Post by bad_barbie on Apr 8, 2020 16:27:46 GMT -3
Plastique Condessa esteve hoje no Good Morning America para uma entrevista sobre seu último álbum, que ela lançou na semana passada e sobre o seu atual single, “Blood” e sobre a faixa avulsa que ela tem divulgado, The Bikini Season. Essa é a primeira aparição da cantora na televisão nas últimas quatro semanas, desde a polêmica que a cantora esteve no programa The Last Leg, onde entrou em uma calorosa discussão com um de seus fãs por conta do mesmo estar defendendo seu outro álbum, MADEINCHINA. Essa entrevista pegou mal para a cantora, que passou um bom tempo sem ser convidada para programas de televisão, por conta também da quarentena que a cantora entrou desde o surgimento da pandemia do novo Corona Vírus.
O programa começa com os apresentadores, Robin Roberts e Stephan Stephanopoulos, fazendo a chamada para a entrevista de Plastique. Robin ressalta o fato de ser a primeira aparição em televisão da cantora em meses, por conta de sua quarentena, e George finalmente chama Plastique para a entrevista. A cantora entra. Plastique está usando um smoking, óculos escuros e saltos plataforma. Plastique, então, se senta e a entrevista começa.
Robin: então, Plastique, você tem percebido em seu repertório que esse seu último álbum tem se saído melhor do que seu álbum de estreia, o MADEINCHINA. Você acredita que o bom desempenho desse álbum seja uma prova que foi realmente a melhor escolha você ter trocado de gênero musical, por mais que tenha sido de uma forma brusca do jeito que foi?
Plastique: bom, Robin, eu acredito que sim. Antes de lançar o álbum e de mudar tanto assim de uma hora para outra, eu estava realmente assustada sobre como seria meu desempenho daqui pra frente, porque querendo ou não, eu estava dando um passo bem maior do que as minhas pernas e podia ter o efeito inverso do que eu estava esperando. Mas, para o meu espanto, eu acabei me dando muito melhor na indústria do Rock n Roll, talvez a minha estética, aquela que eu já levava antes dessa nova era, me ajudou um pouco. Em Fight With Myself já foi um choque, mas com Blood debutando na nona posição mesmo comigo não estando fazendo a divulgação do jeito que eu poderia estar fazendo, foi algo surreal mesmo. Eu não sabia nem o que pensar.
George: e você tem sindo uma das cantoras que mais tem apoiado essa política de quarentena, e ficando bem mais em casa mesmo, já que nas últimas quatro semanas você ficou completamente reclusa dentro de sua casa. A pergunta é: foi algo difícil você ficar em quarentena ou você achou bom para você?
Plastique: nas primeiras semanas foi uma sensação incrível, como eu já disse em outras entrevistas, a fama é algo que te prende um pouco e você tem a sensação de que nunca está sozinho, então foi uma sensação ótima ter um momento onde eu olhava em volta e falava “uau... Ninguém tá olhando” e acredito que toda celebridade deveria experimentar um pouco de reclusão na vida. Mas depois de um certo tempo, eu já não estava aguentando mais ficar em casa, principalmente nessa última semana. Então, essa semana eu decidi vir aqui fazer esse programa. Mas óbvio, tomei todas as medidas de segurança possíveis para vir aqui.
George: e você acha que essa crise pandêmica que tem tomado conta do mundo inteiro tem afetado, ainda que pouco, o meio do entretenimento?
Plastique: pouco? O meio do entretenimento é literalmente o mais afetado. Nós, que somos artistas não importando a nossa arte, trabalhamos com gente. Trabalhamos com aglomerações, porque ninguém faz uma carreira de entretenimento sozinho. Trabalhamos com turnê, com sessões de autógrafos, tudo isso são formas de trabalho no meio do entretenimento. Então, se não temos aglomeração, o nosso meio de trabalho é totalmente afetado, então temos que encontrar alternativas para conseguir trabalhar. Como por exemplo o meu caso, de fazer divulgação dentro da minha casa na quarentena. E eu posso fazer a minha divulgação da minha casa. Eu fico imaginando os outros artistas menores, que não tem as condições que eu tenho e fazem seutrabalho totalmente no público underground. Esses sim vão ficar sem dinheiro.
