Post by andrewschaefer on Apr 9, 2020 16:43:44 GMT -3
Para ajudar na promoção do single Regret, carro-chefe de seu novo álbum de estúdio ainda sem data de lançamento ou nome confirmados, a cantora e compositora Agatha Melina foi ao programa de televisão estadunidense Tonight Show starring Jimmy Fallon, apresentado pelo único e memorável apresentador de televisão e comediante Jimmy Fallon. Nesta entrevista, a artista levou o produtor musical Klaus Henderson, seu sócio no selo musical Dark Diamond Music. Como a entrevista teve mais foco nesse projeto em si, incluindo a mixtape, os singles e os vídeos lançados, a presença de Klaus foi fundamental. A faixa Want Your Love também foi divulgada neste programa. A música está presente na mixtape Dark Diamond Music Vol. 1 e conta com os vocais de uma integrante ainda desconhecida do girlgroup sul-coreano EON, mas chamada de “L”, sua inicial.
Jimmy: E hoje estamos aqui em nosso programa com dois convidados mais do que especiais para nós. Ela atualmente detém o recorde de música com o maior debut da história, debutando diretamente na segunda posição das paradas musicais com o seu mais novo single, Regret, com pouco mais de um um milhão e seiscentas mil vendas logo na sua primeira semana de lançamento! Já ele, está chegando na indústria agora, mas já está fazendo muito barulho, sendo listado por diversas revistas como uma das principais promessas para o mercado de produção instrumental de músicas para esse ano e também para os próximos. Por favor, senhoras e senhores, recebam com calorosos aplausos os nossos queridíssimos Agatha Melina e Klaus Henderson! Boa noite, como vão?
Agatha: Boa noite, Jimmy. É uma honra para mim participar do seu programa outra vez, adoro esse lugar, sempre tem uma energia tão positiva, esse ambiente no geral. A equipe é incrível, tudo é incrível. Amo vir aqui, então obrigada pela oportunidade mais uma vez.
Klaus: Eu acho que é a primeira vez que venho aqui, então não tenho muito a dizer, a não ser que estou realmente feliz de ter sido convidado e chamado para essa entrevista em um programa de televisão tão importante. Obrigado pelo convite, Jimmy, fico muito agradecido.
Jimmy: Não sejam modestos, eu que agradeço vocês terem disponibilizado uma parte de seu tempo para vir no meu humilde programa esta noite, haha. Pois bem, podemos começar a entrevista?
Agatha: Claro, estou ansiosa para responder suas perguntas! Eu amo responder as suas perguntas porque elas são criativas e sempre as melhores, você as projeta de uma maneira divertida, por isso é tão boa a energia que a gente sente quando vem aqui.
Klaus: Eu não tenho um discurso tão bom quanto o da Agatha para dizer que estou pronto para a entrevista, então vou me limitar a dizer somente que estou pronto, sim, haha, podemos começar.
Jimmy: Primeiro de tudo, eu quero saber como estão as coisas na Dark Diamond Music, é claro. A gravadora que vocês montaram independentemente. Está tudo correndo como planejado ou há realmente alguma dificuldade pela qual vocês estão passando? Me contem tudo em detalhes, hein? Quero saber de tudo!
Agatha: Hahaha, não está vendo nenhuma dificuldade tão grande para falar a verdade, acredito que somente na parte de administração, mas tanto eu quanto o Klaus nos damos bem com números e toda essa parte da matemática, então não está tão difícil quanto pensávamos que estaria e estamos conseguindo nos virar e dar conta bem do recado.
Klaus: A Agatha está certa. Para ser sincero, eu pensei que seria pior, mas até que estamos conseguindo nos dar muito bem de tudo isso. A parte administrativa e financeira é realmente a mais complicada, mas nada que nossos cérebros geniais de exatas não possam resolver, haha. Então eu acredito que tudo esteja bem, sim.
Jimmy: Foi bom você ter comentado sobre essa parte financeira, Klaus, porque afinal de contas é o que todo mundo quer saber. Ninguém tá interessado em saber se vocês estão conseguindo dar conta ou não do recado, a gente quer saber se o dinheiro está dando conta, se o dinheiro está conseguindo suprir as necessidades da empresa porque montar uma gravadora independente não é nada fácil e vocês devem saber disso agora mais do que ninguém, então se puderem explanar mais sobre isso...
Agatha: Poxa, já foi direto assim! Mas, sim, eu concordo que é o que as pessoas estão mais se perguntando, é um comportamento natural a curiosidade sobre esses assuntos. Eu gostaria de dizer a todos que não se preocupem porque estamos conseguindo nos manter bem e sanar todas as dívidas que a empresa gera. Uma gravadora é uma empresa como qualquer outro e tem os custos para manutenção, mas o dinheiro está sendo suficiente, mais do que o suficiente para falar a verdade.
Klaus: Eu e a Agatha decidimos que todos os lucros que obteremos com a mixtape Dark Diamond Music Vol. 1 e com os singles seriam revestidos para melhoria da própria gravadora, então não estamos tirando nada para benefício próprio ou para ajudar em trabalhos individuais, apenas para a empresa. Todos os funcionários, incluindo eu e a Agatha temos um valor investido em nossas carreiras e precisamos lidar com eles, por isso estamos evitando pegar o dinheiro da mixtape. O que está sobrando está sendo colocado em uma poupança e será usado quando novos artistas aparecerem e quererem ingressar em nosso projeto musical ou para a própria gravação de futuras mixtapes, além de pagar boa parte das dívidas porque acabamos gastando mais dinheiro do que esperávamos com esse plano de lançar todas as músicas como single e filmar um clipe para cada, acabou sendo bastante custoso e eu e a Agatha tivemos que tirar dinheiro dos nossos próprios bolsos. Felizmente, a mixtape está vendendo bem e estamos conseguindo recuperar esses prejuízos e manter tudo funcionando muito bem.
Jimmy: Eu fico mesmo muito contente que tudo esteja dando certo para vocês, é gratificante ver artistas tentando um caminho independente e conseguindo se dar bem nesse meio, já que é tão difícil se estabilizar quando você é independente, você perde o apoio da gravadora maior que te rege e com apoio eu não quero dizer apenas apoio comum, mas da parte financeira mesmo, que acredito que seja a maior dificuldade dos artistas independentes, mas felizmente vocês driblaram isso e estão conseguindo se sair bem. Vocês inclusive, se não estou enganado, assinaram com uma gravadora maior para ser uma subsidiária dela, não estou certo?
Agatha: Sim, foi exatamente isso o que aconteceu. Estamos devidamente afiliados à Blooming Flowers Entertainment, que é uma gravadora gigante responsável por diversos artistas grandes também, como a Norma Claire que já está lá conosco, haha. Bem, as pessoas estranharam quando foi anunciado que estaríamos nos afiliando daquele jeito, mas eu explico o que aconteceu e como é o contrato: eles não interferem em nenhum assunto da Dark Diamond Music, apenas mandam apoio financeiro e conseguem entrevistas, performances, etc. com uma maior facilidade por terem uma maior influência. Em troca, ficam com uma parte dos lucros da nossa subsidiária. O mesmo acontece com a Norma Claire, que está com a Aquaphor Records afiliada a eles e com a Vienna Lorenzi que tem a Resistance Records afiliada. Muito simples, um contrato mais libertador que apesar de ainda sermos de certa forma regidos por uma gravadora maior, continuamos donos dos próprios narizes e de certa forma por conta própria. E eu acho isso muito bom para falar a verdade, não vejo ponto negativo.
Klaus: Eu concordo com a Agatha, ter feito essa parceria com a Blooming Flowers Entertainment foi a melhor coisa que já fizemos pois pudemos fazer desde que amadurecemos essa ideia da Dark Diamond Music. A mixtape está vendendo bem, mas não vai vender para sempre. Com um certo apoio, já podemos ter mais confiança na contratação de novos artistas e lançamento de projetos que eventualmente queiramos lançar para divulgar a imagem do nosso selo. Não conseguiríamos nos manter tão bem por tanto tempo na minha percepção, então foi ideal esse acordo ter vindo agora, principalmente com a economia mundial ameaçada por culpa do tal do bendito vírus que fez essa pandemia no mundo aí, né? Difícil...
