Post by moonlightrecords on May 28, 2020 14:19:45 GMT -3
EFÊMERA
Data de Lançamento: 28 de Maio de 2020
Duração: 49 minutos
Gêneros: MPB
Compositores: Valencia
Produtores: Marcelo Camelo
Gravadora: Moonlight Records
Bobagem
Minha beleza não é efêmera
Como o que eu vejo
Em bancas por aí
Minha natureza
É mais que estampa
É um belo samba
Que ainda está por vir...
Bobagem pouca
Besteira
Recíproca nula
A gente espera
Mero incidente
Corriqueiro
Ser mulher
A vida inteira...
Minha beleza
Não é efêmera
Como o que eu vejo
Em bancas por aí
Minha natureza
É mais que estampa
É um belo samba
Que ainda está por vir
É um belo samba
Que ainda está por vir
É um belo samba
Que ainda está por vir...
MARIA
Minha mãe não era, é
Minha mãe não era, é
Minha vó nasceu no interior de mim
Minha bisavó baiana eu imagino só
Minha mãe não era, é
Minha mãe não era, é mineira
Minha vó nasceu no interior de Minas
Minha bisavó baiana eu imagino só
Minha mãe não era, é
Minha mãe não era, é mineira
Minha vó nasceu no interior de Minas
E se matou por lá também
Minha bisavó baiana eu imagino só
AMOR VERDADE
Pai, gosto muito dos homens, sim
De tê-los ao alcance da boca, sim
Mas no calor da manhã quem me fez delirar foi uma mulher
Como é minha mãe
Mãe, gosto muito dos homens, sim
De vê-los invadindo meu sonho assim
Mas no frio do anoitecer quem me fez delirar foi uma mulher
Como eu disse ao meu pai
MEUS DEMÔNIOS
Me deixe só que hoje o mal veio me abraçar
Preciso entender minha fera pra ela não me controlar
Me deixe só que hoje o mal veio me abraçar
Preciso sanar minhas falhas pra ele não me devorar
Oh baby eu soltei meus demônios pra passear
Na mata escura, na noite eles foram caçar
Oh baby cuidado eu soltei meus demônios para passear
Na mata escura, na noite eles vão
Na mata escura, na noite eles vão te devorar
Me deixe só que hoje o mal veio me abraçar
Preciso entender minha fera pra ela não me controlar
Me deixe só que hoje o mal veio me abraçar
Preciso sanar minhas falhas pra ele não me devorar
Oh baby eu soltei meus demônios pra passear
Na mata escura, na noite eles foram caçar
Oh baby cuidado eu soltei meus demônios para passear
Na mata escura, na noite eles vão
Na mata escura, na noite eles vão te devorar
Na mata escura, na noite eles vão
Na mata escura, na noite eles vão te devorar
VAI MENINA
Tudo começou aqui, longe do mar
É que o cinza é maior que o céu
E o resto é chorar
Vai, menina
Põe teu rosto de sorriso
Teu vestido azul tão lindo
Põe teu jeito de brincar
Vai, menina
Com os teus olhos de mercúrio
Colecione vagalumes
Porque a noite logo vem
E vem
E vem
Vai, menina
Cresce agora, vai
Eu sei que dói
Vai, menina
Deite os lábios
Não vai mais sorrir
Foi janeiro começar, tão longe do sol
Foi do mundo se levantar
E agora é crescer
Vai, menina
Veste o peito de coragem
Corra, não perca a viagem
Porque os anos logo vêm
Vai, menina
Nessa vida é só você
Não espere por ninguém
Ninguém espera por você
Ninguém, ninguém
Vai, menina
Cresce agora, vai
Eu sei que dói
Vai menina
Deite os lábios
Não vai mais sorrir
Vai, menina
Guarde os sonhos com você
Guarde o amor e seus porquês
Porque no mundo tudo cai
Vai, menina
Deixe o tempo amanhecer
Se desfaça de mais um
E finja ser feliz assim
E assim
Foi de longe que eu me vi
Sozinha a correr
Foi do mundo se levantar
E agora eu vou
ESQUADROS
Eu ando pelo mundo
Prestando atenção em cores
Que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo
Cores!
Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção
No que meu irmão ouve
E como uma segunda pele
Um calo, uma casca
Uma cápsula protetora
Ai, Eu quero chegar antes
Pra sinalizar
O estar de cada coisa
Filtrar seus graus
Eu ando pelo mundo
Divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome
Nos meninos que têm fome
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle
Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm
Para quê?
As crianças correm
Para onde?
Trânsito entre dois lados
De um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo
Me mostro
Eu canto para quem?