Robin: e mesmo diante da crise do Corona Vírus, o seu álbum conseguiu obter um bom desempenho em seu debut mesmo com você estando divulgando apenas em rádios e revistas. Você acha que se tivesse condições de fazer a divulgação em qualquer lugar que nem foi o caso do MADEINCHINA, você conseguiria ter um desempenho ainda maior?
Plastique: óbvio que sim. Quando eu estava na era MADEINCHINA, eu fazia por exemplo mini shows ao redor da cidade, eu fazia divulgações em vários continentes, tudo isso. Nesta crise nova, eu tenho que me virar para conseguir divulgar o meu single e ainda assim permanecer segura do Corona Vírus. Mas isso é bom porque também está me ensinando que eu não preciso estar sempre na televisão para conseguir ter o sucesso que eu espero. Eu posso fazer isso de maneiras mais anônimas, vamos dizer assim.
Robin: esse é um ponto que percebemos muito em você, você não gosta muito de câmeras e sempre preferiu fazer divulgações onde você fica mais anônima, não é? Tem algum motivo especial para que você prefira não mostrar seu rosto em suas divulgações?
Plastique: bem, eu escrevi um álbum quase inteiro sobre isso. MADEINCHINA retrata bem nas entrelinhas o quanto eu detesto câmeras. Óbvio que foi de uma forma irônica, mas diferente da personagem que eu interpretei no álbum, eu sou uma celebridade que adora viver no anonimato.
George: e como está sendo morar nos Estados Unidos novamente após ser quase... Obrigada a ficar aqui por conta das fronteiras estarem fechadas por causa do Corona Vírus? Você sente alguma saudade do continente europeu, onde você estava morando nos últimos tempos?
Plastique: eu sinto um pouco sim. Tipo, por mais que eu tenha crescido aqui nos Estados Unidos e aqui, de certo modo, ser o meu país natal, eu tenho que admitir que eu me sinto um pouco mais acolhida até mesmo artisticamente no Reino Unido do que nos Estados Unidos. Por exemplo, no continente americano nunca que eu consegui um top 5 sequer de nenhuma música minha, diferentemente do continente europeu, onde eu já fiquei por mais de três semanas no primeiro lugar. Fora que depois de certas polêmicas envolvendo meu nome e minhas opiniões sobre os Estados Unidos, eu sinto que não sou tão bem recebida por aqui, e eu super entendo já que eu realmente falei umas coisas um pouco pesadas sobre esse país. Mas, sensação de estar em casa em sinto quando estou no Uruguai mesmo, eu como descendente de uruguaios sempre me sinto muito bem quando estou por lá.
George: e por mais que você exalte sempre o seu lado latino em várias entrevistas, todo o seu repertório musical é em inglês. Por que isso acontece?
Plastique: bem, eu nasci aqui nos Estados Unidos, e cresci falando inglês. Por mais que eu ame a minha atmosfera uruguaia, eu não era uma boa falante de espanhol até mais ou menos esse mês, que foi quando eu finalmente fiz um curso de espanhol. E pode ser que essa realidade acabe mudando e eu escreva algumas das minhas canções em espanhol. Acredito que o Behind The Sun possa ser o meu último álbum totalmente em inglês, quero experimentar coisas novas a cada projeto.
Robin: e essa é uma questão importante também, você sentiu que sofreu algum tipo de preconceito enquanto latina vivendo nos Estados Unidos?
Plastique: sim, o povo sempre em tratou com certa indiferença porque eu era latino-americana, principalmente na escola quando eu estava na escola e era uma garotinha fofa. Até eu fazer quatorze anos e entrar no grupo das garotas punk da escola, aí ninguém me incomodou mais porque tinham medo de mim. Inclusive, foi mais ou menos nessa época que eu criei o meu primeiro alterego, a Kammy Kandy, e depois disso eu teria mais pelo menos três alteregos.
George: aliás, a lupita é uma diferente da Kammy Kandy e da Plastique Condessa? Ou as três conseguem se relacionar entre si?