Jimmy: Entendo, é realmente melhor quando você tem essa segurança de um apoio financeiro como eu estava dizendo há pouco. Mas vocês estão falando desses custos há um bom tempo e eu queria saber quanto vocês gastaram no geral com esse projeto, não deve ter saído caro fazer essa mixtape com todos os detalhezinhos que vocês planejaram para a divulgação, com clipes bem elaborados e produzidos, não é?
Agatha: Ah, nem me fale! Foi caro sim, como dissemos, tivemos que arcar com os custos por nós mesmos só para depois ressaciar os nossos bolsos quando os lucros começaram a entrar. Eu também falaria mais sobre essas questões financeiras, mas no geral foi o Klaus que tomou conta, eu apenas ajudei ele em algumas coisas, então não saberia falar precisamente sobre o assunto com todos os detalhes que você quer, Jimmy.
Klaus: Haha, eu vou começar citando os custos que tivemos. Primeiro tivemos que pagar o designer para fazer a arte para a empresa e para a mixtape e para o single Dark Diamond. Não estou reclamando, jamais, ficou tudo perfeito, apenas estou pontuando os nossos gastos, não pensem que estou fazendo desfeita do trabalho da pessoa ou dos designers em geral porque a arte ficou realmente muito boa e valeu cada centavo que foi pago. A composição do álbum foi feita pela Agatha, ela teve a ajuda de algumas amigas durante o processo criativo, então não contabiliza como um gasto, bem como a produção não contabiliza pois ficou por minha parte, mas eu garanto que as minhas contas de luz vieram bem mais altas naquele mês porque só quem mexe com essas coisas sabe o quanto que um sintetizador puxa energia, haha! As capas dos demais singles foram feitas a maioria na pressa, para ser sincero. Esse plano de divulgação de lançar todas as músicas como singles e gravar um clipe para cada uma delas acabou surgindo tarde demais e nenhum designer pegaria tantos projetos assim de vez em cima da hora, então eu e a Agatha tivemos que sentar nossas bundas na frente de uma tela de computador e quebrar a cabeça para aprender a mexer nos programas de edição de imagens mais mixurucas aos quais tínhamos acesso para fazermos as capas dos singles. Eu até gostaria de comentar sobre cada capa individualmente, mas eu não sei se seria uma boa ideia pois poderia esgotar o tempo do programa ou algo do tipo. Tem problema, Jimmy?
Jimmy: Claro que não, o espaço é inteiramente seu. Pode ficar a vontade para falar o quanto você quiser, meu caro.
Klaus: Então eu vou começar falando sobre a capa de Hair In My Soup. Eu estava procurando uma boa imagem de um fio de cabelo em uma sopa no Google, mas é extremamente difícil achar uma imagem que seja realmente boa porque fios de cabelo, conforme eu descobri enquanto pesquisava essas imagens, são muito finos, então ficam quase desaparecidos nas fotos, o que dificultava e muito usar esse conceito. Além disso, as sopas que eu encontrava eram muito feias, sem graça, foi quando eu me deparei com uma linda e inspiradora foto de uma sopa de letrinhas que me lembrou a minha infância, me deu aquela sensação nostálgica e eu fiquei lembrando de quando eu tentava achar as letras para tentar montar o meu nome boiando na sopa e isso era a coisa mais difícil do mundo, um dos maiores desafios da minha vida, pois enquanto você procurava a segunda letra, já perdia a segunda, e quando achava a terceira, as duas primeiras já haviam se misturado, era um sofrimento, mas pelo menos essas lembranças me deram uma ideia: sim, eu poderia escrever algo em uma sopa usando letrinhas! Como eu não sou louco para tentar reproduzir isso na vida real, eu simplesmente procurei por um site que fazia isso online. Sabe aqueles sites em que você digita um texto e eles escrevem o seu texto em algum lugar e você pode salvar e compartilhar com os amigos? Pois é, para a minha sorte eu encontrei um site que escrevia qualquer texto em uma sopa de letrinhas, então eu não perdi tempo e escrevi lá mesmo: Hair In My Soup. Tirei print e salvei como a capa do single, haha. Eu sei, isso foi muito tosco, mas foi o que aconteceu, estou sendo sincero aqui. E eu fiquei até com um certo remorso por ter de certa forma feito algo de qualquer jeito, mas o próprio conceito da música é trash então eu pensei “ah, tô nem aí!”. Desculpa, Plastique. Quer dizer, não sei se você gostou da capa ou se ficou perguntando o que era aquilo, mas agora você já sabe a história de como eu a fiz, haha! É isto!
Jimmy: Essa é uma história muito bacana, sem sombra de dúvidas, Klaus, eu me diverti muito enquanto você contava, mas agora nós só temos outras seis capas para você explicar, haha. Cinco ou seis, nem sei. Só continua porque está muito bom. Qual foi o próximo single que vocês lançaram para o Dark Diamond Music Vol. 1 mesmo?
Klaus: Foi o single com a Williams, Til The Dawn, que inclusive teve um bom debut na trigésima segunda posição das paradas mundiais, fiquei muito contente por isso ter acontecido. Essa capa eu confesso que foi mais elaborada, eu fiquei pensando nela por um tempo antes de lançar Til The Dawn como single. Felizmente eu encontrei a imagem ideal que estava precisando que foi a do globo de luz no lugar do Sol em um lindo pôr-do-Sol que eu finjo até hoje que é um nascer-do-Sol, haha, enfim. A qualidade da imagem estava horrível, então eu até precisei conversar com algumas pessoas para que me ajudassem a arrumar isso. Mais precisamente, eu falei com a Vienna, que me ajudou nessa questão, ela fez umas edições na imagem para que ficasse mais visível e eu pude usar para montar a capa adequadamente. Eu gostei do resultado para ser sincero e é uma das minhas capas favoritas, e que bom pois Til The Dawn também é uma das minhas músicas prediletas da mixtape, então eu acho que consegui conciliar bem isso, haha.
Jimmy: Ah, que bom saber que a capa de Til The Dawn foi mais pensada e elaborada. Agora eu me sinto mais aliviado depois daquela história cômica com Hair In My Soup. Mas nós sabemos que não parou por aí. O próximo single foi I Like You, que é a parceria com a Glinda Lovegood. E como foi essa capa? Conta pra gente em detalhes.
Klaus: Ai, vocês querem mesmo saber? Hahaha.
Jimmy: Agora que você falou queremos mais do que nunca. Pode falar, Klaus, de onde veio a ideia?
Klaus: Primeiro que toda a música já é baseada nesse conceito de personalidade yandere que é bem famosa nos mangás, animes e jogos japoneses, inclusive tem esse jogo chamado Yandere Simulator que é o principal universo da música, assim como foi do clipe, e claro, tinha que ser da capa também para seguir um conceito bonitinho. A capa foi simplesmente o menu desse jogo que eu falei, Yandere Simulator, com algumas edições, é claro. No lugar do nome do jogo, eu coloquei o nome da música e logo abaixo os créditos da música, a quem pertence. O Apollyon elogiou bastante a capa, inclusive e eu fiquei com um pouco de vergonha por isso, porque não me esforcei tanto, essa capa também foi feita super na pressa, tipo, eu estava pronto para lançar o single em meia-hora e não tinha a capa pronta, então comecei a pesquisar ideias como um desesperado até que finalmente tive essa ideia genial, haha. E o detalhe mais importante é que eu escrevi o nome da Glinda errado na capa, acabou saindo Ginda e não Glinda e eu precisei reeditar o mais rápido que podia e substituir no Spotify e em todas as plataformas de streaming antes que alguém percebesse, confesso que foi um sufoco. Desculpa, Glinda, mas eu estava tão apressado quando fiz a capa que acabei esquecendo uma letra e nem prestei atenção quando fui salvar e depois publicar, mas já está consertado!
