma pizza ou um lanche por já estar ali no aplicativo mesmo e por você ter preguiça de cozinhar. Toquei na ferida? Pois é. Então já podemos começar nosso trabalho aqui.”
“Para o primeiro passo, você vai precisar da farinha de milho e do leite, lembrando que ele tem que estar frio para evitar a formação de grânulos. Bem, você vai misturar estes dois ingredientes e levar ao fogo. Lembre-se sempre de estar mexendo com uma colher de madeira. Enquanto você mexe, você vai ter que prestar atenção na consistência do que está na panela, que logo se transformará numa pasta, começando a ficar grosso dos lados.”
“Você vai retirar a panela do fogo quando estiver na consistência certa, adicionar a manteiga, o sal, e claro, para dar o nosso gostinho especial, o queijo. Você pode levar ao forno em uma forma untada com manteiga, já que este prato é servido muito quente lá na Romênia. Essa é uma característica da maioria dos nossos pratos, na verdade, eles são quentes porque na Europa é frio e precisamos nos aquecer. Apesar de a Romênia não ficou tão acima do Equador como outros países como Noruega, Suécia, Finlândia, continua sendo bastante frio durante do inverno, então esta polenta se torna uma ótima opção.”
“E agora a minha dica de ouro que vai fazer o seu Mămăligă ficar ainda mais gostoso: quando você for servir as porções, você pode pegar uma colher de creme de leite como acompanhamento. Além de deixar o prato com um visual mais bonito caso você queira servir para visitas, por exemplo, também deixa bem mais gostoso pois o contraste de sabores e até de temperatura é muito interessante na boca, confia em mim. Sempre que alguém importante aparecia lá em casa, principalmente quando era inverno, minha mãe fazia Mămăligă e colocava o creme de leite, mas quando fazia só para a família mesmo, não tinha nada, haha. Acho que todos tem dessas em casa.”
“Aproveitando que estou falando aqui, é importante dizer que a indústria romena começou a se desenvolver apenas há alguns anos. Durante toda a nossa história, o país sempre foi mais voltado à agricultura, e dentro da agricultura, o que mais se destacava era o milho, por isso estas receitas com milho como o Mămăligă são tão importantes para a nossa história e enriquecedoras de cultura, pois representa a comida dos camponeses que tanto fazem a imagem da Romênia e a construíram como ela é hoje. É por isso que os pratos mais conhecidos no nosso país são os feitos com milho, você vai perceber isso bem mais se um dia visitar a Romênia e for comer em um restaurante. Basta olhar os ingredientes no cardápio e logo você vai perceber como o milho foi e continua sendo importante para nós. Caso você queira saber como é milho em romeno para tirar a prova o que eu estou falando, saiba que é “porumb”. Pode procurar quando você for à Romênia, os pratos com porumb são muito numerosos.”
“E para acompanhar tudo isso, Agatha? A gente já fez a sopa de carne, o pão frito romeno, a costeleta de porco e a polenta. Como que tudo isso vai descer pela minha garganta? Preciso beber algo! Eu sei, galera, eu sei. Vocês podem beber refrigerante, água, suco, pra mim tanto faz. Eu vou beber Ţuică. Se tiver crianças assistindo isso, por favor, tirem agora. Ţuică é uma bebida tradicional da Romênia, que consiste basicamente em ameixas e um auto teor alcóolico. Pode ser preparada com de 24 a 65% de álcool, o que é bastante coisa e faz dessa bebida algo muito forte.”
“Lá na Romênia, nós começamos a preparar essa bebida entre outubro e dezembro para que ela fique pronta antes do Natal, são estes nossos costumes. Mas antes disso, é necessário deixar ameixas em um barril por seis, sete ou até dez anos. É como vinho ou qualquer outra bebida alcóolica, quanto mais velho, melhor. No fim, o gosto que a Ţuică é de simplesmente ameixa fermentada, mas continua sendo muito bom e um ótimo acompanhamento até mesmo para o pão que fizemos anteriormente e para toda essa refeição que estamos aqui preparando, não é?”
