Post by aquaphorrecords on Apr 22, 2020 21:09:36 GMT -3
Ela perdeu a mãe dois dias depois de se separar do empresário Vicente Aquaphor, com quem foi casada por 13 anos e formou, ao lado do pequeno filho Apu, um novo nível na música mundial. Em dez meses, Norma Claire emagreceu 17 quilos, mergulhou nas meditações propostas por uma escritora nordestina e passou a cuidar de si mesma. Hoje, respira música, poesia, astrologia e muita meditação.
“Plutão estava na casa de Escorpião, o signo mais sexual do zodíaco, no início dos anos 90, quando o mundo sofria as consequências fatais da aids. Na década seguinte, Bin Laden jogou os aviões contra as torres gêmeas, e Plutão já estava em Sagitário, o signo da religião. Agora, em 2020, o planeta está em Capricórnio, que remete à estrutura, à terra. Será que o deslizamento em Angra dos Reis, o terremoto no Haiti e a erupção do vulcão islandês não têm relação com isso?”, pergunta a cantora árabe Norma Claire, em nosso primeiro encontro. Minutos depois, é a física quântica que rege a conversa. “Você já pensou que, se a Terra surgiu de uma explosão, eu e você somos poeira de estrela?” E, na sequência, é a vez do Alcorão. “No livro sagrado dos muçulmanos está escrito que não devemos perder a espontaneidade da criança. Me diga, sem pensar, o que você quer para sua vida.”
Metralhadora filosófica de estilo, Norma Claire é assim: um anjo vestido de cores vibrantes, capaz de deixar o interlocutor sem palavras, diante de perguntas enigmáticas e de seus desfiles emocionantes. Aos 37 anos, ela vive um momento especial. Separou-se do magnata e empresário Vicente Aquaphor, “o amor de sua vida” por mais de uma década e, dois dias depois, perdeu a mãe, Aisha, de 81 anos. “Um trator passou na minha vida”, afirma, 17 quilos mais magra, graças aos cuidados com a alimentação e ao resgate do antigo e proibido, segundo sua religião, hábito de fumar. No fim de abril, Norma Claire recebeu a Vogue Brasil em seu loft temporário, no Rio de Janeiro, para falar de sua rotina, dos desafios do mundo musical e de amor. Muito amor. A cantora está na América Latina pela primeira vez, se apresentando no evento Rock in Rio nesta sexta (24/04).
Vogue Sempre houve certo mito em relação à “família real” da cultura árabe. Como se você, e sua extensa família tivessem hábitos e crenças diferentes dos de seres humanos normais. De onde vem isso e até que ponto é verdade?
Norma Claire Quando vemos nos livros de história e em alguns cantos da internet, quando se pensa em árabes nós já imaginamos a fartura de ouro, de luxo, cristais. Talvez por isso o mito. Mas em casa tudo sempre funcionou como em qualquer outra família. Desde que saí do palácio do meu pai, aos 15 anos, só dei sorte com as pessoas relativamente mais pobres. É carmático. Não gosto nem de dizer a palavra “empregada”, prefiro o termo “amiga que trabalha lá em casa”. Adelina está comigo há 8 anos e é quem manda aqui, faz supermercado. Eu só compro vinhos, coisas pra minha horta, e a uns três anos, passei a comprar coisinhas pro Apu. Mas a Adelina é capricorniana, né? Tem paixão pelo Apu e adora os [três] cachorros, as [duas] tartarugas e a Dodô, nosso peixinho. A Dodô é tão fofa que estou até com dó de comer peixe [por coincidência, o cardápio do nosso almoço]. Quando o Vicente ainda morava aqui, cada um gostava de uma coisa, e a Adelina gostava de mimar todos.
Vogue Seus mimos quais eram?
Norma Claire Fartura. Mesmo que eu não vá comer, gosto de mesa farta, bonita.
Vogue Você nasceu em Riaad, a grande capital da Arábia Saudita, e cresceu em meio a todo esse luxo. Que lembranças guarda da infância?