Jimmy: Quanto mais você conta dessas histórias, mais risada eu dou! Por favor, não pare! Coitada da Glinda, teve o nome publicado errado por alguns minutos e ninguém percebeu isso!
Klaus: É, e não teriam descoberto se eu não tivesse dito nada agora, haha. Eu falei para mim mesmo que não ia deixar ninguém saber dessa gafe horrenda, mas acho que agora já era, né?
Jimmy: Sem sombra de dúvidas, Klaus, agora já era. Então vamos falar de seu próximo single? Nos refresque a mente e diga, por favor, qual foi o tal lançamento da vez mesmo.
Klaus: Eu lancei The Clock, que foi a faixa que a Kierah cantou. A capa me deu um pouco de trabalho porque eu também estava para lança-la quando lembrei que tinha que fazer a capa e eu já estava com a ideia desde o início de deixar os tracinhos indicando horas e minutos ao redor de todo o quadrado da imagem e também deixar os ponteiros no meio, cada um apontando para um nome, o nome Dark Diamond Music e o nome da Kierah. Embaixo, eu já tinha visualizado que seria o nome da música, The Clock. Apesar de o resultado final ter ficado bem semelhante com o que eu tinha planejado e pensado para aquela capa, chegar ali não foi tão fácil. O meu principal desafio eu acredito que tenha sido encontrar os ponteiros ideais que estivessem apontando para locais estratégicos onde eu poderia facilmente colocar os nomes, mas isso é um pouco difícil quando você tem a possibilidade dos ponteiros estarem apontando para literalmente qualquer direção em um ângulo circular de trezentos e sessenta graus, então encontrar a foto perfeita para fazer a capa foi o meu primeiro grande desafio, mas é claro que não parou por aí. Imagina o trabalho que deu para encontrar os tracinhos que indicavam horas e minutos do jeito que eu queria. A maioria dos relógios são redondos, então as imagens com esses tracinhos visíveis o suficiente para por na capa também era redondas e eu não estava nem um pouco afim, óbvio, de fazer tracinho por tracinho ao redor do quadrado. Foi um sofrimento, tive que editar a imagem, converter em outro formato, baixar um programa diferente para que tudo desse certo e eu conseguisse encaixar. Quando finalmente consegui, minha nova surpresa: os tracinhos atrapalhariam o nome Dark Diamond Music e o nome Kierah pois os ponteiros estavam muito apontados para a lateral, próximo ao tracinho e acabaria ficando ilegível. O que eu tive que fazer foi uma gambiarra horrenda quando diminuí o tamanho dos ponteiros e o tamanho das letras e afastei o máximo que pude, tentando fazer o possível para que continuasse parecendo que os ponteiros estavam apontando para lá, nossa que sufoco! E tudo isso, tipo, uns dois minutos antes da música ser lançada, quase não dava tempo! Depois desse episódio traumático, eu disse para mim mesmo que ia aprender a lição e começar a fazer as capas do que quero lançar com uma certa antecedência para evitar atrasos, erros como o de I Like You e sufoco como todos estes que passei até agora.
Jimmy: Mas deixa eu te perguntar algo sério agora: você não aprendeu a lição, né? Tenho certeza que não.
Klaus: É, você tá certo... Não aprendi nada. Ainda essa semana, quando precisei lançar Ambitions, eu não tinha capa! Eu adiei o lançamento em um dia e a Brie me mandando mensagem o tempo todo perguntando porque o single não havia sido lançado e eu desesperado tentando pensar em alguma capa para poder lançar o single, mas era muito difícil. E qual foi a solução mais prática que consegui pensar? Isso mesmo, eu simplesmente abri o clipe que já havíamos filmado e tirei print de uma das cenas mais legais que encontrei. Coloquei uma tipografia bacana com o nome da música e os nossos nomes, e aí? Mandei para a Brie e ela adorou, então eu pensei: “é, vai ser essa aí mesmo” e lancei, haha. Apesar de tudo, eu gostei bastante da capa, achei bem leve e ao mesmo tempo carrega toda a mensagem da música porque geralmente quando se faça de ambições se pensa avante e o céu é um ótimo simbolismo para isso, então eu realmente acredito que essa capa tenha se comprometido a entregar o que a música pedia, e eu gosto bastante disso. É uma das melhores cenas do clipe também.
Jimmy: Devo presumir que você deve lançar um clipe para Want Your Love com a integrante misteriosa do EON, não é? A única faixa do álbum que ainda não foi lançada como single, então não vai ser uma surpresa se o lançamento ocorrer na semana que vem, né?
Klaus: Sim, você está certo. Será mesmo o próximo lançamento da Dark Diamond Music Vol. 1 e terá os eu clipe.
Jimmy: Mas agora a pergunta que não quer calar e eu espero sinceramente que você a responda com um “sim” bem vibrante, apesar de saber que não vai ser que eu vou obter, haha. Klaus, responde pra gente por favor, é muito importante: a capa já está pronta?
Klaus: Meu Deus, é quarentena! Me deixa procrastinar!
Jimmy: Então só por isso a gente vai ter uma ideia de que a capa vai ser feita dois minutos antes do lançamento do single também. Coitadas das meninas do EON, haha. Mas estaremos ansiosos para ver isso. Como você começou a falar dos clipes, eu gostaria de falar dos clipes também, mas falta uma última capa que eu quero conversar com você, mas não foi lançado por agora, foi lançado já há algum tempo. Poderia nos explicar como foi feita a capa para Where’s My Juul?? É que eu realmente acho essa capa interessante e conversar com você sobre isso tá sendo tão engraçado que eu não quero que termine tão cedo, desculpe, haha!
Klaus: Ah, tudo bem, eu falo sobre a capa de Where’s My Juul?? sim. Surgiu a partir de um surto meu com a Reiko. Eu queria montar a capa, mas não tinha como me encontrar com ela para fazer um photoshoot adequado, então eu pedi para ela me enviar uma foto aleatória e ela acabou mandando a pior que tinha, haha. Era uma imagem em formato PNG simplesmente mal recortada em que a Reiko estava com uma cara de paisagem para a câmera e quando eu vi a primeira coisa que eu pensei foi “meu Deus, isso se encaixa perfeitamente com o conceito da música que eu quero abordar, trash demais, tudo no ponto.” Então eu decidi piorar tudo replicando a imagem várias vezes e sobrepondo-a outras várias vezes e ainda aplicando um efeito celofane em cima de tudo com uma fonte brega do Windows. E pronto, foi só isso. Quando eu mostrei para a Reiko ela ficou preocupada que a capa estava muito ruim, aí eu expliquei para ela que era exatamente a intenção e ela entendeu. Afinal, eu amo música trash por isso, não tem um pingo de responsabilidade em ser boa, apenas em ser divertida e causar estranhamento para algumas pessoas que não entendem esse tipo e humor, o que acaba também sendo engraçado, então ninguém sai perdendo. Claro que também gosto de músicas mais conceituais, inclusive a própria mixtape do Dark Diamond Music é dividida em músicas com conceito e músicas trash, então eu pretendo seguir bem por essas duas linhas durante a minha carreira, inclusive já estou trabalhando em projetos solo que vão explorar bem esses dois caminhos.
Jimmy: Tá sendo maravilhoso conversar com vocês, mas é hora de dar um pouco de voz para a Agatha também, né? Eu sei que ela participou dos clipes do Dark Diamond Music, então por favor, agora quero que os dois comentem sobre os clipes que gravaram para todas as faixas. Qual foi o mais divertido? Qual foi o mais caro? O mais barato? Por favor, podem por a boca no trombone porque aqui o programa é de vocês!