“Ainda é tradição quando se visita a Romênia, que pequenas garrafinhas com Ţuică sejam vendidas aos turistas como uma lembrança da visita ao país. Eu já vi essas garrafinhas, são muito bonitinhas e têm uns desenhos de camponeses com a bandeira da Romênia. Eu recomendo que qualquer pessoa que um dia deseje visitar o nosso país, que leve a sua garrafa de Ţuică pra casa. Não tem como não se arrepender, é mesmo muito bom.”
“E já que estamos falando de álcool, é óbvio que eu não posso deixar de comentar sobre as marcas de cerveja romenas e puxar um pouco o saco, claro. Nós temos uma das cervejas mais vendidas em todo o leste do continente europeu, isso por causa do preço que é bem mais em conta em comparação a outras cervejas vendidas na região. Se não estou enganada, a produção de cerveja na Romênia se iniciou na cidade de Timisoara, e é lá que fica uma das sedes da Ursus Breweries, ou como nós costumamos chamar, apenas Ursus, que é a cerveja mais vendida na Romênia. Também merece destaque a Timisoareana, a Bucegi e a Neumarkt. Nós vendemos muita cerveja para o leste europeu, como eu já disse.”
“Agora pessoal, nós vamos dar uma breve pausa para nos deliciarmos com os novos pratos que preparamos e também com a Ţuică. É o tempo que vocês pegam o celular e conferem naquele aplicativo de comida se algum restaurante faz esses pratos, percebe que não e fica passando vontade. Vou deixar como trilha sonora deste momento, a música Ambitions, que está na mixtape que eu gravei com o produtor musical Klaus Henderson para a minha nova gravador, a Dark Diamond Music. A mixtape se chama Dark Diamond Music Vol. 1 e a música Ambitions é em parceria com a cantora Brie. Espero que vocês se divirtam enquanto ouvem e logo mais estaremos de volta para preparar mais um prato, isso mesmo! Ainda não encerramos nossas receitas típicas romenas! Então, fique aí e espere que já, já voltamos!”
Enquanto a música Ambitions toca, Agatha e toda a equipe do Chef’s Table comem a Tochitură, o Mămăligă e bebem um gole da Ţuică. Como a bebida é forte, a maioria deles faz uma careta assim que engole, mas um a um todos vão bebendo, como se estivessem participando de um desafio. Toda a comida também parecia estar bem saborosa. Agatha servia a polenta com creme de leite como havia dito e os câmeras se deliciavam com as costeletas de porco. Logo mais, assim que a música acaba, a cena é cortada e Agatha já está falando de novo, pronta para iniciar uma nova receita tradicional do seu país de origem, a Romênia. A cantora e compositora a partir desse ponto do episódio, aparenta estar um pouco mais alegre e até mesmo zonza, o que provavelmente se deve ao fato de ela ter bebido a Ţuică pouco antes das gravações voltarem, sendo impossível disfarçar seu estado agora. Apesar disso, não chegou a ser um defeito pois deixou o resto do episódio ainda mais engraçado e divertido enquanto Agatha preparava o último prato.
“Nós já fizemos a entrada, que foi a sopa, e o seu acompanhamento, que foi o pão, o prato principal, que foi o Tochitură com o acompanhamento da Mămăligă e bebemos uma boa dose de Ţuică. O que está faltando para a nossa refeição ficar completa? Se você falou uma deliciosa sobremesa tradicional da Romênia, você está mais do que absolutamente correto. Para finalizar o nosso dia de receitas romenas, eu decidi trazer um prato doce que encerrará muito bem toda a refeição que foi preparada aqui. A sobremesa que eu escolhi apresentar para vocês pode ser um pouco complicada, principalmente porque vamos ter que fazer uma receita dentro de outra receita, mas o esforço vale a pena pois é uma maravilha de sabor! Se você visitar a Romênia, com certeza vão te sugerir essa sobremesa pois é bastante tradicional no nosso país. Sem mais enrolação, vamos fazer agora um delicioso doce que chamamos na Romênia de Papanaşi.”
