Post by bad_barbie on Apr 4, 2020 21:04:43 GMT -3
Divulgação: Blood e The Bikini Season
Hoje, este artigo é para uma cantora que tem crescido muito nos últimos tempos e tem se tornado um nome relevante na indústria; conhecida como uma nova estrela do rock, que tem elevado o ritmo musical na Europa e nos charts mundiais nos últimos três meses, estamos falando de Plastique Condessa, que lançou um álbum neste último domingo, logo após a cerimônia do Grammy.
Dona de três gramofones da importante premiação, dois projetos considerados como aclamação universal pelo Metacritic, Plastique nem sempre pôde se orgulhar de ser uma cantora com alguns hits; antes de Fight With Myself, nenhuma música solo da cantora tinha atingido o top cinco dos charts mundiais, a cantora tinha apenas esse feito em singles em que ela aparecia como featuring.
Depois que a cantora mudou o gênero musical saindo da PC Music para o Rock n’ Roll, parece que tudo mudou; a cantora tem atraído cada vez mais fãs para um gênero musical que não tinha tanto prestígio, como o metal por exemplo. Behind The Sun é um álbum que chega a ser perturbador em alguns momentos, e se afasta do que nós consideramos mainstream hoje em dia, adotando uma estética um pouco “edgy” que, querendo ou não, tem dado certo para ela nos últimos tempos.
Nós ainda não podemos considerar Plastique Condessa como uma superstar inabalável, mas será que a cantora latino-americana está caminhando para ser uma das grandes apostas na década de 2020? Hoje, nós estamos aqui com a própria para perguntar sobre o que a cantora espera de todo esse hype que tem, e o que nós podemos esperar para os próximos passos da carreira de Plastique Condessa?
Bem, Plastique, é a primeira vez que você dá uma entrevista para a nossa revista e nós não podíamos estar mais lisonjeados de ter você aqui. Aliás, como foi esse seu processo de transição para uma cantora underground para uma cantora com o nível de fama que você tem hoje em dia? O que mais mudou?
Olha, respondendo a segunda pergunta eu posso afirmar que mudou muita coisa, acredito que você ficando mais famosa acaba ficando mais responsável também porque sabe que tem pessoas que vão olhar para você e se inspirar no que você faz, não importa o quanto você alerte que você está fazendo o errado. Por exemplo, no início da minha carreira, quando eu estava na era Catholic Boy eu adorava dizer que “eu não era exemplo para ninguém”, mas na medida que eu fui ficando famosa eu fui percebendo isso e percebendo o quanto eu tinha que mudar o meu comportamento sobre algumas coisas. Acho que foi isso a coisa que mais mudou, a forma como eu ajo publicamente.
E desde o início da carreira você foi uma cantora que sempre levantou a bandeira de ser um artista independente, de fazer tudo na produção de seu álbum, de ser o seu próprio artista. Você não acha que esse movimento tende a gerar menos lucro do que estar em uma gravadora, sendo um ponto negativo para essa iniciativa?
Pois bem, eu gosto de pensar que para tudo na vida tem um preço a se pagar, e eu acredito que esse seja o real preço de ser um artista independente. Fazer tudo na produção de seus discos sozinho, não é fácil, é bem difícil para dizer a verdade, mas também é a forma mais pura de liberdade. Gravadora nenhuma ia me aceitar do jeito que eu era no início da minha carreira, então eu fui o que eu queria ser, sem ninguém me dizendo o que eu devia ou não fazer. Para mim, isso é muito melhor do que qualquer lucro, mas é óbvio que tem pessoas que visam mais o lucro e não tem nada de errado! Minha mensagem é para quem quer cem por cento de liberdade artística em seu trabalho.
Sim... E inclusive, você passou por uns momentos bem difíceis quando você ainda não era cantora, não é? Como para você se reerguer após um contrato fracassado com uma gravadora e virar a Plastique que nós conhecemos hoje?