Agatha: Acho que é uma boa ideia comentar sobre os clipes na ordem de lançamento também, não é? O primeiro de todos, que abriu o projeto, logicamente, foi de Dark Diamond. Também foi um dos clipes mais bem pensados e elaborados e por isso acabamos gastando um pouco mais do que prevíamos, principalmente com as cenas finais em que tivemos que viajar para aquele parque no Canadá que é lindo, onde pudemos fazer as devidas filmagens. O bom desse clipe é que não precisamos gastar muito com vestimentas porque apenas usamos o que já tínhamos, o mesmo valia para itens. Tudo o que tivemos que fazer foi alugar o local, contratar figurantes e comprar algumas outras coisas que não tínhamos como as máscaras que as pessoas estavam usando. Fora isso, foi um clipe bem divertido de se gravar, e ao mesmo tempo, muito poderoso, pois representava muito para mim aquela música e traduzir tudo de uma forma visual foi a melhor coisa que eu pude fazer, fiquei muito feliz de finalmente me libertar dessas correntes e conseguir dar os meus próprios passos, sabe?
Klaus: Num ponto a Agatha está certa, eu me diverti gravando esse clipe. Na verdade, me diverti gravando a maioria, mas este também foi especial para mim, principalmente por ter sido o primeiro que eu gravei, então me senti muito bem enquanto gravava. Acredito que tenhamos conseguido passar a mesma mensagem da letra nos visuais, tudo ficou dinâmico, as cores foram bem pensadas, nós nos esforçamos para fazer um clipe bonito e eu acredito que fizemos isso com uma verdadeira maestria.
Jimmy: Fico feliz de saber que pelo menos alguma coisa nesse projeto não foi feita na correria e foi bem pensada e planejada antecipadamente, haha. Me contem sobre o próximo clipe.
Agatha; Foi o clipe de Til The Dawn. Nós usamos a mesma locação para gravar esse clipe, na verdade, buscando economizar. Entretanto, acabamos gastando mais nos figurinos que precisavam ser no estilo discoteca dos anos oitenta e também tivemos que comprar o globo de luz porque é impressionante como ninguém que conhecíamos tinha um para emprestar. De qualquer forma, se o clipe de Dark Diamond foi divertido de se gravar, esse então nem se fala. A Williams tem muita energia para gravar clipes e conseguiu abraçar o personagem construído no vídeo muito bem e foi brilhante. É um dos meus vídeos preferidos. Roteirizar e colocar em prática foi tudo de bom, principalmente pra mim que amo essa parte de criação de roteiros, foi realmente mágico reviver a discoteca!
Klaus: É, eu sempre tive muita afinidade com os anos oitenta, com a discoteca, com todo esse conceito, por isso a própria música de Til The Dawn já traz influências desta época que eu amo de paixão. Talvez seja esta uma das razões pelas quais o vídeo ficou tão bom: porque a música combina em tudo com as cenas que nós filmamos e acho que as pessoas que assistiram se sentiram realmente em uma discoteca. Até as cenas que filmamos fora do clube que alugamos foram muito boas de se gravar, principalmente porque como a Agatha, a Williams é muito enérgica, e é impossível não se animar também quando se está próximo dela. Todos gostamos do vídeo e esta foi a cereja do bolo para deixa-lo engraçado, divertido, nostálgico e interessante de uma maneira que se comunicasse com muitas pessoas, com as quais vivenciaram as discotecas nos anos oitenta e se sentiram lá outra vez, e com as pessoas mais novas que muitas vezes podem não conhecer a cultura das discotecas e tenho certeza que acabaram vendo e se interessando muito pelo período. Não é algo que eu cheguei a viver, mas já ouvi muitas histórias sobre para saber que era sim muito animado e fico feliz de poder transmitir isso para outras gerações de uma maneira tão singela quanto foi nesse clipe de Til The Dawn, um dos meus preferidos também.
Jimmy: Eu vivi esse período e eu confesso que foi mesmo muito nostálgico, vocês foram muito brilhantes em resgatar isso e trazer isso de volta, conectar diversos públicos, atrair a atenção de novos para o trabalho de vocês, provavelmente foi o que fez Til The Dawn se sair tão bem nos charts, né? A música com influências dos anos oitenta e o clipe sendo uma verdadeira discoteca da época foram a chave para o sucesso da faixa, meus mais sinceros parabéns por terem feito tudo isso de maneira extremamente incrível, vocês são demais. Mas se não estou enganado, vocês iam comentar na ordem de lançamento, e acabaram pulando dois clipes no meio disso tudo. Hair In My Soup e Where’s My Juul?? foram lançados na mesma semana de Dark Diamond, então comentem sobre estes primeiro antes de partirmos para os próximos, por favor, acho que vocês se esqueceram, haha.
Agatha: Nossa, desculpa! Eu estava pensando na tracklist da mixtape e nem percebi que estava falando sobre os clipes fora de ordem. Então, logo depois de Dark Diamond, nós lançamos Hair In My Soup com a Plastique Condessa. A história de como esse clipe surgiu é muito engraçada. Nós não alugamos o restaurante e nem nada, apenas conversamos com o proprietário que nos deixou fazer as filmagens, depois nos explicamos para os clientes do restaurante que eles seriam figurantes e todos aceitaram de bom grado. Após alguns rápidos ensaios, filmamos tudo.
Klaus: O interessante de tudo foi que o clipe acabou rendendo muitas reações espontâneas, porque como a Agatha acabou de explicar, foi tudo meio no improviso, e isso deixar as gravações ainda melhores. O senso de humor da Plastique Condessa também é muito bom, então ela soube como fazer o personagem de maneira espetacular, entende?
Agatha: Algumas vezes ela gritava e eu me assustava de verdade, ficava com medo de ela não estar mais num personagem e estivesse realmente com raiva, então boa parte das minhas expressões foram sim, naturais.
Klaus: É o que eu estou dizendo, ela encarnou tudo aquilo com muita ferocidade e isso fez o clipe ficar muito melhor. Aliás, eu gostaria de responder muitas dúvidas que as pessoas têm sobre o macaco azul que nós colocamos na cozinha. O macaco nunca existiu, foi apenas computação gráfica, e a piada basicamente é sobre sopa de macaco, que é meio uma piada para um grupo específico de pessoas que inclui a mim, a Agatha e a Plastique, então pode funcionar para você, bem como não pode. Então, se você não entende a piada, só ignora, por favor. Sofremos grave risco de sermos cancelados aqui, mas valeu a pena por isso no vídeo.
Agatha: O que contribuiu para o vídeo ficar tão engraçado foi o fato de que eu já ter escrito a música pensando justamente no clipe. É o tipo de música que só faz sentido quando você ouve assistindo ao seu respectivo clipe, isso porque a letra já foi pensada para isso. Antes mesmo de saber se eu iria incluir ou não na mixtape, eu já tinha toda a ideia para o vídeo na minha cabeça e finalmente poder colocar em prática foi meio libertador, haha.
Jimmy: Eu confesso que também foi um dos vídeos nos quais eu mais me diverti. Para falar a verdade, todos são assim, né? Com um lado meio cômico e engraçado, mas muito cativante, eu acho.
Klaus: Não exatamente. Dark Diamond, The Clock e Ambitions são muito amenos nessa questão do humor, são mais focados em transmitir a mensagem que nós queríamos. Já em relação o resto dos clipes, sim, nós decidimos trazer piadas e deixá-los hilários para as pessoas. Assim, eu acredito que muitas vezes dá para conquistar as pessoas através do riso e alternar bem entre clipes sérios e bem produzidos e clipes mais descontraídos e simples é a receita perfeita para mostrar às pessoas que estamos apenas nos divertindo, mas também que não estamos brincando e nossa arte e trabalho é sério. Eu gosto disso e pretendo continuar trabalhando desta maneira em futuros projetos, para ser sincero. Muito melhor.
Agatha: Eu vou ter que concordar com o Klaus. Apesar de meus clipes sempre quererem passar uma mensagem e estarem carregados de significados e simbolismos, eu gosto de fazer algo mais descontraído. Por isso, inclusive, que Draculady e Blade são um dos melhores clipes que já roteirizei e gravei, na minha opinião, porque foi justamente muito divertido filmá-los e fazer toda a parte criativa da coisa, eu gosto disso e tive muito contato com tudo desta vez, me senti mais à vontade pois estava em casa, mais especificamente, no meu país-natal, minha querida Romênia.