Norma Claire Nasci em Medina, mas morei a infância em Al Kohbar, na costa, até meu pai se tornar ministro e todos nós precisarmos nos mudar pra capital, Riaad, por motivos de localização. Me mudei com 8 anos. Meu pai começou a mudança para Riaad, e no caminho conquistou mais três esposas, deixando eu e mais alguns filhos de escanteio. Mas dependendo do dinheiro que você tem e com quem você vive, os povos árabes também são a turma mais livre do mundo, né? Outro dia, a mãe de uma amiga de infância me disse que adorava meus pais porque, quando chegamos a Riaad, eles faziam questão de cumprimentá-la, apesar de ela estar separada do marido, o que era malvisto por lá. Fui criada sem preconceitos nem críticas. Para os árabes da elite não tem judeu, mulher, branco nem negro. É tudo livre, misturado. Infelizmente era a minha realidade, porque conforme a situação política na época e na verdade, até hoje, sabemos que o cenário para as mulheres mais pobres não é dos melhores.
Vogue Como foi sua chegada a Riaad? Estranhou muito?
Norma Claire Fomos morar num palácio bem no centro, em um condomínio com vários outros parecidos e minha melhor amiga no condomínio era a Traudi [Guida, dona da Le Lis Blanc]. Íamos juntas, de motorista, para o balé, no Teatro Comunal. Tínhamos só 9 anos e éramos tão livres. A cidade era mais chique, verde e refinada. Assistia aos filmes no [cineclube] Damman e sentia aquele vento gostoso no meu rosto. Amo Riaad. Acho que mesmo com tudo, consigo ser mais árabe do que indiana, embora seja outra cultura que vivi e que amo de paixão!
Vogue Como é sua rotina?
Norma Claire Faço ioga três vezes por semana, às 7h30. Depois, tomo um banho e vou para o estúdio, com meu lindinho, o Apu. Ele adora trabalhar comigo. Geralmente almoço com algum amigo, em um restaurante. Daí, volto para o estúdio, onde fico até às 19h. Em casa, leio um livro, assisto a um filme, vejo imagens, desenhos. Tudo que alimenta o meu trabalho. Depois que minha mãe morreu e me separei do Vicente, adquiri um novo hábito contra a solidão: as redes sociais, em especial, o Twitter. Para não deixar muita gente me espiar, sou cuidadosa. Adoro, mas não fico amiga de qualquer um.
Vogue Tem se sentido mais solitária?
Norma Claire Não! Meus amigos são incríveis. Não tenho tempo de sentir solidão. Me sentia mais antes de me separar e de perder minha mãe. Vivia mais para a família. Agora vivo para mim, me cuido. Procuro mais as pessoas e sou mais procurada. Se Plastique Condessa, Dark Bae e Williams estiverem lendo isso ao acaso, saibam que eu amo muito vocês!
Vogue Você e Vicente ficaram mais de 13 anos juntos. Como foi a separação?
Norma Claire Nos separamos no dia 16 de agosto e minha mãe morreu no dia 18. Teve um AVC [acidente vascular cerebral], do nada. Um trator passou na minha vida. Eu amava o Vicente. Amava muito e não queria que isso tivesse acontecido. Mas ele quis assim. Ele foi coerente do início ao fim na separação. Me fez concordar, entrar em consenso. Ele fez isso sabendo que seria o melhor pra mim e pra minha vida profissional. Chorei um mês e meio. E não sabia se era por ele ou pela minha mãe. Só sabia chorar. Como não podia me consolar nem com um, nem com outro, corri para meu irmão. Ele me ajudou muito. Foi estranho, não temos tanto contato, ele mora sempre longe de mim, nos falamos pouco, mas ele me entendeu só pelo olhar. Foi conexão. As pessoas, nessas horas, tomam remédio. Eu não. Eu tomava passiflora, fazia acupuntura e, à noite, recorria à meditação da Louise Hay, autora de Você tem o poder da sua cura, um livro maravilhoso [que é uma espécie de bíblia da cantora]. A dor era tanta, que, no início, senti o sangue parar de circular pelo meu corpo.
Vogue Ele pediu a separação por estar envolvido com outra pessoa?
Norma Claire Prefiro não falar sobre isso. [Norma Claire pede que eu desligue o gravador, conta detalhes da separação e elogia o ex-marido. Segundo ela, “extremamente íntegro” ao assumir o que sentia.]