Eu passei por momentos muito complicados após perder o contrato, momentos onde eu pretendia realmente desistir na minha carreira. Plastique Condessa para mim não é apenas um alterego artístico, é muito mais que isso. Eu sinto que quando eu virei Plastique Condessa, na verdade, foi um processo de redescobrimento do que eu fui, e do que eu poderia ser. Nos três álbuns que eu lancei por esse nome, eu fui totalmente eu mesma, desde a militância agressiva em Catholic Boy, ou mesmo a minha depressão em Behind The Sun. Eu estava mostrando um lado meu que a Lupita nunca poderia mostrar. O único que eu realmente estava interpretando um personagem, foi no MADEINCHINA, mas nele era totalmente necessário, visando que era um álbum irônico.
E desde que começou a produção do Behind The Sun, você sempre o tratou como se ele fosse mais pessoal que os outros. Para você, Behind The Sun consegue ser mais sincero que o Catholic Boy, por exemplo? Já que você sempre diz que no MADEINCHINA estava interpretando um personagem.
Ele é mais pessoal porque no Catholic Boy eu estava falando de um âmbito social, e não sentimental. Óbvio que no Catholic Boy eu estava sendo sincera nas minhas opiniões sobre problemas do mundo que eu considero alarmantes, mas os problemas do mundo não são só meus, diferente do Behind The Sun que fala sobre problemas que existem na minha cabeça. Então, ele é um pouco mais pessoal sim, mas só pelo fato de ser sentimental.
O que você espera para as próximas semanas sobre Blood, que teve um debut bem satisfatório se comparando com os outros lançamentos da sua carreira, ou até mesmo de seu álbum? Você acredita que esse single tem chances de acabar sendo o seu maior hit, superando Fight With Myself?
Bom, vendo o debut que teve eu acredito que possa superar Fight With Myself sim. Fight With Myself debutou na posição 22, e acabou subindo para o quarto lugar. Mas tipo, o que eu consegui com Blood no debut eu levei mais de um mês para conseguir com Fight With Myself, então se eu continuar divulgando da forma que eu fiz na minha primeira semana, acho que eu posso colher ótimos frutos.
E nessa crise de Corona Vírus, que tem assolado a humanidade nos últimos meses, você acha que tem alguma possibilidade de iniciar uma turnê de divulgação para o seu álbum ou é algo que, para você, está fora de cogitação no momento?
Bem, a turnê do Behind The Sun talvez aconteça se tudo isso que está acontecendo baixar o suficiente para que seja seguro. Eu estou fazendo essa entrevista por telefone justamente porque eu estou me protegendo e eu quero que os meus fãs se protejam também. Eu não me botar em risco e nem bota-los em risco. Então, meu conselho para todos os meus fãs é que fiquem em casa e se o tempo acabar sendo favorável para nós, eu vou fazer uma turnê grandiosa e digna para o meu disco.
E você, que gosta dessa atmosfera underground e independente, como se sentiu quando a Bad Barbie Records virou uma subsidiária da Cherry Kills? Você se sentiu incomodada com isso, ou sentiu que perdeu alguma liberdade?
Não, eu fiz um acordo com a Cherry Kills onde tudo que é meu sou eu que produzo, minha atmosfera independente foi mantida. A única diferença é que agora eu recebo um pouco mais de engajamento que eu recebia antes e uma parte dos meus lucros vão para eles. Mas isto é algo que eu amo na Cherry, eu tive a minha individualidade e a individualidade do trabalho totalmente respeitadas. Nosso acordo é apenas financeiro. Aliás, a Bad Barbie é minha e da Dark Bae, então eu vendi ciente do que estava fazendo.
The Bikini Season acabou sendo uma faixa que chamou muita atenção do público, debutando no top 30 mesmo ainda não sendo sequer um single. Você acha que essa faixa em especial tem potencial para ser o seu próximo grande hit?
Sim, The Bikini Season realmente tem me surpreendido nos últimos tempos, já que eu pensei que seria uma das faixas mais esquecidas do álbum. Aliás, a música estava recebendo tanto stream que eu até mesmo decidi mandar para as rádios! É uma forte candidata para ser o meu próximo single, mas vamos esperar já que Blood teve sua primeira semana agora. Eu vou deixar Blood brilhar antes de sequer pensar em lançar outro single.
Ainda sobre Blood, por quanto tempo você pretende fazer a divulgação desse single, agora que ele teve um debut alto? Você mudou a sua convicção sobre não fazer igual Fight With Myself, que passou em torno de dois meses sendo divulgado?