“Vamos aos ingredientes? Para fazer o Papanaşi, você vai precisar de dois ovos, quatro colheres de sopa de sêmola de trigo, quatro colheres de sopa de farinha de trigo... Ah, para quem não sabe, sim, há uma diferença entre sêmola de trigo e farinha de trigo. Eu acabei de pesquisar no Google e parece que a sêmola tem algo a ver como o amido, como se fosse o amido do trigo, enquanto a farinha é simplesmente o resultado do moimento do trigo. Então é bem importante ficar atento a essa diferença que eu acabei de descobrir que existia, porque se usar o ingrediente errado, o seu Papanaşi pode acabar em desastre e ninguém vai querer comer.”
“Também vamos usar bicarbonato de sódio, a medida será de uma colher de chá. Seis colheres de sopa de açúcar, bastante doce pois é uma sobremesa, obviamente. Um litro de óleo para fritar, é, você não ouviu errado. Nós vamos fritar a sobremesa. Por que os romenos são tão loucos assim a ponto de fritar tudo? Será que aquela moda de vídeos no YouTube de fritar coisas começou na Romênia? Eu não duvido nada que sim, mas enfim... Não é o assunto aqui, embora eu esteja extremamente tentada a pegar o meu celular agora e pesquisar vídeos de romenos fritando coisas.”
“O nosso último ingrediente e provavelmente o mais importante: sour cream! Dá para comprar o sour cream industrializado, mas eu não recomendo. Todas as vezes em fiz Papanaşi, eu mesma fazia o sour cream caseiro, então por isso primeiro eu vou ensinar a fazer o sour cream em casa e depois vamos partir para a sobremesa de fato. Não se preocupem, pois é muito simples fazer isso e fica bem mais gostoso do que com o industrializado, eu juro.”
“Para quem não sabe, sour cream é um produto do leite rico em gordura, que geralmente é feito a partir de um processo de fermentação. Se você tiver nata na sua casa, poderá usá-la para a preparação do nosso sour cream caseiro, pois é necessária uma xícara de chá de nata, lembrando que tem que ser fresca! Se você não tiver a disponibilidade de ter esse ingrediente no momento, você pode ir ao supermercado e comprar iogurte natural que terá o mesmo resultado. Como eu tenho a nata aqui, usarei a nata, mas você pode fazer com uma xícara de chá de iogurte que não vai interferir em nada na sua receita.”
“Você precisa misturar a nata ou o iogurte natural com sumo de limão e sal. Para extrair o sumo do limão com mais facilidade, eu vou dar uma dica de hora que a minha avó me passou. Você só precisa deixar o limão mergulhado em água quente por quinze minutos e obterá quase o dobro de sumo. Eu já deixei o meu limão ali, então já economizamos tempo. Com todos os ingredientes em mãos, tudo o que você precisa fazer é misturá-los, como eu disse. Viu como é fácil fazer o seu sour cream caseiro? Além de ser bem mais saudável, é muito mais gostoso do que o industrializado.”
“Agora já podemos começar a preparar o nosso Papanaşi. Você vai precisar de uma tigela, onde vai misturar os ovos, a farinha e a sêmola, o açúcar e o bicarbonato de sódio. Outra dica que eu posso dar é dissolver o bicarbonato em sumo de limão antes de adicioná-lo a mistura. Não tenho certeza do porquê é melhor fazer assim, mas confiem em mim, haha. Já vi algumas pessoas dissolvendo em vinagre, mas eu não sou uma fã disso, então prefiro o sumo de limão. Enfim, você vai precisar bater a massa com as mãos até que ela fique bem homogênea e é nesse momento em que vamos usar o nosso sour cream, lembra? É só adicionar na tigela e continuar misturando e amassando até que fique homogêneo outra vez, fácil, não concordam?”
“Tendo feito isso, já colocamos o óleo de fritura para aquecer pois mais uma vez lembrando precisamos do óleo quente para fritar qualquer coisa. Uma vez quando eu fui morar sozinha pela primeira vez, eu não sabia desse detalhe. Cozinha nunca foi o meu forte, então eu raramente prestava atenção nessas coisas, mas acabei descobrindo na raça que devia se esperar o óleo esquentar. Fui fritar batatas e acabaram tão murchas e oleosas que nem consegui comer e acabou tudo indo pro lixo, uma pena.”
