Post by luuiscabeyo on Jun 16, 2020 13:09:24 GMT -3
Um novo talento chegou na indústria dando o que falar, com apenas 23 anos a cantora texana Aysha lançou recentemente o seu single ''FORMATION'' uma parceria com a cantora Brinna B, que voltou finalmente para os holofotes. Mas hoje iremos falar com ela, a ativista, a cantora, a mulher por qual todos nós estamos apaixonados! E mal podemos esperar para ver mais material seu. Iremos conhecer melhor sobre a história de vida da cantora e nos aprofundar no assunto.
''Desde pequena assistia desenhos animados na televisão e me perguntava o porque a maioria dos personagens serem brancos e as mulheres extremamente magras e sexualizadas, eu não me sentia representada ali, e eu queria muito pertencer a algum lugar, queria que algo me mostrasse o quanto eu sou maravilhoso, algo que me incentivasse a seguir os meus sonhos e não ter medo de enfrentar caminhos perigosos na minha frente, eu realmente espero ser um modelo para toda garota negra que está em casa me olhando e me escutando, quero ser uma mensagem de força para todas elas, esse é o meu principal objetivo como cantora''
Aysha nasceu na cidade de Houston no Texas, e vivia na parte mais pobre da cidade com sua família. ''Era uma festa todo dia, éramos uma família muito unida apesar das dificuldades'' comentou a cantora. Ela contará como foi a sua saga ao sair de casa e ir em busca de seus sonhos, tendo batalhado muito durante sua vida toda, ela ressalta que ''Já enfrentei variadas situações antes de começar a minha carreira, não custa me esforçar mais para conseguir alcançar meu objetivo''. A cantora foi recebida em Londres na nossa sede da Vanity Fair para um ensaio fotográfico e conversarmos mais sobre a sua vida, e entender a alma e a filosofia de Aysha.
Vanity Fair: Como foi adentrar neste novo universo da música?
Aysha: Bem, no início eu estava muito ansioso e assustada mas ganhei coragem, eu sempre fui muito extrovertida então não tinha problemas de me comunicar com os outros, é realmente algo fácil para mim, confesso que quando falei com pessoas de maior renome eu fiquei sim um pouco nervoso mas correu tudo perfeitamente bem! Tanto que ganhei vários amigos na indústria os quais sou muito feliz por ter, não pelo estatuto mas sim porque são pessoas de bem, e espero que possa colaborar com a maioria deles no futuro.
Vanity Fair: Como era a sua vida quando era mais nova?
Aysha: Era muito complicada principalmente na situação económica, minha mãe trabalhava em um salão de beleza onde a maioria das clientes eram negras e o meu pai trabalhava em uma fábrica, eu sentia muitas saudades dele pois o viamos poucas vezes, mas sempre nos mantivemos unidos para ultrapassar qualquer dificuldade. Eu sou a irmã do meio, e sempre tive uma proteção maior pelos meus irmãos mais velhos, mas eu sabia que poderia me virar muito bem sozinha *risos* eu me sentia como uma verdadeira She-Ra, a princesa guerreira só que negra.
Vanity Fair: Sabemos que a escola é algo que pode ser muito complicado para a maioria dos adolescentes, principalmente por causa de mudanças no corpo ou questões de aceitação, foi um momento difícil?
Aysha: Quando eu era pequena gostava de assumir uma posição forte e irreverente, ser aquela que não iria abaixo por comentários ou ações alheias, mas eu só estava me enganando, eu não essa força toda naquela época, sempre fui discriminada por professores e colegas, seja com comentários bobos como ''Olha a cabelo de espaguete!'' ou ''Arranca essa peruca ai!'' que vinham principalmente das meninas, mas o que realmente foi um pouco traumático para mim, era o assédio dos meninos fazendo comentários como se a minha pele fosse a cor do pecado, e que eles queriam pecar comigo se vocês entendem. Eu apreendi sobre o empoderamento cedo e comecei a me defender dessas comentários, teve até um episódio o qual eu chutei o garoto ''naquele lugar'' e fui parar no gabinete do diretor, chamaram minha mãe na escola, mas eu estava feliz por ter feito aquilo *risos*.
Vanity Fair: Esse empoderamento feminino surgiu de sua família? Por influência de algum artista? Era difícil fazer amigos?
Aysha: Minha mãe sempre foi uma mulher trabalhadora, esforçada e incrível, ela é a minha maior inspiração e sem dúvidas que ela me ensinou bastante sobre o que eu deveria lutar, e que eu merecia meus direitos assim como qualquer homem que os possuía. Além dela, tive a inspiração e a força em várias artistas como Halle Berry e Missy Elliott, sem falar de mulheres fantásticas como Tunash Carter, Williams e Lazuli. Mas eu não vivi só de pessoas reais, personagens fictícios como Lara Croft, She-Ra, Mulan, Princesa Leia, Tiana, Ellen Ripley, Tempestade e Mulher Maravilha foram e continuam sendo até hoje ícones para mim, mesmo com sexualização sofrida na época pela maioria delas, elas continuaram dando o exemplo de mulher forte e independente que podemos ser, e essas personagens vivem até hoje com adaptações muito menos sexualizadas e mais representativas. Hoje em dia temos cada vez mais protagonistas femininas de peso, e artistas incríveis fazendo um trabalho esplêndido!
Sobre amigos, eu sempre fui muito aberta para novas amizades, e não pensem que na minha escola foi tudo um sofrimento! Pelo contrário! Eu tinha amigas que sempre me apoiaram e estiveram do meu em todas as situações, elas me defendiam no início até eu a apreender a me defender sozinha, e logicamente que essa ajuda delas me ajudou a crescer e a ser essa mulher que sou hoje, assim como todos aqueles que me maltrataram, sou grata ao meu passado e não faria nada para mudá-lo pois ele, faz com que nós sejamos as pessoas que somos hoje.
Vanity Fair: O que podemos esperar de seu próximo material? Qual será o conceito do álbum?
Aysha: Meu álbum se centrara em todo o percurso da minha vida até chegar onde eu estou, passando mensagens fortes com empoderamento feminino e questões raciais, quero contar para todo o público a minha história de um jeito mais aberto possível. Estou mudando alguns detalhes ali e aqui, e ainda estou na construção dele, mas podem saber que o próximo single dele será simplesmente icônico, tão bom quanto ''FORMATION''.
Vanity Fair: Nos apercebemos que Aysha luta muito pelas causas, e que tanto a letra quanto o video de ''FORMATION'' é cheio de referências, considera a música importante para todas essas manifestações que estão acontecendo?
Aysha: Sim, o que aconteceu a George Floyd é mais um caso da violência que vem do racismo, já chega de ver sangue dos meus irmãos derramados pelo chão, já chega de perdermos mais vidas inocentes, já chega desse presidente mesquinho e escórioso. Eu espero que ''FORMATION'' seja uma música de inspiração para a nossa luta, não nos podemos dar por vencidos.
Vanity Fair: Podemos receber uma dica do que está por vir?
Aysha: Eu tenho dois grandes projetos que acho que irão deixar todos boquiabertos, mas não posso falar sobre pois tenho que ser sigilosa, caso ao contrário minha gravadora me mata *risos*.
Single Divulgado: FORMATION