Jimmy: Eu fico muito feliz pelos relatos de que vocês estão se divertindo com o projeto e eu gostaria de enfatizar pois também estou me divertindo bastante com as músicas e com os clipes, eu acho tudo simplesmente fantástico e muito bem pensado. Bem, por favor, estou ansioso, continuem comentando sobre como foi gravar os clipes. Se precisam de um empurrãozinho, eu os lembro que o próximo lançado foi o de Where’s My Juul?? com a cantora e compositora japonesa Reiko. Como foi filmar com ela?
Agatha: Eu não estive presente nesse clipe, então eu não posso dizer com todas as palavras como foi. Vou deixar que o Klaus explique tudo pois ele foi o diretor e participou do vídeo, juntamente da Reiko.
Klaus: É, na verdade, nós já havíamos filmado algumas cenas do clipe há algum tempo, mas nunca havia ido para a edição simplesmente porque ela estava ocupada organizando as coisas do seu próximo álbum de estúdio e eu estava ocupado com a Dark Diamond Music, foi bem próximo da data de abertura da gravadora, então estava tudo bem corrido para mim, tanto quanto para ela. Mas então quando decidimos adicionar a faixa à mixtape, eu soube que era de finalmente começar as edições. As cenas foram inclusive insuficientes e eu tive que incluir algumas partes em que estávamos no estúdio gravando e ela estava cantando a música enquanto eu a filmava só por diversão mesmo. Acabou ficando muito bom. Eu acho que também foi um vídeo bom, e, para contar a verdade, um dos mais sem sentido, e, para ser sincero, por isso um dos melhores.
Agatha: Apesar de não ter participado do processo criativo desse vídeo, eu concordo que é muito divertido de se assistir. O Klaus e a Reiko arrasaram muito trabalhando juntos, fico feliz por tê-los apresentado, se não jamais teríamos essa pérola na internet.
Jimmy: Eu vou ter que contestar algumas coisas, porque o vídeo realmente é sem sentido e isso me fez até mesmo duvidar da minha sanidade enquanto eu assistia porque eu simplesmente não conseguia saber se aquilo que eu estava vendo era sério mesmo se era uma grande piada, não conseguia discernir da realidade, haha, foi muito estranho.
Klaus: Tá aí. É real e é uma piada. O interessante da música trash é justamente a falta de comprometimento em ser boa, a gente só lança porque é engraçado e porque se divertiu fazendo-a, não tem nenhum conceito profundo para se pensar ou refletir, apenas gostamos e é isso.
Jimmy: Obrigado pela aula sobre gênero musical trash, Klaus, haha. Mas, então pelo que entendi, você pretende continuar explorando isso na sua carreira pois como você mesmo disse, gosta tanto de obras mais sérias quanto de obras mais divertidas e descontraídas, né?
Klaus: É exatamente isso mesmo. Quero deixar os dois lados da moeda bem visíveis na minha carreira e eu espero que as pessoas entendam isso e levem as piadas como piadas e as músicas conceituais como músicas conceituais. Só assim eu evito notas baixas como a de Where’s My Juul?? na Best New Track pela Pitchfork, haha, mas compreendo bem.
Jimmy: Acredito que agora que vocês já falaram sobre os clipes que tinham esquecido, podemos retomar a ordem. Na mesma semana de Til The Dawn foi lançado o clipe de I Like You, que é a faixa do Dark Diamond Music Vol. 1 que foi gravada em parceria com a cantora japonesa Glind Lovegood, com os vocais dela. A música também entra nesse conceito trash, né? Mas e o clipe? Como foram esses momentos de gravação?
Klaus: Foi um daqueles vídeos com baixo orçamento que nós não pudemos direcionar tanta verba para as filmagens, mas a Glinda não se importou com isso, inclusive ela me disse que amou encarnar o personagem da yandere e que se divertiu bastante gravando o clipe.
Agatha: Neste clipe, eu também não estive presente de corpo e alma, apenas sugeri algumas ideias para o Klaus, que comentou tudo com a Glinda e eles se resolveram para lá mais tarde.
Klaus: Sim, o clipe tem essa estética bem simples propositalmente, da mesma forma que Where’s My Juul?? tem. Nós usamos cenas do jogo Yandere Simulator, que é um jogo muito popular não só no Japão, mas em diversos lugares do mundo, que consiste em uma garota do ensino médio tentando conquistar o seu senpai, ou como nós ocidentais chamamos, o seu crush, haha. Mas obviamente a personagem tem distúrbios psicológicos e faria qualquer coisa para alcançar os seus objetivos, que é conquistar o seu crush ou senpai, como já mencionei. Portanto, o jogo é basicamente viver uma vida, e abre aspas, normal de garota do ensino médio enquanto você precisa matar todos que julgar serem uma ameaça para o futuro feliz entre você e o seu amado. É um jogo muito interessante, apesar de a protagonista de tudo ser doentia, e por isso o jogo se popularizou.
Jimmy: Então você está me contando que o clipe de I Like You é basicamente uma gameplay de Yandere Simulator, é isso?
Klaus: Hahaha, mais ou menos, pra falar a verdade. Também há as cenas do quarto em que a Glinda está jogando seu videogame e podemos ver o seu quarto, digo, não é o quarto dela, mas o da personagem da música e do clipe. E nesse quarto tem diversos mangás, DVDs com animes e o pior de tudo: um poster da Gasai Yuno. Pra quem não conhece, a Gasai Yuno é uma das personagens principais de um dos animes mais conhecidos, que é Mirai Nikki. Na verdade, só viro anime depois, se não estou enganado, primeiro foi lançado como um mangá para ter a sua adaptação em animação apenas alguns anos mais tardes. É um dos meus animes preferidos, então eu não podia deixar de colocar as referências bem explícitas no clipe. Enfim, para quem ainda não entendeu, Mirai Nikki conta a história de um jogo de sobrevivência entre doze pessoas que possuem diários que preveem o futuro. Aquele que conseguir sobreviver ao final será o novo Deus, porque o Deus atual está morrendo. A essência do jogo é basicamente compreender o futuro e muda-lo se necessário para sobreviver. Entre os participantes desse jogo, temos a Gasai Yuno, que é completamente obcecada pelo protagonista Amano Yukiteru há muito tempo por causa de uma coisa do passado, muito complicado de explicar em pouco tempo, haha. Basicamente, a Yuno protege o Yukiteru de tudo, matando qualquer um que entrar em seu caminho e levando ele diretamente para a final, assim por se dizer. Assim como a yandere de Yandere Simulator, a Yuno tem essa mente doentia que você vai entender ainda melhor lá nos últimos episódios do anime, ela é uma personagem perturbadora, uma psicopata, ou em termos adequados japoneses, uma yandere, haha.
Jimmy: Mas então se é uma personagem tão psicopata como você diz, não sei se estou utilizando o termo correto, me desculpe, por que a personagem tanto da música quanto do clipe se identifica com ela? Não só com a Gasai Yuno, mas falo de toda a personalidade yandere.
Klaus: Foi mais como uma sátira, entende? Existem realmente diversas garotas que adotam esse tipo de personalidade para si, o que eu acho muito triste, pois elas pensam que é fofo e legal você ser completamente obcecada por alguém a ponto de cometer assassinatos só pra poder ficar com essa pessoa, é muito bizarro imaginar que tem gente que realmente idolatra isso. Quando os criadores de mangás e animes criam uma personagem yandere, eu tenho certeza de que eles não fazem isso para que elas sejam divinizadas e colocadas em um trono sagrado simplesmente porque elas não merecem, eles têm consciência de que estou criando uma personagem com uma mente perturbada, então acaba endo super cringe, isto é, vergonhoso, aquelas pessoas que ficam forçando esse tipo de personalidade em si, como se realmente fosse algo bom, mas está longe disso. Para falar a verdade, é exatamente o contrário, na minha opinião.
Jimmy: E vamos de polêmica aqui! Se forem atacar o Klaus Henderson por qualquer coisa dita aqui, lembre-se que eu e o nosso programa não compactuamos com nenhuma das ideias que nossos convidados entrevistados podem apresentar durante as conversas.