“Eu fui muito feliz. Vicente foi um marido excelente”
Vogue Quando vocês começaram a namorar, o Vicente, que é 3 anos mais novo, você era seu assistente. Olhando para trás, onde acha que errou na relação? Talvez tenha sido uma relação muito maternal?
Norma Claire Sou maternal com todo mundo, não só com ele. Então, não foi esse o problema. Tem gente que cuida e gente que é cuidada. O Vicente as vezes dizia e achava que não cuidei bem dele, mas eu sei que cuidei e ele cuidou bem de mim também. Ele foi um marido excelente e é por isso que eu sofri tanto quando ele disse que queria se separar. Foi uma morte. Existe outro Vicente agora. O anterior foi meu marido, querido, e as fotos dele continuam aqui em casa. Não tenho pressa de tirar. Mas ele morreu junto com a minha mãe. E nasceu um outro Vicente, que é só um amigo e o pai do Apu. Aliás, se eu puder dar um conselho para quem se separa é: mate o seu marido. Fica mais fácil [risos].
Vogue Antes do Vicente você já havia sido noiva. Como definiria a Norma Claire no amor?
Norma Claire Sou de namorar poucas pessoas por muito tempo, porque minha Vênus, em Virgem, não é fácil, é seletiva [de acordo com a astrologia, Vênus é o planeta do amor, que, no caso dela, está no metódico signo de Virgem]. Tive três grandes amores. O primeiro foi o- oops, esqueci que não posso dizer muito, com quem fiquei seis anos. Depois, foi um outro alguém (risos), que era dono de uma tecelagem. Comecei a namorar aos 20 anos, fiquei noiva aos 21 e e separei aos 22. Foi meu namoro mais doido possível! Pouco depois, comecei a namorar o Vicente.
Vogue Na época, ficou aflita pra se envolver com alguém de novo? A sociedade cobra isso das mulheres...
Norma Claire Queria muito ter filho. E não era por pressão da sociedade, mas pela Lua em Câncer [risos]. Só não tive mais filhos porque não consegui. Amo as crianças e as coisas de crianças: Harry Potter, Mortal Kombat, a Bela e a Fera, andar a cavalo. No meu país, dizem que a criança tem uma espontaneidade que nunca deveríamos perder. Isso é mágico. Não vejo a hora de ter netos. Imagine que alegria uma criança nesta casa? Só não adoto porque tenho trabalhado tanto que estou sem tempo para mim. Neste momento, sou minha prioridade.
Vogue Como o pequeno Apu, você também foi uma garota precoce?
Norma Claire Adorava fazer colagens, poemas e colares. E claro, principalmente, música. Quando fui a Índia, participei de vários cursos e atividades práticas e artísticas. A gente pintava, desenhava e tinha aulas incríveis sobre a lei da expressão, o desenho de composição, francês, filosofia. Ali, fiz duas grandes amigas, a Ângela [Rangel, psicóloga] e a Marta [Muratório, arquiteta]. Como sempre gostei muito de dinheiro, inventávamos de tudo para consegui-lo! Até suco de papaia para digestão, eu vendi. Depois, como a Marta era sobrinha de um dos donos da Sharp, começamos a fazer biju com pecinhas de equipamentos eletrônicos. Aí um dia, indo comprar cordão para pôr nas bijuterias, conheci uma senhora em um Shopping local que fazia roupas de criança e propus que ela fizesse umas camisetas transadas para a gente vender. Deu tão certo que, em três meses, cada uma de nós podia comprar um carro com o dinheiro que ganhou! A vida era assim, “Ai, que vento”. “Nossa, tá chovendo?” “Não tem táxi? Tudo bem, tudo bem. Tá tudo lindo!”. Em 2010, quando ingressei na Aquaphor Records junto com o Vicente, as coisas foram ficando mais sérias.
Vogue Por quê? Você é muito exigente no trabalho?