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle
Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor, cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle
Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle
TROVOA
Minha cabeça trovoa
Sob o meu peito eu te trovo e me ajoelho
Destino canções pros teus olhos vermelhos
Flores vermelhas, vênus, bônus
Tudo que me for possível, ou menos
Mais ou menos
Me entrego, ofereço, reverencio a tua beleza
Física também, mas não só
Não só
Graças a Deus você existe
Acho que eu teria um troço
Se você dissesse que não tem negócio
Te ergo com as mãos, sorrio mal, mal sorrio
Meus olhos fechados te acossam
Fora de órbita
Descabelada, diva, súbita
Súbita
Seja meiga, seja objetiva
Seja faca na manteiga
Pressinto como você chega, ligeira
Vasculhando a minha tralha
Bagunçando a minha cabeça
Metralhando na quinquilharia que carrego comigo
Clipes, grampos, tônicos
Toda dureza incrível do meu coração
Feita em pedaços
Minha cabeça trovoa
Sob teu peito eu encontro a calmaria e o silêncio
No portão da tua casa no bairro
Famílias assistem tv - eu não
Às 8 da noite, eu
Eu fumo um Marlboro na rua como todo mundo
E como você, eu sei
Quer dizer, eu
Eu acho que sei
Eu acho que sei
Vou sossegado e assobio
E é porque eu confio em teu carinho
Mesmo que ele venha num tapa
E caminho a pé pelas ruas da Lapa
Logo cedo, vapor? Acredita?
A fuligem me ofusca
A friagem me cutuca
Nascer do sol visto da Vila Ipojuca
O aço fino da navalha me faz a barba
O aço frio do metrô
O halo fino da tua presença
Sozinha na padoca em Santa Cecília
No meio da tarde, soluça
Quer dizer, relembra
Batucando com as unhas coloridas
Na borda de um copo de cerveja
Resmunga quando vê
Que ganha chiclete de troco
Lembrando que um dia eu te falei
Sabe, você tá tão chique, meio freak, anos 70, fica
Fica comigo
Se você for embora eu vou virar mendigo
Eu não sirvo pra nada, não vou ser seu amigo, fica
Fica, fica comigo
Minha cabeça trovoa
E sob o teu manto eu me entrego
Ao desafio de te dar um beijo e entender o teu desejo
Me atirar pros teus peitos
Meu amor é imenso, maior do que penso
É denso
Espessa nuvem de incenso de perfume intenso
E o simples ato de cheirar-te
Me cheira a arte
Me leva a marte
A qualquer parte
A parte que ativa a química
Química
Ignora a mímica e a educação física
Só se abastece de mágica
Explode uma garrafa térmica
Por sobre as mesas de fórmica de um salão de cerâmica
Onde soem os cânticos
Convicção monogâmica
Deslocamento atômico
Para um instante único
Onde o poema mais lírico
Se torna a coisa mais lógica
E se abraçar com força descomunal
Até que os braços queiram arrebentar
Toda a defesa que hoje possa existir
E por acaso queira nos afastar
E esse momento tão pequeno e gentil
E a beleza que ele pode abrigar
Querida, nunca mais se deixe esquecer
Aonde nasce e mora todo o amor
SATURNO
Vou, mais uma vez
Arrastando esses passos tortos
Morto de saudades de você
Louco de vontade de te ver
Ah, se você soubesse
Como o meu coração padece
Não se desfaria assim de mim
Não se desfaria assim
Eu remo contra a maré
Pra ver se afogo essa dor
E vou perdendo a fé
E esquecendo quem sou
Eu remo contra a maré
Pra ver se afogo essa dor
E vou perdendo a fé
As estrelas vão me levar
Para algum lugar seguro
De onde eu possa ver
Os anéis de Saturno
E o anel que eu te dei
Onde está? Se desfez de nós?
Meu Deus, me dá a mão
Que dói demais
Como pode alguém ser tão cruel assim?