Klaus: Hahaha! Não se preocupe, eu tenho certeza de que as pessoas não vão ser infelizes o suficiente para apoiar personagens psicopatas e romantiza-los como se fosse a coisa mais linda do mundo. Eu confio no nosso público, Jimmy, haha, não vão desapontar.
Jimmy: Tá bom, então. E o que você tem a nos contar sobre o próximo clipe da lista que foi lançado já na quinta-feira passada? A música você já sabe muito bem que é The Clock, a faixa em parceria com a cantora e compositora Kierah. Fala pra gente como foi gravar o vídeo.
Klaus: Agora a Agatha pode falar porque ela esteve envolvida em boa parte do nosso processo criativo nesse clipe.
Agatha: Tá, haha. A primeira observação que eu gostaria de fazer aqui é sobre a paleta de cores de The Clock. O clipe inteiro é tingido de branco. Isto é, desde as vestes que preparamos para a Kierah, até as paredes, os relógios, o vaso de planta, o despertador, o regador. Tivemos o cuidado para deixar que toda a paleta de cores soasse o mais monocromática possível. Bem, exceto por aquela planta enorme no meio do vídeo que ia até o teto, não é, Klaus? Por que você não fala sobre isso?
Klaus: A Agatha queria colocar uma corda branca para manter o padrão de cores, mas eu pensei “ah, nessa parte a música já fala sobre plantar uma árvore e esperar ela crescer, então por que não colocar mesmo uma planta aqui? Faz total sentido”. Bem, e fazia mesmo, excluindo o fato de que plantas são verdes e isso ia estragar a tal paleta monocromática que a Agatha tanto queria, mas vou ser sincero e pouco me importei com isso. Acabamos ressignificando tudo e o conceito é basicamente que queríamos que a planta se destacasse mesmo de todos os outros elementos do vídeo para que assim fosse mostrado que era mesmo o caminho para alcançar os seus objetivos lá no alto, no caso da Kierah no clipe, o maior objetivo era a Lua, ou o balão em formato de Lua que ela havia soltado lá no começo do clipe e ele havia flutuado até o teto em meio aos relógios.
Agatha: Eu gosto muito que esse clipe é cheio de simbologias bacanas, com a Lua lá no alto representando os nossos objetivos, e a planta com crescimento vertical fazendo uma referência ao clássico conto de João e o Pé-de-Feijão. João buscava a galinha dos ovos de ouro, enquanto a Kierah no clipe só quer conquistar os seus sonhos, a Lua.
Klaus: O mais legal é que depois que ela finalmente consegue fazer isso, surge uma porta no local. Até então, parecia que ela estava presa, como se não conseguisse mover de lugar, até que finalmente quando ela consegue aquilo que tanto almejava, pode ir para outra jornada, para outra fase, partir para a próxima etapa de sua vida, para mais um desafio. Isso basicamente está relacionado àquele ditado sobre portas se abrirem na sua vida e o mais legal é que após tudo ela simplesmente deixa o local, mais confiante e mais feliz porque sabe que já passou por tudo aquilo, agora ela pode seguir em frente e se libertar de onde estava presa.
Agatha: Eu amo o conceito do clipe. Inclusive o branco foi a cor escolhida para essa paleta monocromática porque representa leveza, então tudo ficaria mais natural também quando a Kierah subisse na planta, alcançasse o balão em formato de Lua e saísse flutuando pela sala até alcançar o chão de novo. Eu reclamei da planta no início, mas depois pensei que foi muito bom ter sido adicionada ao visual do vídeo, visto que o verde é a cor da esperança e o clipe fala exatamente disso. Eu achei que só o branco bastasse para transmitir essa mensagem de esperança, mas aparentemente o verde conseguiu fazer isso melhor pois além de se destacar do resto das cores utilizadas no clipe, ainda representava o caminho para os objetivos que queremos alcançar, tingido de verde então, é um caminho da esperança.
Jimmy: Que lindo! Eu achei o clipe de The Clock muito bonito visualmente, vocês arrasaram demais na produção, em tudo. O que a Kierah achou de gravar esse vídeo com vocês?
Klaus: Acredito que ela tenha gostado, pois nos contou que amou o resultado final. A única coisa pela qual ela ficou receosa foi o seu figurino, pois segundo ela, parecia um pijama de quarentena, haha, mas era exatamente isso o que queríamos passar, entende? Leveza. E o que é melhor para transmitir leveza se não um pijaminha branco ao qual já estamos tão acostumados e já nos proporciona tanto conforto só de lembrar para que o usamos, para um dos maiores prazeres da vida: dormir.
Jimmy: Nossa, sim, amo dormir, inclusive só de pensar nisso agora eu já estou bocejando e pensando na minha cama.
Agatha: Ai, por que você teve que bocejar? Não sabe que bocejo é contagioso? Agora todos nós vamos bocejar!
Klaus: Nunca entendi muito bem o motivo disso, mas bocejos são tão incontroláveis. Nem estou com tanto sono assim e estou bocejando só porque o Jimmy bocejou do meu lado!
Jimmy: Haha, desculpem, desculpem! Prometo que não vou mais fazer isso, ou pelo menos vou tentar não fazer mais. Para me manter acordado, por que não falam sobre o clipe de Ambitions que foi lançado agora nesta semana. É a música com a cantora Brie e que acabou tendo um debut surpresa enorme direto no top 10 das paradas mundiais, mais especificamente na oitava posição. Nos fale sobre o clipe e sobre a faixa ter tido um debut tão bom assim, foi uma surpresa ou já era esperado?
Agatha: Respondendo à segunda pergunta primeiro: mais ou menos. Nós vimos que a música estava aos poucos ganhando um pouco de reconhecimento desde que foi uma das mais elogiadas da mixtape pelos críticos. Nós também percebemos uma certa movimentação na plataforma do TikTok em que cada vez mais pessoas usavam a música fazendo vídeos de auto empoderamento e esse tipo de coisa. Acredito que a performance no Grammy que veio quando a Brie se apresentou e algumas vezes que eu divulguei em programas de rádio ou televisão só alavancou as coisas para um outro nível e fez a faixa decolar mesmo.
Klaus: Felizmente, já estava em nossos planos lança-la como single esta semana, juntamente com o seu clipe, então agora as pessoas vão poder ouvir adequadamente como um single, o que deve gerar um hit maior ainda, eu acredito. A música deve ser maior que a própria Dark Diamond que lançamos para ser a principal do nosso projeto, haha.
Agatha: Também não dá pra tirar o crédito da Brie, tenho certeza que só o nome dela já foi mais do que suficiente para fazer a faixa ficar conhecida e cair no gosto do público rapidinho. Obrigada, Brie!
Jimmy: É um hino mesmo, eu concordo. Acho que iria hitar de qualquer jeito, mais cedo ou mais tarde, essas coisas que vocês citaram só ajudaram a fazer com que o hit viesse mais rápido, mas a música é muito boa, só estava esperando o momento certo para explodir de vez e ficar na boca do povo, já estava na boca do povo do TikTok, né? Haha!
Klaus: Ah, você quer que a gente fale sobre o clipe, né? Eu até havia me esquecido disso por alguns momentos.
Jimmy: Se for possível, peço encarecidamente que discorram sobre isso, por favor. Estou muito interessado.
Klaus: Ah, claro! O clipe de Ambitions recebeu um maior investimento, e que bom que investimos, pois a música hitou. Nesse clipe, a gente quis representar os altos e os baixos na carreira de um artista. O clipe começa em um pós-festa com a Brie de ressaca e acordando com a casa em uma bagunça completa e ela precisa arrumar tudo, por isso ela pega a vassoura, coloca os seus fones de ouvido e se prepara para a faxina.
Jimmy: Tem algum significado especial para este começo de vídeo?