Não, eu não mudei até porque eu não acho que nem é necessário. Veja, eu divulguei Fight With Myself por meses porque ele teve um debut fora do top vinte e levei em torno de três semanas apenas para fazê-lo chegar na posição 11! Aqui, eu já passei da posição 11 na primeira semana, então acho que vai ser muito mais fácil fazê-lo chegar aonde Fight With Myself chegou, ou até mais. Acho que dois meses de divulgação com certeza faria um primeiro lugar, mas espero que eu consiga antes porque eu não estou com saco para fazer mais uma divulgação massiva daquela.
E não ir em programas de televisão tem te atrapalhado um pouco, não é? Mesmo após aquela gafe que você fez em seu último programa, você sente falta de estar na televisão, ou prefere fazer suas divulgações em rádios e revistas mesmo?
Olha, sinceramente? Eu estou gostando muito mais de fazer esse tipo de divulgação onde a minha privacidade é um pouco mais respeitada. Acredito que fazer entrevistas em televisão é uma exposição muito grande, tipo, tem milhares de câmeras ao seu redor, como alguém consegue não se sentir desconfortável com isso? Eu nunca gostei de câmeras, só fazia entrevista em televisão porque eu era obrigada se eu quisesse crescer na carreira. Mas agora eu não sou, então melhor para mim.
Como tem sido a sua quarentena, já que você não tem que lidar tanto com a exposição da mídia que nem tinha que lidar anteriormente? Como é a sensação de estar com muito mais privacidade do que antes?
Assim, não era bem uma pandemia que eu estava esperando para ter um pouco mais de privacidade, mas... Já tem dois meses que paparazzi nenhum me fotografa, e pela primeira vez desde que eu iniciei a minha carreira eu tenho sentido a paz de estar reclusa. Tipo, a fama me deixou rica morando nessa mansão maravilhosa? Sim, mas ao mesmo tempo eu não posso mais sair de pijama na rua que nem eu fazia antes de lançar carreira, porque vai ter sempre um paparazzi para publicar fotos minhas descabelada na internet e todo mundo ficar tirando uma com a minha cara. Então, é bom reservar um tempo dessa cultura abusiva de celebridades.
E sobre seus projetos, como você se sente tendo essa liberdade de mudar de gênero musical com tanta frequência? Você sente que é uma artista que ainda não se encontrou artisticamente?
Olha, às vezes eu sinto isso sim, mas eu não estou nem aí. Eu sou uma cantora jovem, eu tenho apenas 21 anos, e acredito que é nessa época onde eu tenho maior liberdade de me conhecer artisticamente. Então, eu estou tentando trazer sempre um trabalho que mede como eu sou no momento, eu não tenho medo de experimentar sonoridades e formas de composição novas. Por exemplo, se comparada as minhas composições na era Catholic Boy, que falavam cem por cento de militância para a composição mais sentimentalista do Behind The Sun, eu já demonstro uma evolução maior na questão lírica e ainda tenho um poder mais abrangente do que eu consigo compor.
Nesse tempo que você aprendeu a compor sobre mais coisas do que você comumente compunha, você nos dias de hoje ainda encontra desafios em sua composição ou você já consegue compor sobre tudo?
No momento acredito que o maior desafio seja compor sobre assuntos que não são considerados pesados. Se você pegar os meus álbuns desde o início da minha carreira, o meu primeiro projeto era sobre preconceitos comumente impregnados na sociedade por conta da religião exagerada, meu segundo projeto falava sobre os efeitos da fama e dos padrões de beleza distorcidos da sociedade, que levam à compulsão e até mesmo à morte, ou até mesmo meu terceiro projeto que fala sobre a depressão de uma forma extremamente crua e direta. Acredito que todos os meus álbuns sejam projetos obscuros, e acho que meu grande desafio como compositora é fazer algo mais leve, algo que você possa ouvir sem precisa pensar tanto.
Agora para finalizar essa entrevista: Plastique, você acha que está trilhando um caminho para ser uma rockstar, ou você acha que já é uma?
Ainda falta muito para eu me tornar uma rockstar, mas acredito eu que estou trilhando esse caminho. E a cada passo, eu estou me aproximando mais e mais. Eu acredito que eu tenho esse potencial sim.
E essa foi Plastique Condessa. Seu novo álbum, Behind The Sun, já está disponível em todas as plataformas digitais.