Plastique: para começar, a Kammy Kandy ela não existe mais, quando eu fui presa eu decidi recomeçar tudo, e recomeçar significava abandonar a personalidade de uma vez por todas. Agora Plastique Condessa e Lupita são pessoas totalmente diferentes, mas se for para exemplificar, eu acredito que as primeiras faixas do Behind The Sun ilustram bem quem é a Lupita. A Lupita é uma pessoa mais ingênua, enquanto a Plastique é alguém mais forte e muito mais independente. Eu criei a Plastique Condessa para ser aquilo que eu queria que eu realmente fosse, e eu acredito que depois de ser essa durona que é a Plastique por tanto tempo, acredito que as duas estão se fundindo e realmente estão... Como posso dizer? “Se entendendo”.
Robin: e nessa parte mais ingênua tem uma das músicas que mais tem se destacado nos últimos tempos, que é The Bikini Season que foi inclusive a única música a debutar junto com Blood, com um ótimo debut na posição 29. Você achava que seria realmente essa música que se destacaria ou você achou que seria outra?
Plastique: olha, eu já imaginava que essa música se destacasse um pouco mais do que as outras, porque ela é a música mais acessível do álbum, as outras são muito melancólicas. Mas quando eu vi a posição que essa música tinha cheagado, eu fiquei chocada, porque foi apenas algumas posições abaixo do peak geral de meu último single, Natural Loneliness. Então, foi nessa hora que eu percebi o poder que essa música tem, e que ela pode sim ser um grande hit. Mas eu não sei se eu vou lançar realmente como single, acho que essa música não tem tanto a energia do álbum.
Robin: sim, e o que levou você a botar essa parte um pouco mais destoada em seu álbum, já que duas das músicas expressam uma alegria que não é possível ver no resto do projeto, que aliás é bem obscuro por sinal.
Plastique: o objetivo dessas duas faixas foram apresentar um contraponto ao álbum, também apresentar o que eu chamaria de um “prefácio” antes do álbum se iniciar de fato. Além de que acredito que essa parte onde contém uma certa ingenuidade realmente é a parte menos importante do álbum, sendo a queda e a superação as partes que eu mais gosto. Principalmente quando chega em Spring, que na minha opinião é a melhor música do álbum na minha opinião.
George: e como você se sente tendo crescido nessa indústria mesmo fazendo todos os conteúdos inacessíveis que você faz? Por exemplo, os clipes cheios de referências ao ocultismo, ou até mesmo as letras pesadas, como você acha que conseguiu chegar aonde chegou hoje?
Plastique: acredito que foi por causa da minha fanbase que desde o início da minha carreira era bem solidificada, e me ajudou muito a fazer o meu nome na indústria. E eu acredito que você ser diferente já é algo que chame a atenção, e eu fiquei famosa justamente falando daquelas coisas que ninguém queria falar, então foi uma forma de chamar a atenção para cima de mim ainda que fossem para me tacar pedras. Eu acho que diferencial é tudo, e acredito que ninguém consegue fazer sucesso sendo mais uma pessoa comum no mundo musical, você precisa ter alguma coisa que te faça brilhar. Acomodação nunca foi comigo, e acho que por isso eu estou por cima hoje em dia.
George: agora, falando sobre o Grammy, você conseguiu levar três gramofones para casa na cerimônia tendo sido a cantora mais premiada da noite, mas nenhuma dessas categorias que você levou foram as categorias principais. Você achou os atuais vencedores justos?
Plastique: sim, achei bem justo quem levou as categorias principais. Só que na minha opinião, falando em um âmbito geral, eu gostaria que a Agatha tivesse levado pelo menos um Grammy. Eu achei o álbum dela bom até, e achei que merecia pelo menos um gramofone. Ela recebeu dez indicações e não levou nenhuma para casa, achei que ela foi a artista mais injustiçada da edição.
Robin: agora vamos falar um pouco das suas negociações atuais, como foi vender a Bad Barbie Records, que foi por meses uma gravadora independente, para a Cherry Kills Etertainment? Você sentiu, em algum momento, que estava deixando a sua atmosfera underground para trás?