Klaus: Acredita que não? Haha, não tem. A cena foi incluída apenas para deixar o clipe mais divertido e envolvente, mas não passa nenhuma das mensagens que procuramos passar durante o vídeo, é uma cena avulsa, digamos assim. Para mim, o clipe de Ambitions começa realmente quando a Brie está no trono, vestida de rainha e portando a sua espada. Estas cenas representam o tal momento de glória da cantora em que ela está com tudo lá em cima, no seu momento mais brilhante. E ela exibe esse poder e se exalta. Errada não tá, na minha opinião.
Jimmy: Mas estas cenas foram tão rápidas, e o que vem depois?
Klaus; Então, Jimmy, as cenas foram rápidas justamente porque não é o foco do clipe ilustrar os tais momentos de glória, mas sim os momentos de baixa. Essas cenas como rainha foram adicionadas apenas para contrastar com o resto do vídeo, que começa quando a Brie já está na beira do penhasco. Isso por si só já representa uma simbologia muito forte, porque penhascos são difíceis de se escalar e representam o seu máximo, o topo. Apesar da dificuldade de subir, descer é muito fácil através de uma queda que pode ser desastrosa. Esse conceito também é bastante aprofundado na música. Obrigado, Agatha, pelas letras incríveis.
Agatha: A letra eu escrevi, mas o clipe e o instrumental foi responsabilidade sua! Se credite também, Klaus, hahaha!
Klaus: Tá bem, haha. A nossa grande jogada no vídeo é com aquelas pessoas mascaradas que seguram placas amarelas com números. Se você reparar, os números estão todos entre 41 e 60, que são as possíveis notas amarelas que se pode receber no Metacritic. Como todos sabem, a cantora Brie está envolvida em umas polêmicas com a crítica por causa de seu primeiro álbum de estúdio que já recebeu uma nota não muito agradável pelos críticos. É nesse momento em que essas notas a cercam e ela não vê alternativa, a não ser dizer “dane-se tudo e todos”. E então há o momento em que ela se joga do penhasco, um momento poderosíssimo que mostra que ela não se importa com os julgamentos e que quer mais fazer a sua arte do que ser avaliada por um sistema. Por isso, ela se joga do penhasco, mas não morre, obviamente, cai na água. Eu gosto da simbologia da água porque é como se ela limpasse as coisas e renovasse a pessoa. É como se a Brie estivesse renovada depois que emergisse da superfície, uma nova artista, que está pronta para um novo recomeço, novamente de baixo, mas pronta para subir outra vez e alcançar o seu lugar no trono de rainha de novo.
Jimmy: Uau, que forte! Eu realmente adorei todo esse clipe e como vocês conseguiram conectar bem as coisas. A Brie achou o que disso tudo? Como foram as filmagens com ela?
Klaus: Acredito que a Brie tenha gostado bastante do clipe também, ela esteve presente no momento de roteirização, dando ideias e sugerindo o que devíamos fazer, sem contar que fazer as gravações com ela foi muito bom, exploramos vários locais, ângulos e poses diferentes para chegar ao resultado perfeito. Tudo foi gravado em dois dias, então foi bem intenso, mas acredito que tenha compensado, sim, pela obra de arte que fizemos e pelo resultado obtido ao final de tudo, muito bom.
Jimmy: Tudo o que podemos esperar agora é um clipe para Want Your Love, que é a única faixa que ainda não virou single, né? Vocês vão lançar um clipe para essa música ou não vai ter?
Agatha: Bem, o planejamento era lançar todas as músicas como single e lançar clipe para todas as elas, então é óbvio que sim, Want Your Love vai ter sim o seu clipe, que já foi filmado e está em processo de edição para lançarmos em algum dia da semana que vem!
Jimmy: Puxa, sério? O que podemos esperar desse clipe? Conta aí!
Agatha: Ah, é surpresa, mas muita balada e luzes azuis, é o que posso garantir, ao menos por enquanto.
Jimmy: Luzes azuis? Tem alguma razão específica para isso que nem o branco em The Clock ou é só aleatório mesmo?
Agatha: Tem sim, mas eu acredito que seja uma informação que eu não possa dar porque não cabe a mim dar, haha.
Jimmy: Ah, que pena! E vamos finalmente descobrir quem é essa integrante misteriosa? Aquela que vocês chamam de “L”?
Klaus: Talvez, sim. Talvez, não. Fiquem ligados no vídeo que deve sair na semana que vem para conferir. E também movimentem o Twitter tentando descobrir quem é a integrante desconhecida do EON! Tenho certeza de que vocês vão adorar ela quando ela for revelada pois ela é super carismática, amei trabalhar com ela, gravar a música e o clipe, então tenho certeza de que vocês também irão amá-la.
Jimmy: Você disse que gravou o clipe com ela, então isso significa que a “L” aparecerá no vídeo, não é? Só pode ser!
Klaus: Tirem suas próprias conclusões, minha boca é um túmulo sobre esse assunto de agora em diante, tá bom?
Jimmy: Nossa, tá. Mas então agora vou falar especificamente com a nossa rainha da música estranha, Agatha Melina. Agatha, eu vi que você lançou recentemente o seu novo single, Regret, e que esse single é o lead single de um novo álbum de estúdio vindo por aí.
Agatha: Sim, Regret é o carro-chefe do meu segundo álbum de estúdio que será lançado em breve, nos próximos meses.
Jimmy: Você já pode nos dar um nome ou uma data? Qualquer informaçãozinha para seus pobres fãs?
Agatha; Não, ainda não posso, mas saibam que a paciência é uma das maiores virtudes que um homem pode ter, então seja paciente e espere pelo momento certo porque valerá a pena.
Jimmy: Uau, tudo bem. Mas enquanto isso, podemos nos contentar em falar sobre a tão prestigiada Regret. Como foi quando você descobriu que o seu single havia estreado diretamente na segunda posição dos charts mundiais e já contabiliza o maior debut da história?
Agatha: Ai, eu não esperava que isso fosse acontecer. Para uma cantora com um alcance mediano como o meu, aquilo foi maravilhoso e eu fiquei muito feliz de saber que as pessoas estavam me apoiando nesse novo momento da minha vida e que eu poderia ficar tranquila em relação aos meus lançamentos pois os meus fãs sempre estariam lá para mim, me deu mais confiança e mais vontade de seguir em frente.
Jimmy: Você tweetou há um tempo que queria cancelar o seu segundo álbum de estúdio, você estava falando deste em que Regret está incluído ou de outro que você já cancelou e Regret faz parte de um novo? Explica isso porque acho que tem muita gente curiosa.
Agatha: Não, eu não cancelei. Regret realmente faz parte desse segundo álbum que eu pensei em cancelar, mas decidi que era melhor não. Após muitas reflexões, eu disse que ia fazer um teste lançando Regret como single. Caso eu obtivesse um bom desempenho com ele, eu saberia que poderia investir no segundo álbum mais tranquilamente.
Jimmy: E com bom desempenho você quer dizer o que especificamente?
Agatha: Além dos charts, eu consegui receber a Best New Track da Pitchfork por Regret e com uma nota maior do que nove. Para ser mais exata, foi 9,1. E essa mistura de aclamação com hit me fez ter certeza de que eu estava lançando a coisa certa e eu espero que as pessoas gostem do meu segundo álbum de estúdio tanto quanto eu gosto.
Jimmy: Fico feliz por você estar mais confiante de seu trabalho agora e por não querer descarta-lo pois eu estou muito ansioso para ouvir mais obras de arte como Regret, que inclusive é maravilhosa. Nesse seu álbum de estúdio você pretende continuar abordando esse gênero musical? O rock o metal foram influências para você no álbum como um todo ou somente nesse single? É importante você responder a esta pergunta pois como sabemos, o Chaos teve diversas influências como o trap e o próprio metal.
Agatha: Eu decidi me fixar no rock e no metal neste álbum, sim. Primeiro é um gênero que venho apreciando há algum tempo e que já comecei a explorar desde Volcanic e percebi que eu gostava do que estava fazendo, então eu decidi que iria me fixar nesse gênero desta vez, mas no estilo Agatha Melina radical e extrema extraindo até a última gota do experimentalismo do gênero, haha, como vocês me conhecem. Ms, sim, vocês podem esperar músicas tão boas quanto Regret e até melhores.
