Post by bad_barbie on May 28, 2020 22:08:57 GMT -3
Após mais de uma década se dedicando às produções de músicas, e produzindo para os mais diversos tipos de artistas na indústria, Dark Bae atingiu a fama ano passado por conta de sua parceria bem sucedida como a produtora de Plastique Condessa; hoje em dia aos vinte e sente anos, Dark é uma das produtoras mais conceituadas da indústria.
A cantora russa passou boa parte de sua carreira produzindo para artistas pequenos, do meio underground da Rússia do qual ela fazia parte. Aos vinte e dois anos veio tentar a vida em Los Angeles, mas o reconhecimento a nível mundial veio apenas em dois mil e dezenove, com a cantora já com vinte e sete anos.
Hoje em dia já tendo trabalhado com nomes como Agatha Melina e Norma Claire, o nome artístico de Shchedrina (seu nome de batismo) se tornou muito relevante, ainda mais agora que a cantora anunciou seu EP de estreia, 3:33AM, para dia 29 de maio, e conta com grandes participações como Kierah e Williams que estão no mais atual single da cantora, ou até mesmo Princess Death, música vencedora da Best New Track da última semana.
Agora, o que podemos esperar dessa figura misteriosa na indústria musical e até mesmo introvertida? Hoje nós estamos aqui para entrevistar Dark Bae.
Dark Bae, você é uma cantora que não gosta muito de mídia e nem se expor demais, visto que você sempre some por um tempo até lançar alguma outra coisa. Você se considera uma pessoa um pouco mais introvertida do que as outras pessoas da indústria?
Sim, eu sou bem mais introvertida, eu não gosto muito de câmeras nem curto a ideia de ser famosa, tanto que eu passei muito tempo me dedicando a produção e nem fazia minhas próprias músicas para falar a verdade. Eu prefiro lançar as minhas músicas, aparecer algumas vezes e sumir do mapa mesmo, até porque é bem fácil para mim ficar reclusa já que eu moro em meio que um castelo na Rússia.
Você já entra na indústria, agora com seu novo EP já tendo um certo renome, visto que você já produziu diversas músicas para artistas grandes, como é de exemplo a Norma Claire, Agatha Melina e até mesmo a Plastique Condessa. Foi você que produziu seu álbum inteiro?
Foi, eu que produzi todas as músicas, eu que escrevi também e eu que dirigi o filme de Monster. Eu já estou há mais de dez anos na indústria apenas debaixo dos panos, já fiz esses trabalhos para muita gente antes de lançar o meu próprio, então para mim é bem fácil fazer todo o meu trabalho sozinha. Eu mesma dirigi sozinha a maioria dos clipes da Plastique e produzi quase todas as músicas, então fazer isso para mim não foi diferente.
E como tem sido a sua relação com a Plastique Condessa, agora que vocês estão... Um pouco mais distantes, já que você se mudou pra Rússia tem três meses já?
Bem, não mudou muita coisa, às vezes eu viajo para os Estados Unidos, às vezes ela viaja pra Rússia, ou nós duas fazemos isso a longa distância mesmo, não tem algo que nos impeça de trabalhar juntas. Todo meu álbum foi produzido em um estúdio caseiro que eu fiz lá na minha casa na Rússia, então eu nem preciso sair de casa para fazer as minhas produções e mandar os arquivos para a Plastique.
Nesse meio musical, segundo você mesma diz, você já trabalhou com todos tipo de gente, né? Desde bandas punk até artistas de PC Music, você pretende aprender a produzir mais coisas ainda, ou você acredita já estar em um nível mais... Avançado de produção?
Ao mesmo tempo que eu acho que a gente nunca para de aprender, eu teimo a pensar que eu não esteja em um nível avançado. Eu faço isso há mais de dez anos já, então eu estaria dizendo que o meu trabalho é em vão. Mas tem tanta coisa que eu quero aprender ainda, tem muitos ritmos musicais regionais mesmo que eu adoraria aprender, principalmente gêneros vindos do Brasil e da África, acho essas duas culturas musicais incríveis e amaria estudar mais sobre elas.
Seu EP sai agora dia vinte e nove de maio, como você se sente sobre isso? Está ansiosa, já que seus fãs tem esperado por esse EP desde Outubro?