Plastique: não, eu não senti porque o meu contrato com a Cherry Kills só me garante um pouco mais de divulgação do que eu tinha quando eu era uma artista independente, tanto que foi só eu entrar na gravadora para ter um single debutando na nona posição. Mas eu ainda tenho todo o controle em cima do meu trabalho, e sou eu que decido o que eu quero ou não. Até porque a Bad Barbie Records não foi extinta, ela continua existindo só que como uma subsidiária da Cherry Kills. Por eles verem que o meu trabalho vende bem e é aclamado comigo fazendo tudo apenas eu e a Dark Bae, eu tenho um pouco mais de liberdade. Na verdade, a Cherry Kills é uma gravadora bem livre nessa questão de deixar os artistas serem quem eles querem, talvez por ser uma gravadora de música experimental. Não sei, mas eu gosto muito de fazer parte da Cherry Kills, e por conta desse contrato, meu próximo álbum pode ser o primeiro que conta com uma produção grandiosa de verdade, e acredito que irei colher bons frutos desta parceria em específico.
Robin: também saiu a notícia nos últimos dias que a Liebe está fora da Bad Barbie Records, e a partir de agora ela vai ser administrada apenas pela Cherry Kills. O que aconteceu para a cantora decidir deixar a gravadora assim, do nada?
Plastique: olha, eu sinceramente não sei, o que aconteceu foi que ela falou que agora que tinha segurança de que não ia ficar totalmente independente depois de sair da Bad Barbie Records, ela decidiu sair da gravadora. Eu não hesitei, se era a decisão dela, eu a deixei ir. Agora, nós duas não temos mais nenhuma relação com ela, não administro nem nada. Acho que é melhor assim.
George: você no momento é cantora, dona de sua própria gravadora, compositora e produtora. Você pretende, nos próximos anos, ir para outras áreas artísticas? Ou você pretende ficar apenas no ramo musical mesmo?
Plastique: bem, eu já não estou apenas no ramo musical, já que desde o começo da carreira eu sou ativista também. Mas sim, eu pretendo ir para outras áreas artísticas. Por exemplo, a área do cinema é uma área que me interessa muito, não duvido que daqui a alguns meses ou anos talvez, eu esteja estrelando um filme. Quem sabe? Eu tenho apenas vinte e um anos, eu tenho uma carreira inteira pela frente ainda.
Robin: você já tem feito alguns bicos como atriz, não é? Você já tinha aparecido no NCIS e agora está estrelando o novo comercial da Jack Daniels.
Plastique: sim, desde o início da carreira sempre fiz bicos como atriz. Eu amo a parte de roteirizar e atuar na minha carreira, tipo sou eu que produzo o roteiro dos meus clipes. E eu dou tudo de mim na atuação deles também, porque é a parte que eu mais gosto, junto com as performances onde eu também dou tudo de mim. Inclusive, eu tenho feito um projeto cinematográfico que logo mais irá virar realidade, que eu não posso comentar agora, mas vocês irão amar.
Robin: você, depois desse programa, irá voltar para a quarentena que você tinha entrado nos últimos meses ou vai continuar indo em programas?
Plastique: não sei, mas acredito que irei ficar reclusa novamente, já que como eu disse isso vai um pouco além da quarentena, e acaba tendo a ver com a minha necessidade por privacidade. Então, eu realmente prefiro fazer as divulgações dos meus singles na internet e em rádios mesmo. Não acho que eu vá voltar a fazer entrevistas em televisão tão cedo, até por causa da quarentena.
Robin: e você está ansiosa para o seu show no Rock In Rio?
Plastique: ansiosíssima! Acredito inclusive que vai ser a primeira vez que eu terei oportunidade de apresentar a maioria das músicas do meu novo álbum, já que eu ainda vou demorar um pouco para fazer turnê.
Robin: Plastique, foi um prazer entrevista-la. Você poderia nos conceder uma performance?
Plastique: claro que sim!
*Plastique canta Blood e The Bikini Season e a entrevista acaba*