“Enquanto o óleo aquece, vamos usar a nossa massa para fazer pequenas bolinhas. Podem ser de outros formatos, claro, mas eu prefiro fazer em bolinhas porque fica mais bonito, mais apresentável e porque as pessoas sempre fazem assim na verdade, é raridade encontrar outros formatos do bolinho frito do Papanaşi, apesar de existirem. Vamos fritar as bolinhas até que elas fiquem bem douradinhas e então as retire e deixe-as secando em um papel absorvedor para que não fique tão oleosa.”
“Como finalização da nossa receita, vamos pegar uma dessas bolinhas fritas, despejar o sour cream caseiro nelas e já podemos servir. Muitas pessoas usam geleia ou sorvete no lugar do sour cream. Você pode usar duas coisas ou até três, depende muito do que você quer. O importante é testar os diversos sabores de Papanaşi até encontrar um que você goste. Por exemplo, eu detesto Papanaşi com sorvete de chocolate, é a coisa mais asquerosa que existe. Eu prefiro com o sour cream ou sorvete de limão, também combina com geleia de goiaba ou morango, mas como eu disse, isso varia da preferência de cada um e o melhor é vocês mesmos acharem o que vocês gostam.”
“Essa sobremesa é boa porque é doce, mas não fica enjoativa. Você pode comer várias e várias vezes e sempre vai querer repetir, é disso que eu mais gosto no Papanaşi. Lá na Romênia, não é muito comum que preparemos isso para suceder uma refeição como o almoço ou o jantar. É mais comum que se faça para comer durante um lanche da tarde acompanhado de um delicioso chá, mas já que estamos aqui, vamos comer depois da refeição mesmo, né?”
“Bem pessoal, então acho que por hoje isso é tudo. Eu realmente espero que vocês tenham gostado desse tempo que nós passamos juntos pois eu amei cozinhar pratos típicos do meu país-natal e ainda falar sobre ele desse jeito. Eu sei o que vocês vão pensar: vocês vão reclamar que ficaram esperando o episódio inteiro para que eu fizesse alguma comida temática do Conde Drácula, até porque quando falamos de Romênia é só nisso que as pessoas pensam, haha. Mas não se preocupe porque se você fizer essas receitas que eu ensinei hoje, estará comendo igual Vlad, o Impalador. Era dito que ele gostava de comer muita carne vermelha com muito molho, então a nossa sopa e a nossa Tochitură com certeza seriam do agrado dele.”
“De qualquer forma, se vocês forem fazer alguma das comidas que eu ensinei, por favor, me digam no Twitter e usem a hashtag “ChefsTableAgathaMelina” pois estarei olhando todos os pratos e dando dicas. É sério, eu olho mesmo. Se você ficou interessado em visitar a Romênia também, saiba que você sempre é bem-vindo por lá. Apesar de não ser um país exatamente turístico e que recebe poucos visitantes por ano em comparação ao resto da Europa, continua sendo um ótimo destino para quem gosta de explorar e sair do tradicional. Tenho certeza que o jeito e os costumes romenos vão te impressionar, de maneira positiva, é claro, haha. Não deixem de ir lá quando puderem!”
“Para encerrar o episódio, é claro que não podia ser de outro jeito a não ser comendo o Papanaşi, né? Toda a equipe aí atrás das câmeras, quem quiser, só se aproximar que tem pra todo mundo! Enquanto o episódio se encerra, ouçam o meu novo single Regret, que é o carro-chefe do meu segundo álbum de estúdio que estará sendo lançado em breve. Está imperdível, eu tenho certeza de que vocês irão adorar quando for lançado. Mas enquanto não é, se contentem em dar stream em Regret no Spotify e em todas as plataformas digitais de streaming ou compra de música. Conto com o apoio de vocês! Até mais e vamos de comer Papanaşi!”
Ao som de Regret, toda a equipe se aproxima para comer a sobremesa e terminam o episódio dessa forma descontraída e deliciosa.