Geralmente meus fãs são fãs da minha produção, então eles não são muitos, na verdade eu tenho uma fã base bem pequena. Quando eu anunciei em Outubro que estava PENSANDO em lançar algo para mim, eles foram a loucura, e a minha fã base mesmo sendo pequena cresceu um pouco, visto que eu consegui entrar na hot 50 coisa que eu nem imaginava que poderia acontecer. Então, estou colhendo os frutos do meu trabalho.
E, recentemente, você lançou um filme de sua parceira com Williams e Kierah. Como foi fazer esse filme? Tipo, como foi a experiência?
Foi ótima, a Kierah e a Williams são mulheres maravilhosas, e foi muito divertido trabalhar com elas nesses últimos dias onde eu estive produzindo o filme. Eu acredito que após esse featuring eu fiz duas amigas novas, as duas são incríveis.
E sobre o lançamento do seu EP também é confirmado seu featuring com a Harley Nox nele. Aliás, o lançamento desse EP é amanhã. Ansiosa?
Sim, decidi chamar a Harley Nox porque eu sempre AMEI o trabalho dela, ela faz parte desse meio underground junto a mim e mais um monte de gente. Eu sou amiga dela há tempos, e senti que esse EP não ficaria a mesma coisa se eu não chamasse ela. Inclusive, a parceria tá incrível, na verdade meu EP inteiro me agradou bastante, eu estou muito ansiosa para ver o que vocês vão achar dele.
Nos últimos tempos, você parou um pouco de produzir pra Plastique para dar um pouco mais de atenção para a sua carreira, não é?
Sim, eu ainda tenho trabalhado para a Plastique, até porque é um trabalho bem mais lucrativo do que a minha carreira solo em si, eu ganhei rios de dinheiro com aquele primeiro lugar nas paradas que Blood conseguiu, e como eu sou a única produtora de boa parte dos discos da Plastique, eu recebo boa parte. Mas eu produzo bem menos agora, estou inclusive aproveitando que ela está no meio de uma era para produzir bem mais coisas para mim. Já tenho um segundo projeto quase pronto, por exemplo.
Qual é a parte que você mais ama em ser produtora?
Eu amo tudo, produzir música é a minha paixão. Mas talvez a parte que eu mais ame é a importância que uma produção boa tem em uma música. Pode mudar tudo, é uma das bases mais importantes. Então, eu gosto de pensar que mesmo não aparecendo nos holofotes eu tenho essa importância para que uma música realmente aconteça.
Como você descreveria o seu novo álbum?
Eu descreveria ele como um dark pop com algumas influências trap. É um EP bem sombrio, eu estou muito ansiosa para lançar ele. Ele foi um álbum feito para ser escutado de noite, acho que escutá-lo de dia não dá a mesma sensação.
E porque Princess Death acabou não tendo um clipe nem uma divulgação muito forte?
Porque após lançar Princess Death, eu mudei completamente meus planos do que eu queria fazer. Eu decidi me dedicar mais ao clipe de Monster, que é uma música mais comercial e um featuring daqueles exigia algo bem mais grandioso. Mas eu estou feliz com o que Princess Death conquistou, mesmo não tendo sido um hit, coisa que eu nem queria, recebeu a Best New Track, e receber logo no meu primeiro single me deixou muito mais motivada a continuar.
O seu EP passou por diversos adiamentos, já que ele está para sair desde Outubro do ano passado. Por quê?
Tive alguns problemas na produção, e ainda estava produzindo outros projetos para outros artistas, tudo isso acabou atrasando bastante o projeto que ficou pronto apenas no final de março e começo de abril. Eu fiquei até mesmo um período de tempo questionando se eu queria lançar mesmo músicas autorais para o público, e se eu gostaria de estar nos holofotes, porque eu sou muito tímida.
Então foi quando eu percebi que para ser uma artista eu não preciso ser uma artista grande e vender milhões de cópias. A única música que eu estou me esforçando um pouco mais para divulgar é Monster mesmo, mas após isso pretendo voltar para o meio underground, eu não nasci pra ser uma estrela, na verdade acredito que se eu ficasse famosa eu seria daquele tipo de artista que pega todo o dinheiro e se isola. (risos)
E em dez anos você nunca tinha sentido nem um pouco de vontade de seguir uma carreira musical onde você aparece como cantora?
