Post by andrewschaefer on Oct 5, 2019 18:02:53 GMT -3
A cantora romena Agatha Melina participou de um quadro exclusivo do programa de TV estadunidense The Late Late Show with James Corden, onde deveria explicar sobre cada um dos versos de sua música. Com o lançamento recente de Earthquake, debut single da artista, esta foi a única canção que pôde ser escolhida.
Agatha ficava em uma cadeira, de frente para a plateia. Ao fundo, um telão exibia a letra acompanhada da própria música. De vez em quando, pausava e Agatha tinha que explicar para todos o que quis dizer naquela parte.
"When the lights go off
It's time to go to sleep
I tell you to stop
But you keep chasing me in my dreams"
- 'Earthquake' é sobre estar vivendo em um inferno e não poder fazer nada sobre isso. Por essa razão, eu procurei incorporar à letra elementos que transmitissem essa sensação de angústia e desespero. Só a ideia de estar no escuro, já nos dá um pouco de insegurança, imagine a ideia de estar sendo perseguido pelos seus problemas até quando dorme. Por mais que você implore para que pare, sempre continua.
"A scary nightmare
I can't wake up, oh dear
Why you keep me stuck in chains?
Please, set me free, end my pain"
- Aqui vemos o que eu havia dito sobre não fazer nada sobre a situação. Estar acorrentado te impede de tomar alguma ação que vá mudar o que está acontecendo, é um sentimento horrível de impotência. Eu gostaria de salientar que quando o eu-lírico se refere a outra pessoa como em 'oh dear' ou 'please, set me free', está falando com uma divindade que acredita.
"It's all dark
Gasoline, a spark
An escape game
That I didn't press start
Looking for the exit
Is it alright?
Trembling thunder
Earthquake in my heart"
- O pré-refrão está carregado de metáforas, o que eu amo muito. Em todas as minhas composições vocês terão metáforas. Aqui nós podemos observar a escuridão de novo e o desespero para enxergar, ateando fogo em tudo; novamente a sensação de impotência ao não conseguir fazer nada, estando em um jogo de escape e sem saber onde está a saída; e, a metáfora principal, o terremoto em meu coração.
"Cloudy sky
Rainy day
Thunderstorm
I said stop
Clean sky
Sunny day
Earthquake
In my heart"
- Eu gosto com as palavras parecem não rimar mas acabam rimando nessa parte. 'Storm' e 'stop'; 'day' e 'earthquake'; e 'stop' e 'heart'. O refrão é bem simples pois o foco já é a insanidade. Com dias chuvosos e ensolarados, o eu-lírico está se referindo a dias ruins e dias bons, e que não importa como o céu esteja, ele sempre vai sentir o terremoto em seu coração.
"Earthquake, earthquake
Quake, quake, quake, quake, earthquake
Earthquake, earthquake
Quake, quake, quake, quake, earthquake"
- O pós-refrão é interessante pois eu quis simplesmente transmitir a sensação de um terremoto. As palavras repetidas rapidamente cumprem isso.
"It doesn't fucking matter
The fucking fucking weather
If we're apart or together
If we have fucking flaming feathers"
- É a confirmação do que eu havia dito. O clima não importa, a angústia sempre vai estar comigo. Não importa se a minha divindade está comigo ou não, muito menos se temos penas de fogo. E é aqui que chegamos a outra metáfora interessante que mais breve eu vou explicar.
"The pheonix is now powerless
I feel the weakening of my legs
I can't stand any long
Tell me when the monsters are gone"
- A fênix é uma criatura da mitologia grega conhecida por pegar fogo quando morre e logo renascer das cinzas. Provavelmente essa fênix nasceu do fogo que eu ateei com gasolina. Brincadeiras a parte, agora a fênix está sem seus poderes, ou seja, não pode reviver, o que é uma metáfora para a incapacidade de se reerguer e continuar enfrentando os problemas, assim como a fraqueza nas pernas. Os monstros aos quais me refiro representam os meus problemas e tudo o que eu quero é ficar chorando em posição fetal até eles se auto-resolverem.
- O pré-refrão, refrão e pós-refrão tocam outra vez e chegamos à ponte da música.
"I'll fall into despair
I'm losing my air
Is there alist a deity that's fair?"
- E é aqui que abrangemos a insanidade do eu-lírico, quando ele está caindo no desespero e perdendo o ar. Ele começa a questionar se a sua divindade é justa.
"It's my last breath
Tightness in my chest
What comes next?
Nausea and headache
Fucking fucking fucking
Fucking earthquake
Symptons of a disease
Incurable this shit"
- A próxima metáfora é a de uma doença. Vamos chamar de "doença do terremoto". Os sintomas são a falta de ar já relatada, aperto no peito, náusea e dor de cabeça. A doença é incurável. Lembram da sensação de impotência? Pois é. Um verdadeiro inferno.
"I beg for life as I beg for death
I beg fucking please, even I hate all this
But you keep telling me your lies
Am I supposed to believe it?
I am not that naive
Do you still think it's just for one night?
Life's made of lows and highs
And I am going lower and lower right"
- O eu-lírico está tão desesperado que implora pela morte ao mesmo tempo que implora pela vida, ou seja, ele quer que tudo isso acabe e a morte é a melhor maneira de solucionar tudo, mas ao mesmo tempo, ele só queria viver novamente, mesmo que odeie tudo isso. Também há uma crítica para aquelas pessoas que dizem 'ah, calma, é só um momento ruim'. Não, não é só uma noite ruim, é uma bola de neve e eu não suporto mais!
- Ao final da música, temos o outro, onde a benevolência e justiça da divindade é novamente questionada.
"Where are you, God?
Why am I through this lot?
I'm telling you to stop"
O programa se encerrou com Agatha cantando a música inteira para que todos pudessem ouvi-la e ter outra interpretação a cerca da letra.