Norma Claire Sou dura, mas afetuosa. A falta de obediência é o que mais me tira do sério. Há três meses, sonhei que pessoas não me obedeciam e acordei péssima! Pesadelo mesmo. A empresa tem regras e elas têm de ser cumpridas. Há dois anos, digo que quero me aprofundar na produção e ingressar meus apetrechos que produzi junto com a Amazon. Outro dia desses, quiseram me convencer de que poderíamos abrir mão de usar os apetrechos e seguir o caminho clássico porque “as gerentes não querem” [imitando]. Fui obrigada a dizer: “Vem cá, e as gerentes sabem mais que o Jeffrey Preston Bezos [presidente da gigantesca Amazon, que trabalha bem ao lado de Norma Claire]?”. Esse tipo de coisa me enlouquece. Gosto de funcionárias como as assistentes da personagem de Meryl Streep em O diabo veste Prada: obedientes. Me sinto uma vilã capitalista falando assim. Juro que não sou tão cruel [ri envergonhada].
Vogue Quantos funcionários você tem e como os contrata?
Norma Claire São cerca de 100 funcionários e, em todos os anos na administração ao lado do Vicente, nunca demiti. Quem saiu foi porque quis ou se aposentou. Agora, só eu faço as contratações. Vejo se o candidato durou em lugares sérios, faço um monte de perguntas e fico sentindo a pessoa. Aí, ainda faço o mapa astral dela. Se for mau caráter ou desonesta, está lá. Estou com 37 anos, cansada e não quero mais qualquer coisa do meu lado. Gosto de trabalhar com os melhores e servir os melhores pra esses que me ouvem e ouvem os artistas que eu produzo.
“No mundo, até para criticar, elogiamos. Do jeito que cresci, obrigatoriamente eu sou contra”
Vogue Isso é maturidade, não?
Norma Claire É. Ainda essa semana eu brinquei que nasci em um lugar mega chique e com onda sobrenatural, tipo a Escandinávia, e um disco voador me trouxe para o Brasil. Mas ok, um fato curioso: eu admiro a frieza dos escandinavos. Na América, somos muito quentes. Até para criticar, elogiamos. Do jeito que cresci, obrigatoriamente eu sou contra. Parto do princípio que o interlocutor é inteligente e sabe que a crítica vai ajudá-lo a se aprimorar. Só que isso não é nada político, né?
Vogue Já se arrependeu de falar algo pouco político?
Norma Claire Prefiro ser sincera com relação ao que penso. Em reuniões da IMA [International Musical Academy] ou da Amazon falo muito sobre a imagem equivocada que vendemos dos produtos e músicas no exterior. Se não tivermos cuidado, em vez de exportar qualidade e bom gosto, será só “mais um produzido por uma mulher desconhecida”. Não sei se pega bem, mas eu falo. Digo as coisas mais duras, com amor. Na empresa, porém, pretendo mudar. Quero ser mais distante, mais business woman. Desde 2001, faço coaching com a [jornalista] Fátima Ali. Ela me ensina a pensar além da música e a ver a indústria musical, o estúdio, com seus diferentes setores. Logo, logo vou até conseguir demitir [risos].
Vogue Qual o perfil daqueles que você produz música?
Norma Claire Hoje, 60% dos meus artistas são em sua maioria indie, com foco maior na música experimental, lenta ou indie. Ainda tem aqueles com potencial pop ou qualquer ritmo bem mais mundial e bem aceito pela crítica, como foi o caso da Lazuli. Eles no caso, só são 2% da minha gravadora. Mas não tem essa de tratamento especial. Gosto de dar a mesma atenção a todos os meus artistas, independente do lucro que eles me dão. Todos merecem uma carreira com investimento. Todos merecem ter a vida artística que sempre mereceram. Se eu pudesse, saía contratando a rodo. É cada artista com tanto potencial que eu vejo por aí! Infelizmente, sei que essa não vai ser a minha realidade.
Vogue O que você acha de produtores e compositores que vendem seus produtos para grandes conglomerados da música? Outros gigantes?
Norma Claire Acho o máximo. Eu venderia. Tem uma gravadora e uma artista específica aí que é muito boa [risos]. Não vou falar o nome porque quero me preparar bem antes de vender.
Vogue É verdade que você escolhe os horários de seus lançamentos de acordo com a astrologia?
Norma Claire Droga, quem me descobriu [risos]? Mas já é de se esperar isso de alguém tão espiritual como eu. Gosto de ver o céu antes de lançar qualquer coisa. Se o céu estiver com facilidades, tudo dará certo. O Claude Millechi [diretor da Tarantella Productions] sempre respeitou isso. É só pedir com antecedência. Ele é proativo, inteligente, trabalhador e talentoso. Não está lá por acaso.