Não, nunca tinha tido nem um pouco de vontade. Foi a Plastique que me incentivou e disse que a minha voz era boa, e que eu podia fazer música para mim mesma. Na primeira vez que ela me disse isso eu olhei para a cara dela e comecei a rir, mas ela falou tanto, mas tanto que eu decidi gravar uma demo na minha voz. E o pior foi isso; eu realmente gostei da demo, e decidi começar os preparativos para gravar meu EP. A Plastique foi uma parte muito importante para isso acontecer, até mesmo a Kierah e a Norma Claire que já tiveram acesso ao meu EP e deram as suas opiniões, me incentivaram bastante.
E eu sou muito grata para todos que me ajudaram a fazer isso acontecer, porque se dependesse de mim apenas esse EP nunca existiria.
E um álbum, já tem alguma previsão?
Não, eu não sei nem se eu vou fazer algum álbum, a minha carreira ainda é algo muito abstrato e muito incerto, eu não tenho certeza de quase nada ainda. Eu não tinha certeza nem que eu ia lançar esse, porque eu estou enrolando há tanto tempo que já nem sabia mais se eu esperava até Outubro de 2020, ou se lançava agora mesmo, então decidi lançar em maio mesmo.
Mas eu já estou produzindo outro projeto mas não tenho certeza do que ele vai ser, não tenho ideia se é um álbum, uma mixtape ou um EP. Eu estou deixando tudo fluir de forma natural, eu não quero me pressionar a nada, eu não entrei na indústria musical para isso
Você espera que o EP em si, tirando Monster, tenha um desempenho comercial bom?
Não, eu acredito que vai vender bem pouco na verdade. Talvez tenha um debut bom por conta de eu estar me esforçando para fazer divulgação para Monster, mas tirando isso eu acho que ele não teria um debut grandioso.
E sobre shows de divulgação? Você pretende fazer algo como uma turnê para divulgar seu disco ou você vai deixar ele acontecer mais internet? Aliás você produziu álbuns na estética punk, você vai produzir esse álbum nessa estética também?
Eu pretendo fazer alguns shows para divulgar sim, eu gosto da minha voz cantada sem todas as edições da verdão estúdio. Eu como produtora sei o grande processo de refinamento de voz em uma música, as únicas vezes que eu não precisei fazer isso foi quando eu trabalhei em algumas bandas punk, o punk é bem largado mesmo, cheio de microfonia e eu sinto que é mais puro.
Mas o meu estilo não é esse, o tipo de música que eu estou trazendo no EP é devidamente masterizada, tudo bonitinho. Até porque esse álbum é a minha oportunidade de mostrar o meu talento como produtora e como compositora.
Aliás, sobre a parte punk de sua produção, aonde você começou a produzir músicas punk? Que inclusive você fez algumas para o álbum da Plastique.
Bem, eu sempre fiz parte da cena gótica, tanto quando eu morava na Rússia quanto quando eu morava em Los Angeles, porque agora eu moro na Rússia novamente porém não faço parte de nenhuma tribo. Então por estar sempre nesse meio, onde o punk e pós punk são muito populares, eu conheci gente de todo tipo com todo gosto musical possível, isso foi uma das coisas que me ajudou a ampliar meu leque de variedade rítmica.
Eu conversando com outras pessoas que me indicaram as mais diversas bandas, eu escutava e tirava desses CDs as minhas influências que eu usaria, futuramente, em tudo na minha carreira. Eu acredito que eu só sei produzir músicas de vários ritmos por não ter limites em meus gostos musicais. Eu ouço de tudo.
Mas sobre o punk, eu comecei a ouvir bandas clássicas do punk dos anos 1970 quando eu tinha em torno de vinte e um anos, um cara me indicou, e logo após a indicação, uns três meses depois ele me perguntou se eu poderia produzir uma demo para a banda dele ver se aprovavam. Eu tinha começado a produzir algumas faixas, usando samples de outras músicas, então eles amaram. Foi a primeira vez que eu fiz trabalho para uma banda de punk. Desde então eu não parei. É um dos meus gêneros preferidos.
E por que você não adotou essa estética punk para você?
Eu gosto de escutar punk e produzir música punk para os outros, mas para mim, para eu cantar eu sinto que não tem tanta serventia.
E essa foi Dark Bae. O que podemos esperar para os próximos meses?
(MONSTER)