Eu remo contra a maré
Pra ver se afogo essa dor
E vou perdendo a fé
E esquecendo quem sou
Eu remo contra a maré
Pra ver se afogo essa dor
E vou perdendo a fé
Vai embora
Deixa a maré subir e afogar
Os nossos sonhos
TE VALORIZO
Se eu pudesse mostrar o que você me deu
Eu mandava embrulhar, chamaria de meu
Melhor forma não há, pra guardar um amor
Então preste atenção ou me compre uma flor
Vem, me faz um carinho, me toque mansinho
Me conta um segredo, ou me enche de beijo
Depois vai descansar, outra forma não há
Como eu te valorizo, eu te espero acordar
Se eu ousar te contar o que eu sonhei
Pode até engasgar, pagaria pra ver
Melhor forma não há pra provar meu amor
Eu te presto atenção, tento ser sua flor
Vem, te faço um carinho, eu te toco mansinho
Te conto um segredo, te encho de beijo
Depois vou descansar, não vou te acompanhar
Espero que entenda
Vem, te faço um carinho, te toco mansinho
Te conto um segredo ou te encho de beijo
Depois vou descansar, não vou te acompanhar
Espero que entenda e volte pra cá
SOLAMENTO: AMADURECE E APODRECE
Eu posso ser muito idiota
Muito negativa
Muito imbecil
Eu posso ser muito otimista
Muito sorridente
Muito varonil
Eu posso ser a rainha do planeta
O príncipe encantado
A vilã da novela
Eu posso ter um monte de dinheiro
Viajar o mundo inteiro
Te chamar pra ir comigo
Mas nada disso vai fazer você me olhar
Mas nada disso vai fazer você se apaixonar por mim
Se o que eu tenho e o que eu sou não valem mais
Não acho justo a vida me ensinar
De um jeito tão cruel
Como se fosse só assim pra entender
Que você não é pra mim
Eu posso até te levar naquele show
Arrumar o meu cabelo
Te olhar daquele jeito
Eu posso ser quem eu nunca fui na vida
Ser aquela bem bonita
Que você viu na revista
Eu posso até te fazer aquela música
Te levar pra ver a tempestade no mar
Eu posso ver o que tem dentro de você
E te dizer o que existe em mim
E te amar de um jeito infinito
Mas nada disso vai fazer você me olhar
Mas nada disso vai fazer você se apaixonar por mim
Se o que eu tenho e o que eu sou não valem mais
Se do meu jeito não consegui te alcançar
Agora é aceitar, e me silenciar
E entender que eu não sou pra você
Eu aprendi
Muita coisa que eu desaprendi
Quando você resolveu me atravessar
E me colher do galho que me deixava
Suspensa no
Eu aprendi
Muita coisa que eu desaprendi
Quando você resolveu me atravessar
E me colher do galho que me deixava
Suspensa no ar, no ar
Toda pureza morreu
Quando foi que você cresceu?
Por um tempo eu te perdi
Ou foi você que se escondeu?
Toda pureza morreu
Quando foi que você cresceu?
Por um tempo eu te perdi
Ou foi você que se escondeu no ar?
O LADO VAZIO DO SOFÁ
Volta ligeira que eu tô te esperando
Eu te pinto um quadro
Tu me ensina um tango
Mas vem depressa que eu passei café
Volta correndo que eu tô com saudade
Nem bate na porta
Sinta-se a vontade
Mas vem depressa que eu passei café
O que eu estou esperando?
Por que eu corro atrás?
Grande besteira
Ela não volta mais
Volta correndo que eu comprei agave
Um pouco de canela
Sirva-se a vontade
Mas vem depressa vai esfriar o café
Volta ligeira o café ta esfriando
A caneca vazia vem se lamentando
Faz muito tempo eu não vejo café
O que eu estou esperando?
Por que eu corro atrás?
Grande besteira
Ela não volta mais
E eu nem sei por que eu faço café
Já é amargo o sabor de te amar
De gole em gole
Eu vou enjoando
Vendo o lado vazio do sofá
Besteira, já cansei de esperar
De xícara em xícara
Eu vou me afogar
No café
O que eu estou esperando?
Por que eu corro atrás?
Grande besteira
Ela não volta mais
Ela não volta mais
Que desperdício de café
Se ela não volta mais
AÇUCAR OU ADOÇANTE?
Entra pra ver
Como você deixou o lugar
E o tempo que levou pra arrumar
Aquela gaveta
Entra pra ver
Mas tira o sapato pra entrar
Cuidado que eu mudei de lugar
Algumas certezas
Pra não te magoar
Não tem porquê
Pra ajudar teu analista
Desculpa
Mas se você quiser
Alguém pra amar
Ainda
Mas se você quiser
Alguém pra amar
Ainda
Hoje não vai dar
Não vou estar
Te indico alguém
Mas fica um pouco mais
Que tal mais um café?
Ainda lembra disso?
Que bom
Mas se você quiser
Alguém pra amar
Ainda
Mas se você quiser
Alguém pra anular
Ainda
Desculpa, não vai dar
Não vou estar
Te indico alguém
ISABELLA
Teu olho despencou de mim
Não reconheço a tua voz
Não sei mais te chamar de amor
Não ouvirão falar de nós
A gente se esqueceu, amor
Certeza não existe não
E a pressa que você deixou
Não vem em minha direção
Parece que o tempo todo
A gente nem percebeu
Que aqui não dava pé não
Que tua amarra no meu peito não se deu
Te vi escapar das minhas mãos
Eu te busquei, mas
Não vi teu rosto não
Eu te busquei, mas
Não vi teu rosto
Não
Ausência quer me sufocar
Saudade é privilégio teu
E eu canto pra aliviar
O pranto que ameaça
Difícil é ver que tu não há
Em canto algum eu posso ver
Nem telhado, nem sala de estar
Rodei tudo, não achei você
Parece que o tempo todo
A gente nem percebeu
Que aqui não dava pé não
Que tua amarra no meu peito não se deu
Te vi escapar das minhas mãos
Eu te busquei, mas
Não vi teu rosto não
Eu te busquei, mas
Não vi teu rosto
Não