Jimmy: Bem, isso que você falou até agora foi na parte sonora, mas o que podemos esperar da parte lírica? Sabemos que a letra de Regret traz um clima sombrio de luto para apresentar uma crítica social lá pra frente e nos dá um choque quando descobrimos do que aquela música realmente se trata e não é a morte de uma pessoa, infelizmente.
Agatha: Haha, sim. A parte lírica está bem conectada com este contexto. Nesse meu segundo álbum, eu estou pretendendo me aprofundar nas críticas sociais. Quer dizer, pretendendo não, já pretendi, pois o álbum já está pronto. Mas é, eu vou me aprofundar nas críticas sociais e por isso eu achei Regret o lead single perfeito, pois mostra essa transição. Enquanto no Chaos eu fazia músicas tristes e sobre a profundidade obscura das almas dos seres humanos e o quão no fundo do poço alguém pode chegar, agora nesse novo álbum, eu venho trazendo críticas sociais. E a música que todos pensaram que era para ser triste sobre a morte de uma pessoa, na verdade está meramente criticando comportamentos humanos em relação ao meio ambiente em que vivemos e a completa ignorância da nossa espécie ao fingir que o problema gigantesco que espreita o abismo da extinção não existe.
Jimmy: Nossa, isso é muito profundo, eu vou ter umas treze crises existenciais durante essa madrugada só por causa dessa conversa. Muito obrigado por isso, Agatha Melina, pelas crises existenciais com as quais você acaba de me presentear durante a nossa entrevista.
Agatha: De nada, haha. Mas é isso, agora as pessoas já sabem que eu vim aqui cantar sobre outra coisa e podem se preparar pois esse meu segundo álbum de estúdio vai ser violento.
Jimmy: Violento? Seria essa uma pista do que está por vir?
Agatha: Quem sabe? Vai ter que descobrir sozinho, Jimmy...
Jimmy: Eu estou me sentindo parte da turma do Scooby-Doo agora, tentando desvendar mistérios, mas os mistérios são sobre o segundo álbum de estúdio da cantora e compositora romena Agatha Melina.
Agatha: Scooby, meu filho, nem tem muitos mistérios assim. O conceito está muito mais simples que o do Chaos, se quer que eu seja sincera. No Chaos eu trabalhei com teoria do caos, caoísmo, caosfera. Aqui eu não estou apresentando nada tão complexo pois preciso que a minha mensagem seja facilmente interpretada, por isso não pode ser nada complexo demais. Relaxa pois em breve você vai ver do que eu estou falando e vai perceber que eu tinha razão o tempo todo sobre isso.
Jimmy: Acredito que não importa o quanto eu tente sutilmente extrair alguma informação, você não vai me dar, então é melhor nós simplesmente partirmos para os próximos questionamentos e nos virar com o material que já temos disponível, e com isso, eu falo obviamente do clipe, já que a o single você já discorreu tudo o que podia sobre. Então, Agatha Melina, eu queria uma explicação sobre aquele clipe, porque meu Deus do céu, foi quase teatral, mas um pouco perturbador, não sei. Explica pra gente!
Agatha: Hahaha, amo causar reações de choque. Que bom que causei, obrigada pelo feedback maravilhoso, adoro ver as pessoas assim após ver as minhas coisas. Bem, o clipe é bem simples e se passa em um cemitério, onde está acontecendo um enterro. Não se sabe de quem é, mas pela letra da música presume-se que é da mãe do eu-lírico, mas como vocês já devem estar carecas de saber após ouvir a música inteira e após eu dar as explicações sobre a letra aqui, não é. Basicamente boa parte do clipe é sobre essas lamentações e arrependimentos, aqueles sentimentos que sentimos quando percebemos que já é tarde demais para uma coisa e que não podemos fazer mais nada para consertá-la naquele momento. Por se tratar de uma canção de luto, podemos relacionar todo este contexto às cinco fases do luto. E se tem uma fase em que eu me aprofundo neste videoclipe, com certeza é a fase de negação, quando você simplesmente não aceita que aquela pessoa partiu, não consegue entender e fica negando este fato para si mesmo numa esperança rasa de que seja mentira, mas nunca é. Essa fase do luto é muito bem explorada no clipe de Regret, porque como podemos ver, o personagem ali representado não aceita a tal morte e tenta até mesmo desenterrar o que quer que esteja enterrado naquele túmulo. A minha parte favorita é quando pego a pedra para quebrar o caixão, é muito mórbido e eu amo coisas mórbidas. Mas é mais do que óbvio que o clipe não é só isso. Eu também envolvo muito os quatro elementos na sua forma mais destrutiva. Além da própria terra do local, do túmulo, também há a cena em que as rosas apodrecem quando caem ali, isso representando um solo podre por poluição. A tempestade de raios que cai no cemitério ameaçando desabar um mundo de água sobre tudo e todos. Em seguida, temos a própria poluição do ar, os gases tóxicos como armas químicas que são liberados na atmosfera nas guerras e todos aqueles soldados fortemente armados com suas máscaras de gás para se protegerem pois sabem que aquilo é mortal. E, claro, não podia faltar o bom e velho fogo que tem em todos os meus clipes, né? Um incêndio de proporções gigantescas no cemitério, corroendo tudo e reduzindo tudo a cinzas e ruínas. Meu corpo cai na terra e começa a apodrecer e essa também é a minha parte favorita. Sim, eu tenho duas partes favoritas. Até que sobra somente o meu esqueleto que também é consumido pelas chamas assim como o resto do cemitério. Na lápide daquele túmulo no cemitério dá para ler finalmente o nome do falecido, que é o que eu já canto na música, a natureza. Representa a morte da natureza e isso é bem presente no clipe se você prestar atenção e colher todos os elementos e pistas, os quatro elementos não estão lá representados a toa, tudo tem o seu devido significado.
Jimmy: Nossa, isso foi ainda mais profundo do que eu pensei que seria, estou boquiaberto e impressionado, parabéns pelo trabalho.
Agatha: Acredito que vou fazer uma entrevista mais completa explicando a fundo sobre todos os significados e todas as simbologias presentes tanto no clipe quanto na letra de Regret, bem detalhadamente para que todos possam ter a máxima compreensão possível.
Jimmy: Pois eu não posso perder essa entrevista de maneira alguma, só me avisar quando vai ser que eu com certeza irei assistir. Regret e o seu videoclipe são maravilhosos, então não posso perder.
Agatha: Muito obrigada por todo o apoio dado, Jimmy.
Jimmy: Bem, acredito que agora já é a hora de encerrarmos a nossa entrevista por aqui. Agatha, foi um prazer ter você. Klaus, foi também maravilhoso estar conversando com você. Espero que voltem mais vezes para termos mais conversas agradáveis como estas, que tal?
Klaus: Por mim está ótimo! Eu vou adorar voltar aqui!
Agatha: É, eu também. Sempre digo que vou adorar voltar aqui toda vez que volto aqui, já é costume, haha.
Jimmy: Então a gente podia encerrar esse programa com vocês cantando um pouquinho pra gente, não acham?
Agatha: Tudo bem! O que você quer que a gente cante?
Jimmy; Fica a critério de vocês, nos entretenham, por favor!
Klaus: Então, acho que pode tocar a faixa Want Your Love com a integrante do EON que estamos divulgando agora.
Agatha: E como adicional, eu vou cantar Regret para que quem não conheça a música passe a conhecer e quem sabe se interesse.
Assim, para encerrar o programa, Agatha e Klaus fazem a alegria da plateia com as músicas Regret e Want Your Love. Eles lembram que ambas as músicas já estão disponíveis no Spotify e em todas as plataformas de streaming, que Want Your Love está na mixtape Dark Diamond Music Vol. 1, que Regret é o lead single do novo álbum de Agatha e que o clipe desta última música já está disponível na plataforma de compartilhamento de vídeos YouTube. Agradecendo a todos na plateia e se despedindo, inclusive de Jimmy, Agatha e Klaus deixam o palco e o programa encerra após a belíssima performance que os dois fizeram ali.