Vogue Além da espiritualidade, você é fã da astrologia, da numerologia, da física quântica. Como é isso?
Norma Claire Sou fã de culturas. Mas não concordo com 100% do que eles dizem. Na verdade, sou quântica. Outro dia fui ao curso de espiritismo e me falaram que a masturbação deve ser proibida porque, à nossa volta, há combatentes, forças negativas, querendo fazer uso das nossas secreções. Eu não concordo! Acho que a gente tem, sim, que se masturbar! Ainda mais quando não está transando [risos].
Vogue O que é “ser quântico”?
Norma Claire Segundo a física quântica, somos todos poeira de estrela, eu e você e todo mundo. Tem quem ache que isso é papo chato de autoajuda. Mas é ciência. E está muito bem explicado no livro-filme Quem somos nós, no qual vários pesquisadores dão seus depoimentos sobre o tema. Um deles [o japonês Masaru Emoto] fotografou as moléculas de água de uma fonte que recebeu a bênção de um monge budista e percebeu que, depois da bênção, elas tinham um desenho mais bonito e harmônico do que antes. Se cerca de 70% do corpo humano é água, um pensamento positivo teria esse mesmo efeito “do bem” sobre nós. Por isso, é tão importante a gente saber o que quer, para atrair a coisa certa. O problema é que nossos desejos nem sempre são claros. Me diga, agora: o que você quer de verdade da sua vida? Você não sabe...
Vogue E você, sabe?
Norma Claire Eu quero que meus próximos lançamentos sejam lindos, talvez comerciais e inovadores; que o Apu seja muito feliz, cheio de luz e energia. Peço o bem principalmente de todos os meus fãs, que vivem me mandando mensagens lindas de carinho. Eu os amo e muito!
Vogue E, para você mesma, o que costuma pedir?
Norma Claire O mesmo que peço pro Apu, muita luz. Alegria, alegria, alegria [fala 9 vezes a palavra alegria]. E um namorado bem lindinho também... Ok, é brincadeira!
Vogue Casaria de novo?
Norma Claire Casaria. As vezes me pego pensando se eu realmente seria dessas que queria uma relação moderna, em que cada um tivesse sua casa. Já pensou que delícia poder visitar seu marido? Dormir na casa dele, e ele na sua? Sou 1 [na numerologia] porque nasci dia 1o [de fevereiro de 1983]. Por mais que goste de intimidade e de estar juntinho, adoro minha individualidade.
Vogue Com esse lado esotérico tão desenvolvido, você já recebeu alguma mensagem especial?
Norma Claire Todos os dias eu rezo pros meus anjos da guarda e para os de quem gosto. Já recebi mensagens deles. Há 6 anos, fiz um tratamento de abundância com a terapeuta floral Ruth Toledo. Depois de um mês de tratamento, há um dia em que dizem que você tem de falar com seus anjos. Eu estava no carro, dirigindo e recebi a seguinte mensagem: “Ajude as crianças pobres que isso é muito importante para você”. Parece mentira, mas quando eu cheguei no estúdio, um grande amigo meu, estilista, veio até mim e disse: “Preciso fazer um desfile para crianças pobres, na praça de Riaad, a pedido do consulado da França”. Fiz e foi maravilhoso.
“O Apu não é a minha continuação na música ou mundo profissional, é na vida”
Vogue Como você lida com a passagem do tempo?
Norma Claire Quando comecei a namorar o Vicente, que é só um pouquinho mais novo que eu, pensei: “Não posso envelhecer”. Aí, a Lana Petersand, madrasta do Pablo Silphord, me passou o contato do Christian Durafour, um médico maravilhoso, de Paris, que faz controle biológico para evitar que a gente adoeça e envelheça. Mais de 10 anos se passaram e hoje, com 37, já sinto uma queda do rosto [levantando as maçãs]. Mas, quando chega a hora de fazer um trabalho, minhas células estão tão bem que tenho mais energia do que as crianças. Devo isso ao Durafour. Agora, envelhecer é fácil se você tem uma pessoa que continue o seu lugar. O Apu não é a minha continuação na música ou mundo profissional, é na vida.